quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Evolução do conceito de comportamento

Jean Piaget
O esquema explicativo proposto pelos behavioristas R=F(S) não resiste à constatação que se pode fazer com exemplos do dia-a-dia, vividos ou observados por todos nós. Essas situações servem para pôr em causa o rigoroso determinismo estimulo-resposta defendido pelos behavioristas. Perante a mesma situação, é grande a possibilidade de surgirem respostas diferentes. Por exemplo, quando ocorre um acidente (S), as respostas dos sujeitos que o presenciam não são as mesmas: um pode socorrer a vitima, outro pedir ajuda e outro impressionado afastar-se. 
Paul Fraisse
Além disso, o mesmo sujeito, perante a mesma situação, pode em momentos diferentes, comportar-se de forma distinta. Uma das criticas mais contundentes ao conceito de comportamento defendido pelos behavioristas foi apresentada por Paul Fraisse e Jean Piaget que propunham uma interpretação mais dinâmica do comportamento.

Para estes psicólogos, o comportamento é a manifestação de uma personalidade (P) numa dada situação (S). O esquema explicativo que propõem é mais adequado aos comportamentos humanos, dado que tem em conta quer as determinantes do meio quer a personalidade do sujeito R=F(SDP) O comportamento depende da interacção entre a situação e a personalidade do sujeito. A dupla seta (Dreflecte o carácter dinâmico da relação: não se pode encarar a personalidade independentemente da situação. Produto de um processo complexo, no qual intervêm factores internos e externos, a personalidade constrói-se no contexto do meio, nas diferentes situações vividas pelo sujeito. Por outro lado, o modo como a situação é encarada, interpretada, depende também da personalidade e das experiências anteriores do individuo. Para alguns autores o que é importante para explicar o comportamento é o modo como o individuo integra os dados da situação tendo em conta a sua personalidade e experiências. Muitos outros, chamam a atenção para a importância das significações, isto é, para aquilo que uma situação representa para um sujeito.

Marco Pereira

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Surreal! – A crónica dos arquitetos dos sonhos

O Surrealismo foi um movimento artístico que teve origem em França, nos anos vinte. Este movimento teve vertentes na pintura, escultura, literatura, teatro e cinema e foi influenciado de forma significativa pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, que por sua vez, demonstram a importância do inconsciente no que diz respeito à criatividade do ser humano. Alguns dos seus representantes mais importantes são, na literatura, André Breton, considerado pai da tendência e autor do Manifesto Surrealista e, na pintura, Salvador Dalí.

Este estilo apresenta um conjunto de características do abstrato, do inconsciente e do irreal, que se relacionam entre si. De acordo com os surrealistas, e tal como Freud pensava, a mente humana deve transpor as exigências impostas pela lógica e pela razão. Defendem também que a atividade artística deve ir para além da consciência do dia-a-dia, ultrapassando os padrões comportamentais e morais estabelecidos pela sociedade, para expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos. Portanto, os artistas ligados ao surrealismo rejeitavam os valores ditados pela burguesia na época, tais como a família e a pátria. Criavam então obras repletas de humor, fantasia e contralógica.

O Surrealismo salienta ainda os impulsos provenientes das regiões menos exploradas da mente humana, pelo que os seus temas advêm normalmente do inconsciente: os sonhos, a loucura, as alucinações, as alterações de humor e os delírios. Manifesta-se através de temas simbólicos, incomunicáveis e pessoais e admite que o mundo irreal é tão verdadeiro quanto o mundo real. 

O homem, segundo André Breton, “esse sonhador definitivo”, quis assim provocar a revolução na arte no mundo enfraquecido pela primeira guerra mundial. Quis conhecer uma realidade que não fosse a exterior, igualmente lógica, e entregou-se ao pensamento livre, espontâneo e irracional, sem preocupações de ordem estética ou moral. Assim, vasculhou na alma o mundo dos sonhos e deixou que estes fossem a sua temática delirante. 

Hoje sabemos que Freud refutava a ideia de que o seu objeto de estudo fosse o mesmo que o objeto de desejo dos surrealistas, o inconsciente, uma vez que o psicanalista acreditava que o automatismo psíquico na arte era consciente. 

No entanto, Freud com a invenção da psicanálise e os surrealistas com a invenção de uma forma de expressão justa para com a imaginação e grandeza do ser que não é palpável, propuseram um ponto de partida à descoberta da mais pura infância da mente, aquela de onde crescemos apenas para nos começarmos a conhecer.

Maria Oliveira

domingo, 27 de novembro de 2011

Construtivismo de Piaget

Psicólogo e epistemólogo dos processos mentais (mais concretamente cognitivos), nasceu na Suíça, em Neuchêtel, no dia 9 de Agosto de 1896. Jean William Fritz Piaget, realizou o seu doutoramento em zoologia e estudou psicologia, simultaneamente com psiquiatria, em Zurique. 
Psicólogo que se tornou mundialmente conhecido pelos seus trabalhos acerca do desenvolvimento do pensamento e da linguagem na criança (Piaget priviligia o estudo de um único caso, no entanto executando-o intensivamente), contribuindo, deste modo, para o estudo do mecanismo geral da inteligência adulta (tendo, anteriormente, elaborado um conjunto de pesquisas sobre a estrutura da inteligência no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra). Piaget efetuou então, essa mesma investigação, recorrendo à observação dos processos comportamentais das crianças, no seu ambiente natural. Ou seja, em locais nos quais estas não se sentissem observadas ou até mesmo constrangidas em prol de uma análise mais fiel – sem mudanças de comportamento (visto que isso poderia acontecer se se encontrassem em circunstâncias diferentes das habituais).
Na generalidade, os seus estudos incidem sobre a forma como se constrói o conhecimento e a génese das estruturas psico-cognitivas e afetivas dos indivíduos, processo que, de acordo com Piaget, ocorre segundo determinados estádios de desenvolvimento, com uma sucessão previsível. Estes estádios ou etapas caracterizam diferentes momentos da evolução física, intelectual e social de cada ser humano e constroem-se, segundo este autor, através de “uma calibragem progressiva, uma passagem perpétua de um estado de menor equilíbrio a um estado de equilíbrio superior”. São, então, estas etapas que constituem um processo que é denominado de construtivismo de Piaget. Este processo, apoia-se em estruturas cognitivas que se vão interligando, numa sucessão significativamente regular, flexível e cada vez mais complexa.
Desta forma, o construtivismo salienta a capacidade que cada pessoa tem em construir o seu próprio processo evolutivo e de aprendizagem, o qual tem um forte influência e relação direta com o meio, nomeadamente no que diz respeito à interação estabelecida com os objetos, acontecimentos e pessoas, ao longo do tempo (como resposta a estímulos exteriores). É aqui, nesta mesma interação que surge a óbvia oposição ao behaviorismo que, por sua vez dá ao meio um papel muito mais importante, colocando o individuo como um recetor passivo na influência do ambiente no qual está inserido.
 No crescimento cognitivo, Jean chama a atenção para a atividade da criança sobre o seu meio ambiente, que resulta por um lado, do seu interesse, curiosidade e necessidade de ação, e por outro, das estruturas físicas e psíquicas que possui. Assim, verifica-se uma relação estreita entre a constituição e desenvolvimento do individuo (o que a criança é capaz de fazer fisicamente) e a evolução pensante, como meio de compreensão do mundo que o rodeia. Assim sendo, para este psicólogo, um ser humano para ser considerado adulto necessita de “preencher” alguns requisitos a vários níveis. Ser adulto, do ponto de vista fisiológico, é ter a capacidade de ser reproduzir. Já do ponto de vista psicológico, o individuo tem de ser capaz de perspetivar o seu futuro, de saber lidar com o sentido de responsabilidade e de conseguir formar laços afetivos com as pessoas que mais se idêntica. Cognitivamente, ser adulto é sinónimo da realização de processos mentais mais complexos, extrapolando do concreto e elaborando associações de conhecimentos que se interligam.
 Este conjunto de “requisitos” é a prova teórica da prespetiva psicóloga de Piaget em relação ao pensamento humano (processos mentais). É, sem dúvida, uma perspetiva evolutiva que rejeita, de certa forma, a teoria da “tábua rasa”, visto que o individuo não se deixa influenciar passivamente pelo meio – interage com o mesmo.

Cesarina Ferreira

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Erro de Descartes - António Damásio


António Damásio estudou um paciente que teve um acidente na sua parte cerebral. Elliot, o sujeito do acidente não teve problemas na parte visual, da fala e nos seus movimentos. António Damásio fez diversos testes de QI, além de outros tipos de testes de inteligência. Surpreendentemente, Elliot teve resultados muito bons, às vezes melhor do que a média da população, provando que era dono de um intelecto saudável. 

Ao longo da convivência com Elliot, António Damásio verificou que Elliot contava sobre a tragédia da sua vida de forma impassível. Com o passar do tempo, notou que Elliot quase nunca se zangava, nem se incomodava com as milhares de perguntas repetitivas de Damásio. Num outro teste, foi colocado estímulos visuais carregado em frente de Elliot como: pessoas afogando-se, terríveis e terramotos. Elliot, impassivo, fez um comentário que abriu os olhos de Damásio: "sinto que meus sentimentos mudaram após o acidente", ou seja, Elliot constatou coisas que antes lhe causavam emoções fortes, agora não lhe causavam nenhuma reação, nem positiva, nem negativa.
De fato, segundo Damásio, nenhuma emoção era muito intensa em Elliot, nem tristeza nem alegria. tanto o prazer como a dor pareciam ser de curta duração.


Descartes acreditava que o corpo era separado da mente. A mente só precisava do corpo para poder funcionar, fora isso, não havia nenhuma relacção entre eles. António Damásio acredita justamente o contrário, que corpo e mente estão intimamente relacionados: a mente comanda o corpo inteiro, mas são as sensações que o corpo manda para mente que induzem a mente funcionar daquela maneira, contrapondo o dualismo cartesiano no qual a alma (razão pura) é independente do corpo e das emoções.



Rui Leitão

O consciente e o inconsciente na forma de um Iceberg


A Mente humana esta dividida em duas partes a mente consciente e a mente inconsciente.

À semelhança de um iceberg, a parte escondida e submersa representa 2/3 do nosso ser, enquanto a nossa parte consciente representa 1/3 do nosso ser.
É com a mente consciente que fazemos cálculos aritméticos, que pensamos e racionalizamos, e a mente inconsciente é o reservatório que possuímos onde se guardam todas as experiências da nossa vida, as emoções, as  vivências…  tudo fica registado. 
O consciente tem acesso às informações que estão guardadas no inconsciente quando precisa racionalizar, estas informações são automaticamente passadas ao consciente na forma de memórias, instintos e sensações.
O Corpo é o “hardware” e a Mente o “Software”, e para tratar o software, apenas a programação é eficaz.

Rui Leitão

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Psicanálise de Freud

A psicanálise caracteriza-se como uma corrente da Psicologia que busca o fundamento oculto dos comportamentos e dos processos mentais, com o objectivo de descobrir e resolver os conflitos intra-psíquicos geradores de sofrimento psíquico. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma disciplina científica que visa descobrir e mapear as estruturas da Psique e de um método terapêutico, assente numa relação profunda entre o psicanalista e o paciente.


Uma das mais importantes descobertas de Freud é a de que há uma sexualidade infantil: o psiquismo humano forma-se a partir dos conflitos que, desde o nascimento, confrontam os instintos sexuais (a Líbido) e a realidade. Podemos dizer que, em termos psicanalíticos, nós somos o resultado da história da nossa infância. Outra descoberta importante é a de que a nossa mente consciente não controla todos os nossos comportamentos. A descoberta do inconsciente trouxe uma revolução à Psicologia e à forma como esta encara o ser humano. 


O desejo e a insatisfação são elementos inerentes à nossa vida psíquica. Todos os nossos comportamentos resultam duma fonte energética inesgotável e cuja manifestação assume múltiplas formas… Trata-se do núcleo instintivo que dá vida à nossa Psique, constituído por duas polarizações antagónicas: A Líbido, o desejo sexual, a que Freud deu o nome de Eros. E o impulso de morte, ligado à agressividade (auto e hetero dirigida), a que Freud deu nome de Thanatos. A nossa infância “persegue-nos” ao longo de toda a nossa vida, uma vez que é nesse período que a nossa personalidade se desenvolve. Ao longo da infância o inconsciente vai dividir-se e dar origem às outras instâncias da Psique. Por isso passamos por períodos de crise, de ruptura e de reconfiguração das nossas estruturas psíquicas. 




O inconsciente corresponde aos conteúdos instintivos, hereditários, da mente, bem como aos conteúdos recalcados ao longo da história de vida do indivíduo. O inconsciente não esquece nada, todos os incidentes da história de vida do indivíduo ficam aí retidos e guardam a mesma força e vivacidade do momento em que foram vividos. O inconsciente é imune ao tempo. Os processos que estão na origem das neuroses, são idênticos aos que servem de fundamento à vida psíquica saudável, pelo que é possível usá-los para conduzir os pacientes à solução dos seus conflitos psíquicos. E esses conflitos marcam a nossa personalidade e tornam-nos únicos.



Por isso a psicanálise assenta na análise das mensagens que o inconsciente dos pacientes envie à consciência, através dos sonhos, dos actos falhados, das fobias e dos desvios comportamentais. 


Mas, para além disso, existe um mecanismo de segurança que impede que os conteúdos ameaçadores da sanidade mental e da sobrevivência física ou social do indivíduo acedam à consciência: trata-se da barreira da Censura que é responsável pelo recalcamento desses conteúdos perigosos. Esta instância daria lugar aos mecanismos da defesa do Ego, quando Freud desenvolveu a sua teoria psicanalítica.


Luís Lopes

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Parábola dos porcos

Jesus pregava em todos os lugares por onde passava: casas, montes, praças, sinagogas e nas praias. Os seus ensinamentos eram ouvidos por uma multidão que o seguia onde quer que fosse. Todos admiravam a sua sabedoria. Jesus ensinava através de histórias: as chamadas parábolas.
A parábola dos porcos
Quando Jesus chegou aquela terra, veio-lhe ao encontro um homem da cidade, possesso por demónios, que havia muito tempo, não vestia roupa, nem morava em casa, mas nos sepulcros.
Quando ele viu Jesus, gritou, prostrou-se diante dele, e com grande voz exclamou: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te que não me atormentes - porque Jesus ordenara ao espírito imundo que saísse do homem, pois já havia muito tempo que se apoderara dele; e guardavam-no preso com grilhões e cadeias; mas ele, quebrando as prisões, era impelido pelo demónio para os desertos.
Perguntou-lhe Jesus: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião; porque tinham entrado nele muitos demónios. E rogavam-lhe que não os mandasse para o abismo. Ora, andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos; rogaram-lhe, pois que lhes permitisse entrar neles, e Ele assim fez. E tendo os demónios saído do homem, entraram nos porcos; e a manada precipitou-se pelo despenhadeiro no lago, e afogou-se. Quando os pastores viram o que acontecera, fugiram, e foram anunciá-lo na cidade e nos campos. Saíram, pois, a ver o que tinha acontecido, e foram ter com Jesus, a cujos pés acharam sentado, vestido e em perfeito juízo, o homem de quem havia saído os demónios; e se atemorizaram.
Os que tinham visto aquilo contaram-lhes como fora curado o endemoninhado.
Então todo o povo da região dos Gerasenos rogou-lhe que se retirasse deles; porque estavam possuídos de grande medo. Pelo que ele entrou no barco, e voltou. Pedia-lhe, porém, o homem de quem haviam saído os demónios que o deixasse estar com ele; mas Jesus o despediu, dizendo: Volta para tua casa, e conta tudo quanto Deus te fez. E ele se retirou, publicando por toda a cidade tudo quanto Jesus lhe fizera.

Hugo Boss

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Qual a importância da Psicologia?

Nos dias que correm, nem todos atribuímos a devida importância ao papel que a psicologia desempenha nas nossas vidas. Mais do que uma ciência que estuda o comportamento e os processos mentais, a psicologia tem como foco principal o indivíduo, o ser humano, pelo que se aplica em todos os momentos da nossa existência, nas diferentes formas através das quais nos expressamos.

A psicologia começa a fazer parte das nossas vidas logo a partir da infância, pois para além de esta ser um período de grande desenvolvimento físico, é também um período no qual o ser humano se desenvolve psicologicamente. A infância envolve mudanças graduais no comportamento de uma pessoa e a aquisição das bases da sua personalidade. Por estes motivos, os pais de uma criança possuem um papel fundamental no seu desenvolvimento psicológico, pois são os principais responsáveis por cuidar da criança, através da aprendizagem de bons hábitos comportamentais e do cumprimento das suas necessidades.

As necessidades psicológicas de uma criança são normalmente estabelecidas pelas aptidões e pelos traços de personalidade que os pais esperam que o seu filho desenvolva. Algumas destas necessidades são incentivadas pela sociedade em geral, outras apenas em algumas culturas. No entanto, todas as crianças possuem certas necessidades psicológicas, tais como sentir-se amadas pelos pais. Muitas vezes, quando estas necessidades não são preenchidas, as crianças podem vir a desenvolver sérios problemas emocionais.

A psicologia está também presente nos processos educativos. A aplicação da psicologia no ensino e nas escolas é muito frequente, pois educar é um processo que implica moldar mentalidades, personalidades, promovendo atitudes voltadas para a apreensão e compreensão, atingindo assim um determinado nível de cultura e de entendimento por parte dos alunos. Portanto, qualquer professor deve interessar-se pela forma como os seus alunos aprendem e se desenvolvem, para além de saber identificar e lidar com os diversos perfis psicológicos dos seus alunos.
           
Importa ainda realçar que se espera mais responsabilidade e maturidade de um indivíduo quando este passa a frequentar a escola regularmente, a partir dos seis anos de idade aproximadamente. Isto porque a escola é um lugar onde existem regras e onde os padrões de comportamento são bem definidos.

 Mas estes não são os únicos momentos através dos quais a psicologia se manifesta. A psicologia está presente todos os dias, nas nossas atividades quotidianas. Muitas vezes fazemos uso dela sem saber, nas nossas convivências com outras pessoas ou quando nos questionamos sobre nós próprios.
           
Geralmente, lidamos bem com as adversidades do dia a dia, enfrentamos as dificuldades que vão surgindo e apreciamos os bons momentos. Mas nem sempre é fácil superar os obstáculos que a vida nos propõe. Existem muitas pessoas que simplesmente preferem esconder o seu sofrimento, e embora desejem conversar sobre a sua situação, não tomam essa iniciativa, pois pensam que ninguém será capaz de compreender os seus problemas. Porém, na minha opinião, esta atitude não é correta. Quando algo nos incomoda ou magoa e não encontramos recursos suficientes em nós próprios para entender e enfrentar essa situação, devemos procurar apoio psicológico. 

Um psicólogo é alguém capaz de nos ouvir e de nos ajudar a encontrar um ponto de equilíbrio entre as nossas emoções, pensamentos e comportamentos, para promover atitudes que tragam o bem-estar e a segurança de volta às nossas vidas. É alguém que nos ajuda a identificar e a refletir acerca dos nossos problemas e necessidades.
            
Afinal, parece-nos lógico que alguém com dificuldades visuais procure um oftalmologista, ou que alguém que tenha partido um dente procure um dentista. Porém, já não é assim tão óbvio que alguém com problemas psicológicos procure um psicólogo. Penso que existe um antigo preconceito de que a psicologia só trata de loucos, ou então de que todos os tratamentos são dispendiosos e longos.

Por isso, penso que procurar ajuda psicológica revela coragem e maturidade, pois no fundo significa encarar os nossos problemas, conversar acerca das coisas que nos fazem sofrer ou sentir infelizes, para aprender formas de lidar com essas mesmas dificuldades. É uma oportunidade de nos auto-conhecermos e um investimento na nossa qualidade de vida e no nosso crescimento pessoal.

Maria Oliveira

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Wolfgang Köhler

Psicólogo alemão, Wolfgang Köhler nasceu a 21 de Janeiro de 1887, em Tallinn, na Estónia, e foi um dos mais famosos teóricos da psicologia.
Estudou na Universidade de Berlim e deu aulas na Universidade de Frankfurt. De 1913 a 1920 dirigiu em Tenerife um departamento de pesquisa na Academia de Ciências Prussiana, efectuando experiências com chimpanzés na tentativa de perceber a forma como estes resolviam problemas, ou seja, tentando avalia-los em termos de aprendizagem e percepção.
Em 1921 Köhler tornou-se director do Instituto de Psicologia e foi professor de Filosofia na Universidade de Berlim, levando a cabo uma série de experiências que lhe permitiram explorar alguns aspectos da teoria da Gestalt.







O psicólogo Köhler realizou  varias experiencias que consiste em colocar um animal faminto numa jaula onde eram penduradas bananas que o animal não conseguia alcançar. O chimpanzé resolveu o problema quando puxa um caixote e o coloca sob a fruta a fim de alcança-la. Segundo Köhler, a solução encontrada pelo chimpanzé não é imediata e só ocorre quando o macaco tem uma visão global do campo e estabelece a relação entre o caixote e a fruta. Esta experiencia mostra que os animais, no caso do macaco, são capazes de perceber a realidade permitindo uma acção não planeada pela espécie. Portanto, não se trata de uma acção instintiva, de simples reflexo, mas de um ato de inteligência. Nos animais que agem de acordo com o instinto a acção é invariável de indivíduo para indivíduo, porém em animais dotados de inteligência as acções são flexíveis e capazes de se adaptar as necessidades momentâneas, tanto que um dos chimpanzés, Sultão o mais inteligente, foi capaz de encaixar um bambu em outro para alcançar a fruta.





                                                                                             Hugo Oliveira

Psicologia do Desporto de Alto Rendimento

A competição exerce uma influência decisiva sobre o comportamento emocional do ser humano. A tensão emocional oriunda das altas exigências psicofísicas dos estímulos do treino e da competição desportiva leva o indivíduo a apresentar comportamentos contrários à sua condição de atleta. A prontidão para a máxima performance deve ser uma das virtudes do atleta de alto rendimento, virtude esta que pode ser extremamente abalada diante de um quadro de stress psicológico.
O estado psicológico do atleta é um factor determinante para o seu máximo rendimento, pois toda a acção mecânica relaciona-se directamente ao estado emocional do indivíduo.
Essa relação entre movimento e estado emocional deve ser considerada para a otimização dos processos do treino desportivo. Assim, o sucesso no desporto dependerá não apenas da preparação dos aspectos físicos (força, velocidade, resistência, flexibilidade, coordenação), mas também dos aspectos mentais (concentração, auto-estima, motivação, ansiedade).


As influências desses aspectos não se dão separadamente, mas simultaneamente, pois consideramos que as reacções do organismo não ocorrem exclusivamente de maneira psicológica ou fisiológica, mas em resultado conjunto dessas duas partes, ou seja, psicofisiologicamente.


No desporto de alto rendimento, a preparação física, técnica e táctica dos atletas das diversas modalidades encontram-se num nível de desenvolvimento equivalente. O que faz a diferença entre o vencedor e o perdedor é o estado emocional do atleta ou da equipa diante das situações do confronto competitivo. Portanto, o estado psicológico óptimo é necessário para se poder reverter o treino para um desempenho vitorioso.

Hélder Araújo

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença do cérebro causada pela alteração da estrutura básica dos processos de pensamento, afetando essencialmente a capacidade cognitiva. Em torno de 1% da população é afetada sendo igualmente homens e mulheres.    

Caraterizada por uma dissociação das funções psíquicas e pela perda de contacto com o mundo exterior a esquizofrenia resulta numa profunda mudança da personalidade, do pensamento, dos afectos e do sentido da própria individualidade. É uma perturbação grave que leva o doente a confundir a fantasia com a realidade e que geralmente conduz a modos de vida inadaptada e ao isolamento social.


Hoje sabe-se que a doença pode ter causas genéticas e que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família. Os factores cerebrais e biológicos podem estar relacionados com o eclodir da doença: alterações bioquímicas e estruturais do cérebro.
Além disso as teorias psicanalíticas, por exemplo, remetem para a fase oral do desenvolvimento psicológico em que a ausência de relações interpessoais saudáveis estaria na origem da esquizofrenia. Também os fatores sociais podem propiciar a doença: muitas pessoas passaram por períodos de depressão, stress ou conflitos antes de se tornarem esquizofrénicos. Este ambiente desfavorável pode desencadear os mecanismos de disfunção mental, caraterística da esquizofrenia.

A evolução da esquizofrenia pode ser caraterizada por dois estadios, súbito ou lento. No estadio súbito, a doença manifesta-se rapidamente e tem uma evolução em escassos dias ou semanas, enquanto no estadio lento o diagnóstico precoce é muito mais difícil.
No caso da evolução lenta, a esquizofrenia no grupo dos jovens adultos pode mesmo ser confundida com as chamadas crises de adolescência e por este motivo frequentemente desvalorizada.

Os sintomas esquizofrénicos podem ser positivos e negativos. Os sintomas positivos caraterizam-se pelos delírios como pensamentos irreais e delirantes, como, por exemplo, as ideias de ser perseguido ou vigiado. Este tipo de sintomas costumam aparecer na fase aguda da doença e são as perturbações mentais mais graves e mais anormais: alucinações; percepções irreais, como ouvir, ver, saborear, cheirar ou sentir algo irreal, sendo mais frequentes as alucinações auditivas e visuais; pensamento e discurso desorganizado; alterações do comportamento, ansiedade e também impulsos agressivos.
Os sintomas negativos reflectem-se na falta de motivação e afectividade, ausência de emoções e deficiência quanto ao discurso, ao pensamento e às relações interpessoais, como resultados da perda das capacidades mentais. O isolamento social a apatia ou a indiferença emocional são também possíveis manifestações de sintomas negativos.





O filme "Uma Mente Brilhante" mostra-nos a história de um homem que sofre de esquizofrenia, doença contra a qual lutou durante anos. Este nunca deixou de acreditar e suportou provas que muitos não seriam capazes de aguentar. É um exemplo para todos aqueles que sofrem desta doença. O filme ajuda-nos a compreender melhor o dia-a-dia de uma pessoa esquizofrénica e ajuda também acabar com o preconceito que o ser humano tem com estes doentes.

Ana Martins

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Quem é Wolfgang Köhler?



Wolfgang Köhler foi um dos principais teóricos da Psicologia de Gestalt. Este senhor nasceu na Estônia em 1887 e faleceu no ano de 1967. Quando tinha apenas cinco anos Köhler mudou-se para o norte da Alemanha. Estudou na universidade em Tübinger, Bonn e Berlim, e doutorou-se orientado por Stumpf, na Universidade de Berlin, em 1909.

Köhler estudou o comportamento animal durante sete anos e em 1920 escreveu o livro Static and Stacionary Physycak Gestalts, onde sugere que a teoria da Gestalt consistia numa lei geral da natureza que pode ser amplamente aplicada em todas as ciências. Tornou-se professor de psicologia da Universidade de Berlim em 1922, tendo sete anos mais tarde publicado Gestalt Psychology, uma descrição completa do movimento da Gestalt. Após estes anos deixou então a Alemanha no ano de 1935. Em 1956, recebeu o Prémio de Destaque pela Contribuição Científica da APA, órgão que, em 1959, elegeu-o seu presidente.


O gestaltismo de Köhler

Wolfgang Kohler defendia que o todo é diferente da soma das partes. Existem princípios que determinam e organizam a nossa percepção, ou seja o modo como estruturamos a realidade:

1- Um conjunto é mais que a soma das partes que o constituem
2- A forma é a melhor possível nas condições presentes (princípio da boa forma ou pregnância)

Estes princípios permitem-nos afirmar que os estímulos que formam uma boa figura têm tendência a serem agrupados.




E porque diz Köhler que o todo não é a soma das partes? Simples, na realidade estas organizam-se segundo determinadas leis. Os elementos constitutivos de uma figura são agrupados espontaneamente. Esta organização é, segundo o gestaltismo, essencialmente inata.

A organização da nossa percepção será estudada pelos gestaltistas que enunciam um conjunto de leis:

- Lei da proximidade – perante elementos diversos, temos tendência a agrupar aqueles que se encontram mais próximos.

- Lei da semelhança – perante elementos diversos, temos tendência a agrupar os seus elementos por semelhanças entre eles.

- Lei do fechamento – perante algo inacabado, temos tendência a acabar, a fechar a forma (boa forma).











Adriana Costa

Cérebro: As diferenças entre Homem e Mulher

Os homens e as mulheres são diferentes por natureza, é certo que todos temos essa noção. Todavia, para além das diferenças anatómicas externas e dos caracteres sexuais primários e secundários, existem também outras diferenças relativamente à forma como o cérebro feminino e masculino processam a informação, a linguagem, as emoções, o conhecimento, entre outras coisas. Talvez esta seja uma explicação para o facto de existirem mais homens cientistas, engenheiros mecânicos, matemáticos e arquitetos do que mulheres.

Vários estudos demonstram que as mulheres apresentam um desempenho superior em relações humanas e tendem a ser melhores ao nível da comunicação e da proteção. Têm maior aptidão para expressar emoções e para recordar detalhes de eventos emocionais.

Os homens, por sua vez, tendem para áreas relacionadas com a capacidade de independência e de dominação. Os seus neurónios estão mais concentrados em áreas que comandam o sexo e a agressividade. Enquanto que os homens têm força corporal para serem capazes de competir com outros homens, as mulheres utilizam a linguagem para obter vantagens sociais, através da persuasão e da argumentação.

No entanto, o cérebro masculino e o cérebro feminino apresentam também uma série de diferenças fisiológicas e, embora sejam anatomicamente semelhantes, são muito diferentes a nível funcional. O cérebro das mulheres é aproximadamente 10% menor do que o dos homens. Porém, possui um maior número de ligações entre as células nervosas. O lóbulo parietal inferior (uma área que envolve atividades matemáticas), é maior no cérebro dos homens, pelo que estes costumam ser melhores em funções matemáticas. Já as mulheres, são bem sucedidas em tarefas verbais.

A baixa produção da substância química serotonina pelo cérebro feminino faz com que as mulheres estejam mais sujeitas a sentir depressão. As mulheres são ainda mais emotivas e expressam mais facilmente os seus sentimentos, pois o seu sistema límbico é mais desenvolvido que o dos homens. Por fim, o cérebro masculino é programado para a compreensão, enquanto que o feminino é mais voltado para a empatia.
Ao tomarmos conhecimento de toda esta informação, a pergunta que surge muitas vezes é: Afinal, o que é que originou estas diferenças de género em função e estrutura? A Sociedade de Neurociência propõe a seguinte resposta: “Em épocas muito antigas, cada sexo tinha um papel muito específico que ajudaria a assegurar a sobrevivência da espécie. Os homens da caverna caçavam e as mulheres recolhiam comida e cuidavam das crianças. As áreas do cérebro podem ter sido desenvolvidas de modo a que cada sexo realizasse as suas respetivas tarefas.”

Por isso, apesar de todas estas diferenças, podemos concluir que o homem e a mulher se complementam. Como tal, penso que o conhecimento destas diferenças estruturais e funcionais é muito importante, na medida em que nos torna mais aptos para corrigir as nossas fraquezas e para aperfeiçoar as nossas habilidades e competências. Permite também uma maior compreensão das características que nos distinguem, tirando assim um melhor proveito dos nossos relacionamentos.

Penso que cada género tem as suas particularidades e isso não é necessariamente um aspeto negativo. É claro que nem todas as diferenças são absolutas, aliás, muitas delas variam de acordo com a personalidade de cada um. Mas haverá sempre diferenças, pelo que é fundamental saber reconhecê-las, não só para nos respeitarmos mutuamente, mas também para que nos conheçamos melhor a nós próprios.

Aqui está uma apresentação de Mark Gungor acerca das características do cérebro masculino e feminino. Esta apresentação, embora não seja cientificamente correta, joga de forma divertida e perspicaz com os estereótipos sócio-culturais dos nossos dias.


   
Maria Oliveira

Marionetas da sociedade?


O conceito de atitude é, vulgarmente, visto como um sinónimo de comportamento. No entanto, em psicologia social, o termo atitude tem um outro significado. Uma atitude é uma tendência para responder a um objeto social, de forma favorável ou desfavorável. Assim sendo, não é um comportamento, mas sim uma predisposição, permitindo-nos interpretar, organizar e processar informações.
Contudo, dependendo das circunstâncias em que nos encontramos, o nosso comportamento irá variar. Este facto é um processo natural e saudável, visto que existem diferentes regras e padrões de comportamento nas mais diversas situações. Ou seja, qualquer ser humano minimamente consciente do comportamento em sociedade, não irá agir de igual modo no seu ambiente familiar e no seu ambiente profissional. Faz tudo parte de um encadeamento que origina aquilo a que nós chamamos “normal”, “usual” – é um hábito comportamental.
É também do conhecimento geral, que todos nós somos fortemente influenciados pelos membros do grupo no qual estamos inseridos. Mas existe uma enorme diferença entre sermos influenciados (retendo ou assimilando apenas as informações e comportamentos que achamos benéficos, contribuindo assim para o nosso crescimento pessoal) e sermos manipulados (agindo de acordo com os que nos rodeiam, alterando o nosso modo de agir com o intuito de agradar os mesmos).
Por outras palavras, para que nos consigamos melhor relacionar e integrar na sociedade em que estamos será necessário tornarmo-nos verdadeiras “marionetas da sociedade”? No meu ponto de vista, a resposta a esta pergunta é definitivamente óbvia. Um redondo “não”. Em primeiro lugar, para que sejamos aceites e para que nos integremos numa qualquer sociedade não é, de todo, preciso seguir aquilo que os outros nos dizem para fazer e/ou dizer. Acima de tudo temos de nos aceitar a nós mesmos, agindo em conformidade com a nossa consciência (qualidade da mente que engloba a subjetividade, a autoconsciência, a capacidade de nos percebermos a nós mesmos e a nossa relação para com o ambiente), fazendo as opções que pensamos serem as mais corretas no momento em questão. Contribuir para um ambiente saudável em comunidade não é sinónimo de agradar, mas sim de discutir os assuntos pertinentemente e de forma democrática para assim demonstrarmos a nossa opinião, as nossas filosofias de vida. E, hoje em dia, mais do que nunca, precisamos de nos fazer ouvir. Precisamos de expor os nossos pensamentos provocar a mudança em prol do bem comum, sem esquecer que cada ser humano é único e insubstituível, executando-o então de forma a respeitar as outras opiniões e chegar a um consenso.

Cesarina Ferreira

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Edward Thorndike

Thorndike é um dos mais importantes pesquisadores no desenvolvimento da Psicologia animal. Ele elaborou uma teoria objectiva e mecanicista da aprendizagem que se concentra no comportamento manifesto. Acreditava que a Psicologia tem de estudar o comportamento e não os elementos mentais ou experiências conscientes de qualquer espécie Thorndike criou uma abordagem experimental que designou de Conexionismo, pois concentrou-se nas conexões entre estímulos e respostas, e alegando que a aprendizagem não envolve uma reflexão consciente. As suas conclusões derivam das pesquisas que fez utilizando uma caixa-problema, em que um animal era colocado na caixa e tinha de aprender a pressionar uma alavanca para sair.
Os estudos de Thorndike com gatos envolviam a colocação de um gato privado de alimento na caixa. Colocava-se comida fora dela como recompensa para a fuga e o gato tinha de puxar a alavanca para sair da caixa e atingir o alimento. Inicialmente o gato exibia um comportamento algo caótico, empurrando, farejando, dando patadas…acabando por descobrir o comportamento correcto e a porta abria-se.

Na primeira tentativa, este comportamento ocorria por acaso, em tentativas sucessivas os comportamentos aleatórios iam sendo cada vez menos exibidos, até a aprendizagem se completar, ou seja, após colocado na caixa, o gato dirigia-se logo à alavanca, accionando-a.
Thorndike concluiu que tendências de resposta mal sucedidas (as que não faziam com que o gato saísse da caixa) iam sendo menos frequentes, enquanto que as respostas que levavam ao êxito eram incorporadas - Aprendizagem por Tentativa e Erro. A incorporação ou redução de uma dada resposta foi formalizada por Thorndike como a Lei do Efeito: "todo o acto que, numa dada situação, produz satisfação, fica associado a essa situação, de maneira que, quando a situação se repete, o acto tem mais probabilidade de se repetir do que antes. Inversamente, todo o acto que, numa dada situação, produz desconforto, torna-se dissociado dessa situação, de maneira que, quando a situação se repete, o acto tem menos probabilidade de se repetir do que antes". Uma outra lei formulada e que vai de encontro com esta é a Lei do Exercício ou Lei do uso e do Desuso: "toda a resposta dada numa situação particular fica associada a essa situação. Quanto mais é usada na situação, mais fortemente a resposta se associa com ela. Inversamente, o desuso prolongado da resposta tende a enfraquecer a associação". O seu trabalho foi influenciado por várias correntes, dentre elas estão:

1– Teoria Evolucionista de Darwin – aproximou o comportamento humano e animal.

2– Tradição Associacionista – presumiu que a aprendizagem é a formação de laços associativos, ou conexões, processo de ligação de acontecimentos físicos (estímulos e respostas) e acontecimentos mentais (coisas sentidas ou percebidas), em várias combinações. Thorndike achava que o principal caminho para a formação de conexões do tipo E-R era através de ensaio e erro ao acaso, via a aprendizagem como uma série de vínculos estímulo-respostaa (E – R), que podiam ser fortalecidas ou enfraquecidas.
"A aprendizagem, era, basicamente, um empreendimento de tentativas e erros", ele prestou pouca atenção à possibilidade de formação de conceitos ou de pensamento e posteriormente formulou 3 leis da aprendizagem:

1 – Lei da prontidão:
Quando o organismo se encontra num estado em que as conexões E-R(unidades de transmissão) estão prontas a transmitir, então a transmissão é satisfatória. Caso contrário, a transmissão é perturbada – é um fenómenos momentâneo, uma espécie de momento neurologicamente ensinável.

2 – Lei do exercício (" Lei do uso e do desuso")
Quanto mais uma conexão E-R for utilizada, mais forte se tornará, e quanto menos for utilizada mais fraca se tornará – a prática leva á perfeição – a prática apenas leva a uma melhoria se for seguida de uma informação retroactiva positiva ou de uma recompensa.
A prática sem qualquer conhecimento das consequências do acto, não tem qualquer efeito sobre a aprendizagem.

3 – Lei do efeito (mais importante)
As conexões E-R são fortalecidas se forem seguidas de uma recompensa e enfraquecidas se for seguida de uma punição. Thorndike via os humanos quase como máquinas, porem as suas descobertas foram muito importantes para a mundo e para a psicologia.


Portanto, o video da-nos uma ideia de como Thorndike trabalhava e fez as suas descobertas, e ajuda a perceber tudo muito melhor. a expressão: "pai da psicologia da aprendizagem", acho que se adequa bem devido aos seus estudos e contribuição de Edward Thornike para a psicologia. 
Ricardo  Gonçalves

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Reflexologia de Pavlov


Pavlov, ao estudar as secreções gástricas, descobre que sempre que era apresentado um estímulo eram produzidas secreções, facto que acontecia de um modo semelhante em todos os elementos de uma espécie animal: são chamados reflexos inatos [reacções automáticas naturais]; (ex.: num cão verifica-se a produção de saliva quando é apresentado um alimento, facto que serve para ajudar a ingestão do alimento.)


Para além destes reflexos descobre que se podem desenvolver reflexos aprendidos podendo assim proceder-se a uma alteração dos comportamentos. Os reflexos aprendidos ou condicionados eram produzidos pela associação de um estímulo novo (estímulo que não produzia inicialmente nenhuma resposta específica) ao estímulo antigo (estímulo que já desencadeava o reflexo inato).

Para Pavlov, aquilo que se denominava por espírito mais não era do que a actividade do cérebro. Dedica-se, por isso, a estudar profundamente a actividade nervosa superior, estabelecendo um conjunto de leis fisiológicas que acabaram por lhe merecer o Prémio Nobel da Medicina em 1904. É no córtex cerebral que se vão formar, modificar e desaparecer os reflexos condicionados.
A psicologia estaria limitada ao estudo dos reflexos: os reflexos - inatos e condicionados - seriam o fundamento das respostas dos indivíduos aos estímulos provenientes do meio. E é a partir das suas pesquisas sobre o condicionamento que Pavlov vai explicar os processos de aprendizagem, destacando-se o estudo sobre a aquisição da linguagem.

O Condicionamento: apresentando repetidamente o estímulo novo e de seguida o estímulo antigo (do qual resultava a resposta inata) o estímulo 2 passava a ser semelhante ao estímulo 1. Após um determinado número de repetições bastava apresentar o estímulo 2 para obter a resposta inicialmente provocada pelo estímulo 1.
(ex. tocando uma campainha antes de se apresentar a comida ao cão este começava a salivar não só quando via o alimento - reflexo inato - mas também ao ouvir a campainha - reflexo condicionado).



    Para realizar esta experiência foi necessário isolar o cão do meio externo, controlando todos os estímulos que este recebia (sons, imagens) pelo que até o som do tratador a aproximar-se passou a significar a possibilidade de comida.   Contudo este condicionamento não era definitivo já que após algumas situações sem apresentação da comida, o cão deixava de responder à campainha. As formulações de Pavlov e de seu colaborador Bechterev influenciaram a psicologia norte-americana através da escola behaviorista. Skinner, posteriormente, vai caracterizar as formas de condicionamento pavlovianos - watsonianos como "respondentes" em contraposição aos condicionamentos operantes. O comportamento respondente corresponderia às acções vinculadas ao sistema nervoso autónomo, enquanto que o comportamento operante está ancorado no sistema nervoso central. Atualmente este tipo de condicionamento é identificado como condicionamento clássico sendo depois desenvolvido por Skinner num condicionamento operante.


Nuno Pedrosa

Opinião pessoal sobre o filme Shutter Island

Antes de mais quero referir que gostei bastante do enredo do filme.
Na minha opinião o protagonista possui uma certa perturbação mental. Acho que Teddy Daniels criou toda aquela história de vida para esquecer o seu passado e todas as perturbações de guerra.

O filme durante todo o seu enredo leva-nos a pensar que ele era um oficial da polícia que investigava o desaparecimento da paciente Rachel Solando. Contudo, através dos médicos ficamos a saber o seu problema. Provam-o com as fotografias que lhe mostraram, onde nessas fotografias aparecem as pessoas que lhe apareciam nos sonhos e visões, ou seja, os seus filhos e a sua mulher.

Após as revelações o protagonista reconhece o seu problema, e tem consciência de que a mulher matou os filhos e que ele a matou a ela. Finge-se depois de louco para ser submetido à lobotomia.

Adriana Costa

Construtivismo - Piaget

Jeam Piaget (1896-1980) foi um epistemólogo, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Tem uma abordagem construtivista principalmente porque nos ajuda a pensar o conhecimento científico na perspetiva da criança ou daquele que aprende.
O seu estudo é principalmente centrado em compreender como o aprendiz passa de um estado de menor conhecimento a outro de maior conhecimento, o que está intimamente relacionado com o desenvolvimento pessoal do indivíduo.
Para este teórico o sujeito é um elemento ativo no processo de conhecer, isto é, é um elemento decisivo nas mudanças que ocorrem nas estruturas do conhecimento, da inteligência Assim o conhecimento é um processo dinâmico há permanentemente interação entre o sujeito e o objeto não sendo possível separa-los. Este processo de interação decorre em etapas sequenciais que Piaget designa por estádios de desenvolvimento cognitivo (sensório-motor vai do nascimento até aos 18 meses; pré-operatório começa com a linguagem e vai até aos 7 anos; operações concretas vai dos 7 aos 12 anos, a criança é capaz de raciocinar sobre objetos manipuláveis; operações formais surge por volta dos 12 anos, a criança é capaz de raciocinar sobre hipóteses, sobre proposições).


No entanto Piaget aponta a existência de alguns fatores que condicionam o desenvolvimento cognitivo como são o caso da hereditariedade, da transmissão social, da experiência física e da equilibração.
Para Piaget, conhecer é agir e transformar os objetos. O conhecimento não se reduz ao simples registo feito pelo sujeito dos dados já organizados no mundo exterior. O sujeito apreende e interpreta o mundo, através das suas estruturas cognitivas. Mas o sujeito não se encontra apetrechado com estruturas inatas. Essas estruturas são formadas graças à atividade do sujeito no contato com o meio que está em devir permanente. O teórico afirma que o desenvolvimento do ser deve tratar-se de uma análise do todo, pois a análise de uma parte não nos dirá muito acerca das restantes. Nesta teoria o meio é claramente passivo e o sujeito é ativo.






O vídeo mostra nos que o construtivismo não é um simples método de ensino, mas sim, representa as fases da construção do desenvolvimento cognitivo da criança facilitando o trabalho e a compreensão do entendimento cognitivo, emocional e afetivo. Mostra nos também que o erro é um elemento fundamental na construção do conhecimento e da inteligência.


Ana Martins

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Abordagem Behaviorista - J. B. Watson



John Broadus Watson (1878-1958), um dos mais importantes psicólogos americanos, tornou-se o pai da psicologia do comportamento ou simplesmente "behaviorismo" (uma das correntes mais importantes do séc. XX), ao publicar o artigo "A Psicologia como um behaviorista a vê". Este artigo apresentava a Psicologia como uma "teoria e método de investigação psicológico que procura examinar mais objetivamente o comportamento humano e animal, com especial atenção aos factos objetivos (estímulos e reações)" com a finalidade de estabelecer leis gerais (estatísticas) do comportamento, sem fazer recurso à introspeção (defendida por Wundt). O behaviorismo é um conceito generalizado que engloba as mais diversas teorias sobre o comportamento, dentro da Psicologia.

De facto, o que esta teoria defende, é que o comportamento é caracterizado pela resposta dada a estímulos externos, isto é, nós não herdamos comportamentos, medos, nós não tememos algo apenas porque os nossos pais também o temiam, nós temos essa sensação depois de ter experienciado uma situação ou ter adquirido "hábitos" num ambiente concreto que nos fez repudiar alguma coisa. Watson não nega o estudo da consciência, mas insiste em que "estas experiências internas não podem ser objeto da ciência por não serem objetivamente observáveis".

Numa ideia mais generalizada, o behaviorismo relaciona o comportamento animal com o comportamento humano, colocando a Psicologia ao nível das outras ciências experimentais como, por exemplo, a física.
A mais importante e conhecida das experiências de John Watson, terá sido o caso da experiência do bebé Albert em 1920, que consistia em colocar um bebé sentado juntamente com a sua mãe (para lhe oferecer proteção), e gradualmente iam sujeitando o pequeno Albert a animais, que normalmente são repudiados pelos bébes ou até pelas pessoas mais adultas, mas Watson prova que tudo é influenciado pelo ambiente, somente pelo ambiente, como podemos então verificar no seguinte video:



Uma das maiores críticas à corrente behaviorista assenta no facto de os seus defensores excluírem os fatores genéticos como determinantes do comportamento humano, contrariando assim o que foi afirmado pelos geneticistas e maturacionistas.

Joaquim Oliveira

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ser ou não ser? - Eis a questão!

O meu interesse pela clonagem despertou quando vi o filme “A Ilha” de Michael Bay, no qual o realizador faz de uma hipótese não muito longínqua, uma realidade momentânea e, devo dizer, assustadora. Ao debruçar-me sobre as ideias que o filme retratava, comecei a pensar e, simultaneamente, comecei a questionar-me. Poderemos considerar a clonagem uma nova concepção de vida? Será mais uma prova de evolução do Homem? Representará “duplicar” uma alternativa a “reproduzir”? Será mais fácil lidar com clones humanos, réplicas de um só indivíduo ou com a diferença, que caracteriza cada canto do nosso mundo?

A verdade é que as réplicas não são tão exatas assim. Ou seja, um clone perfeito pode ser idêntico à pessoa a ser clonada, relativamente à identidade genética, que é definida pelas características comuns. Mas, terá ele a mesma identidade específica? Se ao clonar uma pessoa for considerado que o clone se trata de um gémeo com alguns anos de diferença, o clone será idêntico ao indivíduo que lhe deu origem a nível físico. No entanto, nascerá noutra época e viverá outras experiências, pelo que poderá vir a ser bem diferente do ser clonado.

Por estes motivos, é de facto possível clonar a componente biológica do indivíduo, mas não a sua personalidade. Porém, isto não impede que um clone não possa vir a ter sérios problemas de ordem psicológica e conflitos de identidade, devido às grandes semelhanças com o doador do DNA.


Nos dias que correm, cultiva-se a ideia segundo a qual alguns homens podem ter um domínio total sobre a existência dos outros, chegando ao ponto de programarem a sua identidade biológica. Penso que esta concepção seletiva apenas provocará uma grave quebra cultural e social. Além do mais, a diferença é o que torna um ser humano pessoa e é essa diferença que caracteriza cada um, porque só essa diferença faz mover o mundo. Como podemos nós projetar um plano que apaga aquilo que nos torna únicos no futuro? Afinal, que direitos são esses que um homem tem sobre outro homem? Que poder pode existir em não ser livre de pensar, de agir? Simplesmente penso que não existe qualquer vantagem em fazer uma cópia humana com o propósito de utilidade ou necessidade de outro alguém. Não é correto. 

Na minha opinião, é essencial não esquecer que a investigação científica é digna pelo facto de procurar meios para beneficiar a humanidade. Ora, é igualmente importante saber qual a fronteira entre o benefício e o incerto, tal como os riscos de uma incerteza tão grande como o dia de amanhã. 

A prática destes novos avanços científicos causaria efeitos negativos nos nossos relacionamentos, bem como a perda da variabilidade genética e, inevitavelmente, terminaria com o mistério da individualidade humana. Isto leva-me a crer que o mal da grandeza ao nível da ciência se deve a situações em que a consciência se separa do poder que as novas descobertas conferem ao Homem. 
Porém, eu questiono: Qual a consideração que devemos ter por esse poder, que prejudica interesses morais, os quais orientam a humanidade, quando comparado com a evidência da verdade em cada um de nós, naquilo que somos e na nossa existência? É urgente lembrarmo-nos de uma ideia fundamental: de que todos os homens são úteis à humanidade, pelo simples facto de existirem na sua autenticidade e nada deve contrariar isso.

Maria Oliveira

Santíssima Trindade – Um código de vida

Não podemos definir um ser humano sem referirmos alguns aspetos fundamentais. O ser humano não é algo independente do mundo que o rodeia. O ser humano é corpo, é alma, é cultura, é história.
Ao contrário dos animais irracionais, o Homem é um ser bio-cultural. Isto porquê? Tudo o que é instintivo é natural, é inconsciente e isto é o que principalmente caracteriza os animais. E, apesar destes, por vezes, realizarem determinadas atividades que nos podem levar a concluir que também possuem cultura (como por exemplo os pássaros fazerem os seus ninhos), somos imediatamente refutados pelo facto destas mesmas atividades serem algo instintivo com um objetivo comum – a sobrevivência.
A cultura influência inevitavelmente os pensamentos, as perceções, os sentimentos, opiniões e os comportamentos dos respetivos membros. Encoraja, promove e sustenta modos de ser e, por sua vez, estes parecem ser naturais e estar presentes em todos os lugares. A cultura é tudo aquilo que é, pelo Homem, acrescentado à natureza e, a menos que um ser humano seja criado num ambiente selvagem este possuirá sempre cultura. Caso contrário, revelará em quase todas as suas atividades um comportamento animal e muito mais biológico do que o Homem comum. Pelo que irá colocar acima de tudo, a satisfação das suas necessidades, independentemente do custo dessa mesma satisfação.
Ou seja, apesar do Homem viver muito em função das necessidades que pretende “saciar”, este irá fazê-lo de acordo com a sociedade em que está inserido, o que implica que respeite várias regras, hábitos e crenças de maneira a contribuir para uma maior estabilidade social, impedindo assim que se confunda a civilização com uma autêntica “selva”.
Por último, contudo não menos importante, um fator que é simultaneamente fundamental para definir qualquer ser humano é o seu passado, a sua história, as suas vivências.
Na minha opinião, ninguém tem a legitimidade de julgar ninguém (com exceção do poder judicial de cada cultura, não obstante sempre dentro de determinados limites, como é óbvio) e muito menos sem ter conhecimento do passado da pessoa a quem se pretende realizar essa avaliação comportamental. Todos nós temos as nossas próprias experiências de vida e existem, sem sombra de dúvida, algumas componentes passadas que podem atenuar certas atitudes. Por estes mesmos motivos é que se torna essencial analisar esta componente mais “a longo prazo”, com o intuito de se obter, assim, conclusões muito mais viáveis e, se é que podemos dizer isto, mais corretas.
Cesarina Ferreira