quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tem normas!

Muzaref Sherif
A influência social manifesta-se em três grandes processos, normalização, conformismo e obediência.
Como neste blogue já foi abordado o conformismo e a obediência, neste artigo vamos esclarecer o termo normalização.
Através do processo de socialização, integramos um conjunto de regras, de normas vigentes na sociedade em que estamos inseridos, e que regulam os nossos comportamentos.
As normas estruturam as interações com os outros, são aprendidas nos vários contextos sociais, sendo a sua aprendizagem muitas vezes inconsciente e são um fator imprescindível na nossa vida, permitindo uma certa estabilidade do meio e uma maior facilidade na aprendizagem de comportamentos. Por outro lado, sem as normas a relação interpessoal seria mais difícil, ou seja, não conseguiríamos descodificar, nem prever o comportamento das pessoas com quem estabelecêssemos uma interação. 
Para Muzafer Sherif, fundador da psicologia social moderna, as normas são “uma escala de referências ou avaliações que define a gama de comportamentos, atitudes e opiniões permitidas e repreensíveis”.
Partindo do conceito "quadro de referência", que se traduz, em geral, na tendência que os indivíduos possuem de organizarem as suas experiências e estabelecerem relações entre estímulos com o intuito de dar significado aquilo que é experimentado, Sherif executou uma experiência para mostrar como ocorre o processo de formação de normas. Basta colocar um indivíduo numa sala totalmente às escuras e acender uma luz fraca durante um momento e este verá a luz mover-se. Contudo, a verdade é que a luz mantém-se imóvel. 
Deste modo, tendo como base um estímulo ambíguo, Sherif colocou como hipóteses: numa situação marcada pela incerteza, um indivíduo procura estabelecer uma norma que lhe permita estabilizar a situação; numa situação marcada pela incerteza vários indivíduos que possuem estatutos equivalentes, poderão influenciar-se mutuamente por forma a produzir normas aceitáveis por todos; as normas estabelecidas numa situação de grupo manter-se-ão, aquando da posterior inserção de cada indivíduo isolado na mesma situação.
Assim, os indivíduos tinham que avaliar, numa sala completamente às escuras, a deslocação de um ponto luminoso, efetivamente fixo, e efetuar estimativas. 
Numa primeira condição experimental, os sujeitos são estimulados individualmente e, portanto, criam um quadro de referência (norma) individual. Posteriormente são colocados numa situação de grupo e fazem convergir as normas individuais para as normas de grupo. 
Numa segunda condição experimental é criado, inicialmente, um quadro de referência a nível grupal e, posteriormente, os indivíduos são colocados isolados na mesma situação. Neste caso, os quadros de referência continuaram a ser utilizados mesmo na ausência de um grupo, o que nos leva a concluir que os grupos são geradores de quadros de referência para a relação dos indivíduos com o meio que os envolve.
Em suma, Sherif afirma que “o fundamento psicológico do estabelecimento de normas sociais, tais como os estereótipos, as modas, as convenções, os costumes e os valores, é a formação de quadros de referência comuns enquanto produtos do contacto dos indivíduos entre si”.

Joaquim Oliveira

Auto Realização


       “Um músico deve fazer música, um artista deve pintar, um poeta deve escrever, se realmente quiser estar em paz consigo mesmo. O que um homem pode ser, deve ser.” (Maslow)

        As necessidades de auto-realização correspondem ao nível mais elevado de existência humana, envolvendo o aperfeiçoamento e uso das nossas mais altas qualidades e capacidades: são o estádio final do nosso desenvolvimento – embora muito poucos seres humanos o atinjam.
       Segundo Maslow, as pessoas auto-realizadas possuem características comuns de personalidade:
  •     Atingem um elevado nível de desenvolvimento moral e se preocupam mais com o bem-estar das pessoas amigas e amadas, com a humanidade, relegando para segundo plano a preocupação consigo próprias;
  •   São criativas, espontâneas, inconformadas, dão valor à independência, à privacidade e simultaneamente, à amizade e intimidade;
  •             Empenham-se numa atividade mais pelo valor próprio que esta possui do que pela perspetiva e expetativa de fama e dinheiro.

      Maslow considerava que o número de pessoas que atinge a auto-realização é muitíssimo reduzido: largos milhões de pessoas estão a esse respeito limitadas, quer pelos padrões culturais do meio, quer pela terrível luta pela sobrevivência, daí a apatia e a alienação.
Rui Leitão

sábado, 26 de maio de 2012

"Nascidos digitais"

Numa pesquisa feita no âmbito das novas tecnologias, concluiu-se que pessoas nascidas depois de 1980 são multitarefadas e capazes de realizar várias atividades ao mesmo tempo. Estas, que nasceram conectadas à Internet, veem televisão, fazem os trabalhos de casa, partilham ideias nas redes sociais e ainda ouvem música, tudo ao mesmo tempo. O rendimento escolar é uma das áreas mais afetadas por este estilo de vida.
Ainda com esta mesma pesquisa, pode-se afirmar que estas pessoas, jovens, nascidos na era digital, alternam os meios de comunicação (Internet, tablets, smartphones, TV, revistas, consolas, entre outros) em média 27 vezes por hora. A constante alteração entre dispositivos mudam a maneira como estes jovens se focam nas tarefas a desempenhar. A sua atenção está cada vez mais superficial e menos concentrada. Os impactos nas questões sociais, educacionais e no mercado de trabalho são já notáveis.
Muitos destes encontram na Internet a possibilidade de serem autodidatas, isto é, que têm a capacidade de aprenderem sozinhos e apenas aquilo que é de interesse individual.
Os múltiplos estímulos, como os vídeos, os blogs e os fóruns de discussões, facilitam o processo de aprendizagem sobre os assuntos selecionados pelos jovens. 
Isto é excelente para o crescimento pessoal desses jovens, mas gera uma concorrência indisputável com as tradicionais aulas de matemática e geografia, por exemplo.
Novos métodos de ensino, mais dinâmicos e chamativos, terão de conquistar os jovens dentro das salas de aulas. Essa adaptação à cultura digital já começou a acontecer. Uma delas é o Youtube que para educar dispõe de vídeos educacionais dos mais variados temas. 
Muitas pessoas confundem o estilo de vida com o Transtorno de Défice de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um problema de saúde mental que se caracteriza por um padrão de desatenção e hiperatividade elevado. 
Algumas curiosidades acerca destes jovens: 54% destes "nascidos digitais" preferem mandar mensagens de texto a falar com as pessoas por telefone; 65% levam os seus telemóveis para qualquer lado que vão; é possível que as empresas atribuam cada vez, aos seus funcionários mais jovens, o desenvolvimento de estratégias de marketing e média que se adequem ao comportamento dessa geração; são mais propensos a desenvolverem a nomofobia, o medo de ficar sem telemóvel ou qualquer outro aparelho de comunicação móvel.

Joaquim Oliveira

Sonhar é a melhor forma de superar!

Um estudo realizado na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, comprovou que sonhar é uma espécie de terapia noturna. Isto acontece porque há um determinado estágio do sono, conhecido como REM (Rapid Eye Movement), na qual o químico do cérebro que provoca ansiedade se encontra desligada, o que nos permite processar emoções e libertar o peso das memórias mais difíceis. A investigação, dirigida por Matthew Walker, procura também explicar o motivo pelo qual certas pessoas que sofrem de stresse pós-traumático recuperam facilmente e não costumam ter pesadelos. De facto, o sono ajuda-nos a memorizar e a regular o humor. A equipa norte-americana salientou principalmente a importância da fase REM, na qual as memórias são reativadas, colocadas em perspetiva e posteriormente integradas.

Para estudo estudo, foram selecionados trinta e cinco adultos, divididos em dois grupos. Cada equipa tinha como tarefa ver cerca de cento e cinquenta imagens de carga emocional elevada, duas vezes por dia, durante um intervalo de doze horas. Enquanto isso, o cérebro dos voluntários era monitorizado por ressonância magnética. O horário dos grupos era variável: um grupo via as imagens de manhã e à noite, enquanto o outro via as mesmas imagens à tarde e pela manhã, após uma noite de sono. Ora, o último grupo apresentou uma redução significativa ao nível de reação emocional, revelando uma diminuição da atividade cerebral na zona responsável pelo processamento das emoções. A atividade cerebral durante o sono foi gravada e demonstrou a queda na concentração de um dos principais químicos associados ao stresse (norepinefrina). Os resultados foram publicados na «Current Biology» e indicam que, ao processar emoções na ausência deste químico, acordamos no dia seguinte com uma carga emocional bastante aliviada de experiências perturbadoras.

Maria Oliveira


terça-feira, 22 de maio de 2012

Cleptomania?

Evolução do Roubo
Cleptomania é um termo vulgarmente utilizado para designar um roubo patológico.
Esta doença tem como característica essencial o fracasso recorrente em resistir a impulsos de roubar objetos, mesmo estes não sendo necessários ou não tendo um valor monetário significativo.

Os indivíduos vivenciam um sentimento de crescente tensão antes do roubo e sentem prazer, satisfação ou alívio ao cometer o furto. O roubo não é cometido por vingança, nem em momento delírio ou alucinação.
Como disse anteriormente, os objetos tem um valor monetário muito reduzido, e normalmente é oferecido a alguém próximo ou até deitado fora, sendo este ato cleptomaníaco praticado sempre por um só indivíduo sem qualquer planeamento prévio.
A cleptomania do ponto de vista psicanalítico é uma somatização psicogénica por autocompensação que origina uma tendência contínua de roubar. A professora Elizabeth Moreschi da Faculdade de Pato Branco (FADEP), explica que, quando um impulso entra em contato com as funções cerebrais, primeiro acontece a reflexão e, só depois, a ação (a decisão de realizar o ato ou não). Na cleptomania, a pessoa não entra no estágio de reflexão. No instante em que tem o impulso, já realiza o ato, sem levar em conta as suas consequências.
Normalmente, este processo inicia-se na infância e a criança autocompensa-se com "coisas" consoante o estado psíquico do momento por uma profunda falta de afeto, uma carência de carinho e atenção, que a leva por vezes ao desespero, um perfeito descontrolo e uma ansiedade desenfreada, preferindo esta ser castigada a ser ignorada.
As tão conhecidas Lindsay Lohan e Lady Gaga são consideradas cleptomaníacas.

Contudo, neste momento de crise intensa, neste momento em que toda a ajuda é bem-vinda, em que há falta de emprego e consequentemente dinheiro, muitas pessoas recorrem ao roubo em supermercados, lojas de roupa, calçado e em muitos outros locais, para conseguirem algo que lhes faz falta. Apesar de popularmente se dizer que "roubar para comer não é pecado", não é só comida que estas pessoas roubam e aproveitam-se da crise para dizer que são cleptomaníacas.
Sendo assim, a cleptomania deve ser diferenciada destes atos comuns de roubo ou furtos em lojas, já que estes são deliberados e motivados pela utilidade do objeto ou pelo seu valor monetário, até porque se assim não fosse, não havia a palavra ministro mas sim cleptomaníaco.

Joaquim Oliveira

Cantar faz bem ao corpo e à Mente!


Como se costuma afirmar: “quem canta, seus males espanta”, mas com a evolução da sociedade podemos transpor este simples provérbio para algo mais factual. Cantar faz realmente bem à saúde (tanto a nível corporal como mental e, é claro, a nível espiritual). Cantar não é apenas uma das formas de expressão mais antigas do ser humano, mas também pode curar muitos males, garantem cada vez mais médicos, que recomendam a prática do canto com frequência, apesar de os estudos sobre seus efeitos benéficos sejam relativamente recentes.

Segundo várias pesquisas da doutora Gertraud Berka-Schmid (psicoterapeuta e professora da Universidade de Música e Artes de Viena) afirma que "Cantar é a respiração estruturada", explicando que o efeito fisiológico da respiração abdominal - a mais profunda - prevalece quando se canta, transformando-se numa espécie de massagem para o nosso intestino e num alívio para o coração. Além disto, garante a doutora, essa mesma respiração fornece ar adicional aos alvéolos pulmonares, impulsiona a circulação sanguínea e pode até melhorar a concentração e a memória.

Do ponto de vista da especialista, cantar é um excelente remédio para os males específicos dos dias de hoje, sendo que equilibra o sistema neurovegetativo e reforça a atividade dos nervos parassimpáticos (responsáveis pelo relaxamento do corpo). Este exercício vocal gera harmonia psíquica e fortalece o sistema imunitário, auxiliando em vários problemas como: transtornos a nível do sono, doenças circulatórias e a síndrome de burnout – a exaustão emocional.

Um estímulo nervoso excessivo pode levar a consequências como o isolamento e a acumulação de agressividade, estando então provado que o ser humano, através da voz, é capaz de expressar os seus sentimentos de tal maneira que pode desfazer um conjunto de más sensações. A respiração varia de acordo com as emoções do momento, pois quem está mais inquieto, por exemplo, tende a respirar de forma diferente daquele que se encontra triste. Na prática, observou-se que pacientes com Alzheimer, graças a uma música conhecida, recuperaram algumas lembranças, e pessoas apoplexia conseguiram voltar a falar através do canto, segundo a especialista. Em suma, o canto é uma ótima forma de eliminar o stress e auxiliar nalgumas funções vitais tanto a nível corporal como mental e, por isso, proibir as crianças de cantar porque "não sabem" é estar a privar a sua capacidade de "personificação" e o acesso à experiência do som.

Cesarina Ferreira

domingo, 20 de maio de 2012

Eu mando, tu obedeces!



No início da década de 70, Stanley Milgram interrogava-se sobre o processo que teria levado os militares alemães a exterminarem cerca de seis milhões de judeus e ainda sobre o massacre de May Lai, onde centenas de mulheres, homens e crianças teriam sido assassinados na cidade vietnamita May Lai por soldados do exército americano.
Desenvolve então uma experiência no âmbito da influência social: a submissão à autoridade.
Esta experiência consistiu em recrutar voluntários entre os 20 e os 50 anos, sendo que seriam remunerados no final. Inicialmente foi feito um sorteio no qual se decidia quem era o aluno (que levaria com choques se respondesse erradamente às questões) e o professor (que fazia as questões e exercia os choques no aluno caso este errasse). A descarga dos choques variava entre os 15 e 450 volts.
Obviamente a descarga nunca era real, apesar dos alunos simularem o sofrimento.
No fim da experiência, e depois de se registarem todos os desconfortos dos "professores", estes foram entrevistados e responderem que não teriam escolha, que apenas obedeciam a ordens, que a responsabilidade era do experimentador, tal como responderam os soldados alemães e americanos.
As condições que favorecem o comportamento obediente são, a proximidade com a figura obediente, isto é, quanto mais próximo fisicamente a figura de autoridade estiver de mim mais rapidamente obedecemos. Temos também a legitimidade da figura de autoridade, onde prevalece o quão conhecido ou não é essa pessoa. É legítimo considerar ainda a proximidade com que estamos sobre a vítima da nossa punição. E por último a pressão do grupo, na qual dois sujeitos se recusavam a obedecer à autoridade, influenciando o resto do grupo.
Este estudo indica que a obediência é uma manifestação da influência grupal que acontece quando as pessoas não se sentem responsáveis pelas ações que praticam sob ordens de alguém com autoridade, considerando que essa pessoa de autoridade é a responsável pelas consequências dos seus atos. As pessoas são influenciadas a comportarem-se de determinado modo através da aceitação de ordens que sentem a obrigação de cumprir, assim como acontece em toda a nossa vida. 


Joaquim Oliveira


O Medo

Afirma-se que o medo é o maior inimigo do homem. O medo está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento na nossa mente e que nós próprios temos medo dos nossos pensamentos. 
Por exemplo, um menino pode ficar paralisado pelo medo quando lhes dizem que há um homem mau debaixo da sua cama e que vai levá-lo, Quando o pai acende a luz e mostra-lhe que não há ninguém ele liberta-se do medo. O medo na mente do menino foi tão real como se houvesse de facto um homem debaixo da cama. 

Ele curou-se do pensamento falso que tinha na sua mente e a coisa que temia, na verdade, não existia. Da mesma forma, a maioria dos seus medos não têm base na realidade. Constitui apenas um conjunto de sombras sinistras e as sombras não têm realidade. 
Nós nascemos apenas com dois tipos de medos: o medo de cair e o medo do barulho. Todos os outros medos vão adquirindo-se ao longo da vida. O medo normal é bom, o medo anormal é mau e destrutivo. Permitir constantemente os pensamentos de medo ocasiona o medo anormal, obsessões e complexos. Temer alguma coisa persistentemente provoca um sentimento de pânico e terror. Nós podemos superar o medo anormal quando se sabe que o poder do subconsciente pode mudar os condicionamentos e realizar os desejos acumulados pelo nosso coração. 

"Faça aquilo que você receia e a morte do medo será certa." Ralph Waldo Elerson

Luís Lopes

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Atitude



 Atitude é a forma de agir ou ainda a maneira de significar um propósito (por exemplo, uma atitude ameaçadora). A outra definição prende-se com a postura/a posição do corpo: seja de um ser humano (quando se trata de uma posição que expressa algo com eficácia ou quando é determinada pelos movimentos do ânimo) ou de um animal (quando quer chamar a atenção por algum motivo).

A atitude também pode ser definida como um estado de disposição nervosa e mental, que é organizado através da experiência e que exerce um influxo dinâmico ou orientador sobre as respostas apresentadas pelo indivíduo perante os objectos e as situações.
Como tal, a atitude é antes uma motivação social do que mais propriamente uma motivação biológica. É uma pré-disposição aprendida/adquirida para responder de forma consistente a um objecto social. Por isso, a psicologia social analisa as atitudes para antever condutas. Ao observar as atitudes de um sujeito, pode-se prever a forma como se irá comportar.
Foram distinguidos três componentes das atitudes: a cognitiva (formada pelas percepções e crenças relativamente a um objecto, bem como pela informação que temos sobre o mesmo), a afectiva (o sentimento a favor ou contra um objecto consoante aquilo que este nos suscita) e a comportamental (a tendência a reagir, podendo ser ou não favorável, face aos objectos).
As atitudes cumprem com várias funções na vida social, sejam elas instrumentais, expressivas, de adaptação social ou defensivas, por exemplo.
Rui Leitão

terça-feira, 8 de maio de 2012

Conformismo


O conformismo do ser humano em relação ao meio em que ele vive é muito grande, a sua forma de opnar muitas vezes fica entregue ás opiniões alheias, o que prova que por mais que seja simples as resoluções, infelizmente ele procura a aprovação de terceiros e vê-se completamente mais satisfeito em agradar todo o grupo do que contraria-lo.  

O conformismo do sujeito será aumentado se reforçarmos a dependência do indivíduo em relação ao grupo: por exemplo, se o grupo é apresentado como particularmente atraente, o indivíduo deseja integrar-se nele.

Solomon Asch fez uma experiência em que 8 sujeitos foram colocados diante de um quadro com varias cartolinas. Cada cartolina continha do lado esquerdo um linha vertical e à direita três linhas verticais de comprimentos diferentes, numeradas de 1 a 3, uma das quais representava a linha de base.
No grupo experimental, apenas um dos sujeitos é o verdadeiro sujeito experimental, e por isso é o sujeito ingénuo, enquanto os restantes 7, são comparsas do experimentador. Cada um dos sujeitos dá a avaliação em voz alta, sendo que os comparsas dão doze respostas erradas em dezoito ensaios experimentais. Estes respondem antes do sujeito. Deste modo, o sujeito ingénuo encontra-se numa posição minoritária e, apesar de não existir qualquer tipo de pressão explícita por parte do grupo, este chega a cometer erros que atingem os 5 cm.
Como resultados, Asch obteve que 50% dos indivíduos experimentais não contrariam o grupo, 25% dos indivíduos contrariaram o grupo e deram respostas corretas e 33% seria então, a taxa de conformidade.






Ana Martins

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Doenças psicológicas

As doenças psicológicas não se vêem a olho nu, uma certa pessoa tem uma doença psicológica e nos podemos muito bem nao nos aperceber de tal. No entanto há excepções a regra, há doenças que podem ter evidências físicas muito acentuadas que no início pode parecer uma doença física, mas a pessoa sofre só de hipocondria. As pessoas que sofrem de hipocondria interpretam pequenas dores e desconfortos físicos como indícios de uma doença grave. Mas os doentes acreditam tão intensamente que estão doentes que chegam a ter mesmo os sintomas de alguma doença grave. O que pode provocar idas constantes ao médico e assim recebendo alguma atenção.
É também conhecida a pseudociese (gravidez psicologica) como uma doença psicologica com muita exteriorização física e só afecta as mulheres. É de origem psicologica mas também pode ter origem biológica. As mulheres que são afectadas por esta doença, antes de ela aparecer, estavam ansiosas e desejosas de ter um filho, mas ao não conseguirem origina-lo, surge a pseudociese. Também pode acontecer pelo motivo oposto, isto é, a mulher tem tanto medo de engravidar, que o seu organismo origina uma gravidez psicologica. As mulheres que padecem desta doença têm todos os sintomas de uma gravidez, e o mais evidente, a barriga cresce. Mas com uma a ida ao médico e os exames adquados pode descobrir-se que é uma doença psicologica. Há mais doenças psicológicas que têm uma manifestação física como: a anorexia, doenças psicossomáticas, o Transtorno Bipolar e o Síndrome da Fadiga Crónica. Os que referi são sem dúvida, os que se manifestam mais intensamente e os mais conhecidos pelas pessoas comuns.
Ricardo Gonçalves

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Socialização: Processo fundamental no desenvolvimento humano


A socialização consiste na assimilação de hábitos característicos de um grupo social, envolvendo o processo através do qual um indivíduo se torna elemento funcional de uma determinada comunidade, adquirindo a cultura que lhe é própria. É o processo de integração do indivíduo numa sociedade, assimilando comportamentos e atitudes, modelando-os por valores, crenças e regras dessa mesma cultura. Este processo é contínuo e nunca se dá por totalmente terminado. O processo de socialização inicia-se após o nascimento, através da família ou outros agentes próximos e, mais tarde, através da escola, dos meios de comunicação e dos grupos de referência. Estes mesmos grupos são constituídos pelas nossas bandas ou atores favoritos, atletas, super-heróis, entre outros. A socialização permite a integração do indivíduo no grupo em que nasceu, bem como o desenvolvimento da sua personalidade e a sua aceitação na sociedade. Portanto, a socialização é um processo fundamental, não apenas relativamente à integração do indivíduo na sua sociedade, mas também para a continuidade dos sistemas sociais.

Existem dois tipos principais de socialização: a socialização primária, onde a criança aprende a linguagem, as regras básicas da sociedade, os valores morais e os modelos comportamentais do grupo a que pertence. A socialização primária tem um valor primordial para o indivíduo e reflete-se ao longo de toda a sua vida. A socialização secundária consiste em qualquer processo que introduza um indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo da sua sociedade (na escola, nos grupos de amigos, no trabalho, nas atividades dos países que visita), existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade deposita no indivíduo em relação ao seu desempenho, assim como dos novos papéis que ele pode assumir nos vários grupos a que poderá pertencer e nas diferentes situações.

Ao longo das nossas vidas, estamos constantemente a ser “postos à prova” e a passar por processos de socialização secundária. Cada nova situação que nos vai surgindo resulta numa nova adaptação. E é aqui que reside a explicação para o facto de dois indivíduos reagirem de forma inteiramente diferente perante a mesma situação, porque cada indivíduo é único e a sua personalidade também. Desta forma, importa ainda realçar que é o facto de estarmos diariamente sujeitos a estes processos que nos torna seres integrados numa sociedade e que nos torna aquilo que somos enquanto indivíduos.

Maria Oliveira

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Diferentes culturas, mesma espécie


Hoje em dia, existem vários conflitos entre culturas. Mas porque raio isto acontece, sendo nós todos da mesma espécie?

Isto acontece porque cada cultura pensa-se superior às outras, ou considera as outras inferiores. Isto acontece, principalmente, entre as religiões. 
Cada religião tem o seu Senhor, o seu "DEUS". E seguindo apenas esse Deus, as pessoas menosprezam quem respeita outros líderes, não sabem respeitar o espaço psicológico dos outros.
Cada vez mais no Mundo, principalmente na Europa de Leste, o povo não sabe distinguir entre respeitar e concordar. Podem não concordar com as outras religiões, mas podiam ao menos saber respeitar as crenças que cada um tem o direito de seguir.
Se cada ser tivesse o minimo de respeito pelas outras culturas, viveriamos num mundo bastante melhor, sem conflitos, rodeado de paz e amor que é o que mais falta neste mundo.


Marco Pereira

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Relação indivíduos/grupos

Apartir do momento em que nasce o ser humano vive em sociedade integrado em diferentes grupos sociais e só sobrevive em interacção com os outros num mundo construído, modificado que dá resposta às suas necessidades.
Aos nossos grupos sociais com quem interagimos associamos determinadas crenças que nos dão uma imagem simplificada das suas características e que se generalizam a todos os seus membros. Tais formas práticas de orientação seguidas pelas pessoas recebem o nome de estereótipos: ver os negros como perigosos e ladrões é encara-los sob uma perspectiva estereotipada, isto é, estamos a atribuir-lhes características que a sociedade solidificou para lhes referir.
 De igual modo, sempre que nos lembramos de caracteres raciais, étnicos, nacionais ou sexuais que vulgarmente as pessoas atribuem a povos ou a grupos, estamos na presença de estereótipos
Apesar de poderem diferir de uma sociedade para a outra os estereótipos existem em todas elas. Na base dos estereótipos está a categorização: processo que permite simplificar a complexidade do mundo social e permite ao homem orientar o seu comportamento nas relações interpessoais.
Uma outra função dos estereótipos é a de ordem socioafectiva que se relaciona com o sentimento de identidade social ao grupo que o partilha. Somos capazes de nos distinguir dos membros de outros grupos, desenvolvendo sentimentos de “nós” (endogrupo) por oposição aos “outros” (exogrupo).
Os estereótipos têm fortes relações com os preconceitos porque na base destes está a informação vinculada pelos estereótipos, pois estes fornecem os elementos cognitivos e os preconceitos acrescentam uma componente afectiva, avaliativa.
Os preconceitos são atitudes que envolvem “prejuízos”, um “pré-julgamento”, na maior parte das vezes negativo, tal como os estereótipos são ideias generalistas dos membros de determinado grupo. No entanto, os preconceitos por vezes podem mudar, pois possuem tres componentes: cognitivos (ex.: opinião sobre um grupo); afectivos (sentimentos que se exprimem face ao objecto do preconceito); e por fim comportamentais (ex.: comportamentos em relação a um grupo).
Os preconceitos são uma arma, uma forma perigosa de atacar os outros. No fundo, agir preconceituosamente em relação a outrem é estabelecer barreiras defensivas relativamente ao grupo social que se tem preconceitos e estereótipos negativos.

                                                                                                                                   Ricardo Gonçalves

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Estereótipos e preconceitos

O preconceito seja ele do tipo que for, é um atestado de insegurança, de autoritarismo, de absolutismo intelectual, enquadrando automaticamente em categorias classificatórias e pejorativas tudo aquilo que represente diferença. Designa uma atitude que derivas de pré-julgamentos e que conduz os sujeitos a avaliarem, maioritariamente de forma negativa, pessoas ou grupos sociais. No fundo, viver em democracia está na proporção direta do quanto somos pessoalmente e coletivamente capazes de superar os nossos medos. No entanto o preconceito não nasce sozinho, pois. encontra-se profundamente relacionado com o conceito de esteriótipo.

Os estereótipos são crenças, ideias feitas que resultam generalizações e especificações, tendentes a considerar que todos os membros de um agrupamento social, de um grupo, se comportam do mesmo modo ou têm as mesmas características. É introduzido no seio da sociedade e se agrega à psique das pessoas por meio de anedotas, frases feitas, “adágios”, contos populares etc, pois, desde a mais tenra idade, as pessoas são condicionadas a acreditar que certos grupos de pessoas estão ligados a determinados atributos ou características.

É nesta medida que o esteriótipo está na base do preconceito, sendo que o primeiro fornece os elementos cognitivos e o segundo acrescenta-lhes uma componente afetiva, avaliativa. Esta componente é fundamentalmente constituída por sentimentos negativos.
Este condicionamento, ou esta verdadeira lavagem cerebral, ocorre às vezes de forma bastante despretensiosa quando as pessoas, por exemplo, afirmam convictamente que “o negro é malandro”, “o negro só sabe jogar bola e sambar”, “o português é burro”, “o judeu é negociante e é capaz de vender qualquer coisa”, “o negro quando não erra nada entrada, erra na saída”, entre outros.

Luís Lopes

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Atores da sociedade

É muito comum na linguagem corrente se fazer equivaler o conceito de atitude ao de comportamento, contudo, em psicologia social, o termo atitude tem outro sentido e significado. 
Como nos diz Maisonneuve: “Uma atitude consiste numa posição (mais ou menos cristalizada) de um agente relativamente a um objeto social (pessoa, grupo, situação ou valor); exprime-se mais ou menos abertamente através de diversos indicadores (palavras, tons, gestos, atos, escolhas ou não escolhas); exerce uma função cognitiva, energética e reguladora nos comportamentos que lhe estão subjacentes.” 
Sintetizando, a atitude é a uma tendência ou predisposição a responder a um determinado objeto social de uma forma positiva ou negativa. A atitude não é, portanto, um comportamento mas uma predisposição uma tendência relativamente estável para uma pessoa se comportar de determinada maneira. As atitudes não são diretamente observáveis e exprimem-se através dos nossos comportamentos.

A grande maioria dos estudiosos afirma que as origens das atitudes são culturais (tendemos a assumir as atitudes que prevalecem na cultura em que nascemos e crescemos), são familiares (parte das nossas atitudes são adquiridas dentro da estrutura familiar e passam de geração em geração) e são pessoais (porque também são resultantes da nossa própria experiência). Contudo, para os psicanalistas elas têm origem principalmente nas relações familiares.

Porém, para a psicologia social todos os agentes que contribuam para a mudança do nosso comportamento, são considerados causas importantes para a formação das atitudes dos humanos.

Com isso, as atitudes apresentam três componentes fundamentais, a componente cognitiva, a componente afetiva e a componente comportamental. A componente cognitiva refere-se às ideias, crenças opiniões que desenhamos a cerca de pessoas, situações ou grupos socias. A componente afetiva refere-se aos sentimentos e ao sistema de valores: a pessoa desenvolve sentimentos positivos ou negativos, agradáveis ou desagradáveis, relativamente ao objeto social. A componente comportamental trata-se de uma fusão entre as componentes anteriores, isto é, refere-se ao conjunto de respostas do sujeito face ao objeto social e que depende das ideias ou crenças bem como dos valores.

Como pudemos reparar, na aula foi-nos dado o exemplo da SIDA, uma vez que este é um objeto cujo engloba as três componentes das atitudes, componente cognitiva (crença de que a sida é fatal), componente afetiva (é assustador contrair sida e ainda componente comportamental (mudança de práticas sexuais).

Com tudo isto, as mudanças de atitudes depende de novas informações ou afetos relativamente aos tais objetos socias, uma vez que apesar da estabilidade e cristalização das atitudes, estas podem mudar ao longo da vida. Um exemplo de influenciador de mudança, a publicidade, uma vez que nos apresenta mensagens que visam a persuasão e formação de novas atitudes, levando assim à mudança de comportamentos.
Joaquim Oliveira

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Motivação

     Quantas vezes damos por nós a perguntar porque actuamos desta ou daquela maneira, o que nos impulsionou a fazer isto ou aquilo, o que orientou o nosso comportamento neste sentido e não noutro qualquer? A motivação aparece associada à resposta a estas perguntas, esta não desencadeia a necessidade, mas orienta o comportamento em direcção a um objectivo. “A motivação está na raiz do comportamento”. 
    Não é possível falar em motivação sem referir que esta é personalizada em função de cada um de nós, da nossa história pessoal, do modo como pensamos os outros e o mundo, dos nossos projectos de vida. A “energia” que se encontra na origem das nossas actividades, dos nossos comportamentos, é a motivação associada às funções cognitivas e às relações entre o sujeito e o mundo. Muitas vezes a motivação pode vir de nós mesmos, ou seja é algo mais interno, mais pessoal, fazemos algo por prazer, porque é importante para nós, por outro lado, a motivação pode vir do exterior, ou seja fazemos algo porque isso vai agradar a alguém e esse alguém é importante para nós. A motivação intrínseca é bastante mais desejável para que o envolvimento numa actividade seja feito com sucesso e dedicação.
     A motivação tem por tudo o que já referi um papel muito importante na aprendizagem: o desejo de aprender é um factor decisivo. Motivado, o sujeito tem uma atitude activa no processo de aprendizagem. Se uma pessoa estiver empenhada em atingir um determinado objectivo consegue-o mais depressa e melhor do que se tiver pouco investimento. A motivação pode ser a curto prazo: conseguir melhorar no próximo teste de geografia; ou, a longo prazo: profissionalizar-se em cabeleireiro… pode também falar-se em motivação para iniciar, continuar ou finalizar uma aprendizagem.
Ricardo

terça-feira, 17 de abril de 2012

Identidade

    Alguns elementos definem aspectos da nossa identidade, daquilo que somos e que nos distingue dos outros: o lugar onde nascemos e onde vivemos e a data do nosso nascimento situam-nos no espaço e no tempo; o nome dos nossos pais define a nossa pertença familiar indicando a nossa ascendência directa. A identidade é um conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma determinada pessoa. Ela depende da diferenciação que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Outros dados reportam-se ao nosso corpo: a nossa cara é única, inconfundível e a impressão digital distingue-nos de outros milhares de milhões de seres humanos. Passamos a ser alguém quando descobrimos o outro porque, desta forma, adquirimos termos de comparação que permitem o destaque das características próprias de cada um.
Já ouvimos falar muitas vezes da crise de identidade. Esta, de facto, acontece e, principalmente, na adolescência quando o sentido de identidade está sujeito a uma certa tensão.
    Este conceito supera a compreensão do homem enquanto conjunto de valores, de habilidades, atitudes… pois compreende todos estes aspectos integrados e busca captar a singularidade do indivíduo, produzida no confronto com o outro.
   A identidade pessoal é, portanto, o conjunto das percepções, sentimentos e representações que uma pessoa tem de si própria, que lhe permitem reconhecer e ser reconhecido socialmente. Este processo constrói-se ao longo do tempo, actualiza-se permanentemente até à morte.


Ricardo

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O cérebro de um poliglota

Nos dias de hoje é cada vez mais importante saber falar vários idiomas. O que muitas pessoas não sabem é que, para além de aumentar as hipóteses de conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho, ser bilíngue é uma preciosa ajuda na proteção contra os sintomas de demência. Este último facto é apoiado por uma pesquisa publicada na revista Trends in Cognitive Sciences. Esta pesquisa, por sua vez, mostra que o bilinguismo pode melhorar a chamada “reserva cognitiva”, provocando assim o mesmo efeito protetor que a atividade física ou mental estimulante tem no cérebro, o que pode adiar o início dos sintomas nas pessoas que sofrem com demência.

"Estudos anteriores estabeleceram que o bilinguismo tem um efeito benéfico sobre o desenvolvimento cognitivo em crianças", afirma Bialystok, num comunicado. "Para o nosso estudo, foram usados métodos comportamentais e de neuro-imagem para examinar os efeitos do bilinguismo na cognição em adultos também." 

A Dra. Bialystok e os seus colegas declararam que a capacidade de dominar duas línguas, juntamente com a necessidade de selecionar a mais apropriada de acordo com as situações, reúne regiões do cérebro que são fundamentais para a atenção geral e o controlo cognitivo. Em suma, a utilização destas redes de controlo cognitivo para o processamento da linguagem bilíngue pode reconfigurar e fortalecer estas  redes, aumentando a "flexibilidade mental", a capacidade de adaptação a mudanças e de processar informações de forma eficiente.
Maria Oliveira

Imperativo Categórico

Em termos simples, eis o que o grande filósofo alemão Immanuel Kant chamou de imperativo categórico: você deve agir sempre baseado naqueles princípios que desejaria ver aplicados universalmente.
Em termos simples, eis o que o grande filósofo alemão Immanuel Kant chamou de imperativo categórico: você deve agir sempre baseado naqueles princípios que desejaria ver aplicados universalmente.

Porque "imperativo categórico"?
Imperativo, porque é um dever moral.
Categórico, porque atinge a todos, sem exceção.
Ao introduzir a ética em sua obra filosófica, Kant fez surgir uma nova versão da antiga Regra de Ouro, aquela regra ditada pelos grandes Mestres da humanidade: "Faça para os outros o que você gostaria que fizessem a você."

Kant ampliou a regra para algo assim: "Faça para os outros o que gostaria que todos fizessem para todos."

Com isso, Kant queria evitar o problema das diferentes ideias que cada pessoa tem sobre o que gostaria que se fizesse a elas. Queria enfrentar o "relativismo moral", essa moralidade circunstancial tão generalizada hoje em dia: a noção de que o que é certo depende da situação ou do contexto.

Ele não concordava com a doutrina do utilitarismo, ou seja, a de que "os fins justificam os meios". Como podemos nortear nossas ações com base nos resultados, se até mesmo os planos mais bem traçados podem ser desvirtuados? O resultado do que fazemos, muitas vezes, não é absolutamente o que pretendíamos, portanto é um desvirtuamento moral basear nossos julgamentos nos resultados.

Então, como agir com segurança? Segundo Kant, se quisermos ser objetivos, temos que agir, não segundo os fins, mas segundo princípios universais. Princípios universais e não regras circunstanciais.

Hélder Araújo

sábado, 14 de abril de 2012

Viver conformado é viver como um “cadáver adiado”


O conformismo é o resultado de um conjunto de lideranças, muitas vezes, mal sucedidas. Todos somos líderes de algum grupo, quanto mais não seja somos líderes do nosso “grupo de pensamentos”. Temos sempre uma alternativa àquela que nos parece ser a mais fácil e que provavelmente funciona a curto prazo.
Podemos definir o conceito conformismo como sendo uma forma de influência social que provém do facto de uma pessoa mudar o seu comportamento ou atitudes perante as mais variadas situações por efeito da pressão do grupo em questão. Agora imaginemos que todos agiam segundo os outros, ou seja, sem tomar as suas próprias decisões. A sociedade não evoluiria e o desenvolvimento seria um termo desconhecido no comum da mesma. Se temos opiniões diferentes dos outros membros de um determinado grupo, isso é algo positivo. Devemos expressar essas diferenças de opinião e ao fazê-lo de forma oportuno poderemos então vir a contribuir para esse tal desenvolvimento. Às vezes é mesmo precisa uma revolução de mentalidades para mudar um problema que já se encontra enraizado num determinado grupo de pessoas. A revolução, nem sempre pontualmente, pode ser a única solução.

Como temos vindo verificar, as sociedades em geral, e os grupos sociais que as constituem, procuram manter a coesão através do respeito pelas normas e regras vigentes. As normas são o instrumento de controlo social e, por isso, dissemos que o conformismo é inerente è manutenção dos grupos sociais. O desvio à norma, a desobediência às regras, é objeto de censura social, que se manifesta através de críticas e sanções. No entanto, todos sabemos que ao longo dos tempos, foi o desrespeito pelas normas e padrões de comportamento que conduziram a mudanças muito significativas a todos os níveis.
E é necessário que sejamos inconformistas para realizar estas mudanças. O inconformismo define-se como sendo uma adoção de conceções, atitudes e comportamentos que não respondem às expectativas do grupo. As pessoas em que a pertença ao grupo constitui uma parte importante do seu autoconceito têm mais probabilidades de se conformarem devido à influência normativa: se a pertença ao grupo não tiver essa importância, é menos provável submeterem-se às normas/regras do grupo.
No meu ponto de vista, ser-se conformista é sinónimo de se viver (de acordo com uma expressão utilizada por Fernando Pessoa) como um “cadáver adiado”. E o que é que isto significa? Se estivermos sempre a “levar” a nossa vida cumprindo sempre todas as regras, somos só mais um pedaço de carne no meio do universo que acabará por se degradar. Se fizermos a diferença, poderemos morrer fisicamente mas imortalizamos o nosso nome e os nossos feitos.
Cesarina Ferreira

sexta-feira, 23 de março de 2012

Lobos Cerebrais

No cérebro há uma distinção visível entre a chamada massa cinzenta e a massa branca, constituída pelas fibras (axónios) que entreligam os neurónios. A substância cinzenta do cerebro, o córtex cerebral, é constituído corpos celulares de dois tipos de células: as células de Glia - também chamadas de neurôglias - e os neurónios. O córtex cerebral humano é um tecido fino (como uma membrana) que tem uma espessura entre 1 e 4 mm e uma estrutura laminar formada por 6 camadas distintas de diferentes tipos de corpos celulares de neurônios. Perpendicularmente às camadas, existem grandes neurônios chamados neurônios piramidais que ligam as várias camadas entre si e representam cerca de 85% dos neurônios no córtex. Os neurônios piramidais estão entreligados uns aos outros através de ligações excitatórias e pensa-se que a sua rede é o «esqueleto» da organização cortical. Podem receber entradas de milhares de outros neurônios e podem transmitir sinais a distâncias da ordem dos centímetros e atravessando várias camadas do córtex. Os estudos realizados indicam que cada célula piramidal está ligada a quase tantas outras células piramidais quantas as suas sinapses (cerca de 4 mil); o que implica que nenhum neurônio está a mais de um número pequeno de sinapses de distância de qualquer outro neurônio no córtex.
Embora até há poucos anos se pensasse que a função das células de Glia é essencialmente a de nutrir, isolar e proteger os neurônios, estudos mais recentes sugerem que os astrócitos podem ser tão críticos para certas funções corticais quanto os neurônios.
As diferentes partes do córtex cerebral são divididas em quatro áreas chamadas de lobos cerebrais, tendo cada uma funções diferenciadas e especializadas. Os lobos cerebrais são designados pelos nomes dos ossos cranianos nas suas proximidades e que os recobrem. O lobo frontal fica localizado na região da testa; o lobo occipital, na região da nuca; o lobo parietal, na parte superior central da cabeça; e os lobos temporais, nas regiões laterais da cabeça, por cima das orelhas.
Os lobos parietais, temporais e occipitais estão envolvidos na produção das percepções resultantes daquilo que os nossos órgãos sensoriais detectam no meio exterior e da informação que fornecem sobre a posição e relação com objetos exteriores das diferentes partes do nosso corpo.

Hélder Araújo

quinta-feira, 22 de março de 2012

Art Therapy - A arte de viver bem

O acidente vascular cerebral ou acidente vascular encefálico é caracterizado pela perda rápida de funções neurológicas, por sua vez resultante do entupimento (isquemia) ou rompimento (hemorragia) de vasos sanguíneos cerebrais. É uma doença de início súbito que pode provocar consequências graves que exigem tratamento especializado. Segundo uma pesquisa realizada na Escola de Enfermagem da Universidade Tor Vergata, em Roma, pessoas que sofreram um AVC e que tiveram contacto com expressões artísticas apresentam uma melhor qualidade de vida.

O estudo envolveu cerca de 200 pacientes vítimas de AVC, com idade média de 70 anos. Estas pessoas foram questionadas acerca dos seus gostos relativamente a diversos tipos de arte. Destes pacientes, 125 mostraram-se interessados por arte. Ora, os resultados deste estudo verificaram que estes mesmos pacientes apresentavam melhores níveis de saúde em geral, nomeadamente mais facilidade em andar e mais energia.

Segundo o doutor Ercole Venolle, professor assistente em ciência da enfermagem, os pacientes pareciam estar mais felizes e exibiam níveis de ansiedade e depressão significativamente mais baixos. "Sobreviventes de AVC, que viam a arte como parte integrante do seu estilo de vida anterior, expressando apreço pela pintura, música e teatro, apresentaram melhores habilidades de recuperação do que aqueles que não o faziam”, afirmou Vellone.

Em suma, o grupo de pacientes que estimava as artes apresentou um quadro clínico bastante mais satisfatório do que o quadro relativo ao outro grupo. Como tal, estes estudos são muito importantes na medida em que nos levam a concluir que pacientes que se relacionem com as artes podem ter uma melhor qualidade de vida, independentemente da gravidade do acidente vascular cerebral. Os resultados sugerem que a arte pode provocar mudanças a longo prazo no cérebro, que por sua vez o ajudam a recuperar de forma mais rápida e eficaz.

"É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente."
Simone de Beauvoir

Maria Oliveira

Hemisférios Cerebrais

O hemisfério dominante em 98% dos humanos é o hemisfério esquerdo, é responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa. Enquanto o hemisfério direito, é responsável pelo pensamento simbólico e criatividade, embora pesquisas recentes estejam contradizendo isso, comprovando que existem partes do hemisfério esquerdo destinados a criatividade e vice-versa. Nos canhotos as funções estão invertidas. O hemisfério esquerdo diz-se dominante, pois nele localiza-se 2 áreas especializadas: a Área de Broca (B), o córtex responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke (W), o córtex responsável pela compreensão verbal.
O corpo caloso, localiza-se no fundo da fissura inter-hemisférica, ou fissura sagital, é a estrutura responsável pela conexão entre os dois hemisférios cerebrais. Essa estrutura, composta por fibras nervosas de cor branca (freixes de axónios envolvidos em mielina), é responsável pela troca de informações entre as diversas áreas do córtex cerebral.
O córtex motor é responsável pelo controle e coordenação da motricidade voluntária. Traumas nesta área causam fraqueza muscular ou até mesmo paralisia. O córtex motor do hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo, e o córtex motor do hemisférios direito controla o lado esquerdo do corpo. Cada córtex motor contém um mapa da superfície do corpo: perto da orelha, está a zona que controla os músculos da garganta e da língua, segue-se depois a zona dos dedos, mão e braço; a zona do tronco fica ao alto e as pernas e pés vêm depois, na linha média do hemisfério.
O córtex pré-motor é responsável pela aprendizagem motora e pelos movimentos de precisão. É na parte em frente da área do córtex motor correspondente à boca que reside a Área de Broca, que tem a ver com a linguagem. A área pré-motora fica mais ativa do que o resto do cérebro quando se imagina um movimento, sem o executar. Se se executa, a área motora fica também ativa. A área pré-motora parece ser a área que em grande medida controla o sequenciamento de ações em ambos os lados do corpo. Traumas nesta área não causam nem paralisia nem problemas na intenção para agir ou planear, mas a velocidade e suavidade dos movimentos automáticos (ex. fala e gestos)fica perturbada. A prática de piano, ténis ou golfe envolve o «afinar» da zona pré-motora - sobretudo a esquerda, especializada largamente em atividades sequenciais tipo série.
Cabe ao córtex do cerebelo, fazer a coordenação geral da motricidade, manutenção do equilíbrio e postura corporal. O cerebelo representa cerca de 10% do peso total do encéfalo e contém mais neurônios do que os dois hemisférios juntos.
O eixo formado pela adeno-hipófise e o hipotálamo, são responsáveis pela auto regulação do funcionamento interno do organismo. As funções homeostáticas do organismo (função cárdio-respiratória, circulatória, regulação do nível hídrico, nutrientes, da temperatura interna, etc) são controladas automaticamente.

Hélder Araújo

Raça DeMente!

Como é do conhecimento geral, o racismo é uma realidade. O racismo não é nada mais, nada menos do que uma tendência do pensamento para dar demasiada importância à noção da existência de distintas raças humanas, normalmente relacionando características físicas hereditárias e determinados traços de carácter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas sim um conjunto de opiniões pré concebidas que sobrevalorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.

Contudo, não podemos considerar que a mente humana é independentemente defensora de uma raça. Nenhum ser humano nasce com cultura, tal como nenhum ser humano nasce racista, é algo que se adquire. A sociedade é sim, portadora de qualquer pensamento racista em qualquer indivíduo. A sociedade é a única responsável por todos os comportamentos de marginalização.
Na mente liberta das influências de sociedades preconceituosas (o que é praticamente impossível) só existe uma raça, a raça humana. Tudo aquilo que nos difere a nível biológico e que dá origem às ditas “raças” é o genótipo e sua consequente expressão (o fenótipo). No entanto, todas as nossas funções vitais se dão de igual modo, incluindo as cerebrais. Todos temos um cérebro, com várias funções, com vários lobos, com conexões nervosas que, entre outras coisas, nos permitem realizar atividades cerebrais complexas como raciocinar (elaborar opiniões através da interligação de pensamentos). A questão é mesmo essa. Não a maneira como se desenvolvem estes processos mentais mas sim o seu conteúdo. Se desde sempre todos os homens fossem tratados como iguais independentemente da sua raça, o racismo seria um termo desconhecido, fora de todos os dicionários da humanidade. Isto porque, tal como já mencionei, nenhum homem nasce racista. Esta ideia é-lhe instituída pela sociedade. Resta saber se se irá manter ou não. É aí que entra a personalidade de cada um, ou seja, a capacidade de tomar as próprias decisões e formar as próprias opiniões.
Na minha opinião o racismo é tudo menos plausível. Os argumentos são absurdos a as ações que retratam este preconceito ainda mais. É necessário mudar mentalidades e fazer a nossa pequena diferença diariamente. Muitas “pequenas diferenças” irão, um dia mais tarde, fazer toda a diferença. Diz não ao racismo e deixa a tua mente fazer aquilo que ela faz de melhor mas não permitas a influência de algo que não é natural, o racismo. Ou então, se vais defender a superioridade de certas raças ao menos arranja um argumento que seja mais do que aquilo que os olhos vêm. Muito provavelmente, missão impossível.

Cesarina Ferreira

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Líder, a liderança

Para gerir um grupo de trabalho, para ser capitão de uma equipa de futebol ou para comandar uma grande empresa, entre outro tipo de empregos é necessário haver um estilo de liderança para que o sucesso seja concretizado. Um lider pode ser mais ou menos flexível, pode ser ser mais ou menos compreensivo, pode ser mais ou menos liberal. O líder é responsável pelas estratégia e pelos objetivos a serem alcançados. Então temos vários tipos de liderança como a liderança autocrática,liderança democrática e liderança liberal.

A liderança autocrática é uma liderança autoritária em que o líder é focado apenas nas tarefas. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados. O líder é quem ordena, impõe sua vontade, centralizando todas as decisões. Este tipo de liderança caracteriza-se pela confiança na autoridade e pressupõe que os outros nada farão, se não lhes dor ordenado. Geralmente o líder não se importa com o que os liderados pensam além de desestimular inovações. O líder autocrático julga-se indispensável, mostrando que só a sua maneira de fazer as coisas é a correta. Divide pouquíssimo serviço, preferindo fazê-lo.
A liderança democrática é uma liderança em que o líder ouve todos. O líder orienta o grupo a executar suas atividades, fazendo-o participar nas tomadas de decisões. Neste tipo de liderança, todo o grupo pode e deve contribuir com sugestões. A responsabilidade do líder, é dirigir estas opiniões para que, na prática, atinjam os objetivos esperados. O líder que aplica este tipo de liderança, geralmente, tem um conceito equilibrado sobre si, não temendo que haja liderados que sejam melhores do que ele, em determinados aspectos. Para ele é fácil entender e compreender seus liderados, bem como ouvir e aceitar opiniões diferentes das suas. 
A liderança liberal ou laissez faire: Laissez-faire é a contração da expressão em língua francesa laissez faire, laissez passer, que significa "deixai fazer, deixai passar". Nesse tipo de liderança, parte-se do princípio de que o grupo atingiu a  maturidade e não necessita de supervisão de seu líder. Assim, os liderados ficam livres para pôr seus projetos em prática, sendo delegado pelo líder liberal. Este líder acha que seu principal trabalho é a manutenção do que já foi conseguido. Não dá ordens, não traça objetivos, não orienta os liderados, apenas deixa passar.



Rui Leitão

segunda-feira, 12 de março de 2012

Os grupos de pares

Primeiramente o grupo é constituído por elementos do mesmo sexo, mais tarde funde-se com grupos de sexos diferentes e por último desagrega-se o grupo para consolidar relações amorosas de casal. Os grupos de pares funcionam como fonte de afeto para alcançar autonomia dos pais. Com o corpo em fase de mudança os jovens sentem-se bem uns com os outros porque podem partilhar experiências entre si; quando se querem impor aos pais é junto do grupo de pares que procuram conselhos pois todos vivem mais ou menos as mesmas experiências.

As relações de amizade são mais igualitárias que numa família, pois nesta existem sempre os superiores hierárquicos que impõem alguma regra ou medida. A importância dada à amizade é mais notória nesta fase que em qualquer outra. Os adolescentes apoiam-se, são leais para com as suas crenças, partilham experiências, características da amizade dos adultos. O aparecimento destas características na amizade dos jovens evidencia uma fase de transição para a vida adulta e para com as suas preocupações. Quando confiam num amigo os jovens exploram os seus sentimentos e definem em conjunto a sua identidade e os seus valores pessoais. Uma amizade requer competências sociais elaboradas, o discurso é um elemento presente e os adolescentes têm de ser capazes de desenvolver uma conversa, lidar com conflitos e dar apoio. Os rapazes tendem a ter muitos amigos pois as suas amizades são mais voltadas para a acção, enquanto as amizades das raparigas são mais voltadas para a conversa e o apoio.
Quando um jovem cai na delinquência há tendência para culpar o grupo de pares. Essa propensão está errada pois o jovem procura um grupo em que se identifique, não é influenciado apenas pelo grupo, pois os jovens influenciam-se mutuamente.
Nuno Pedrosa

domingo, 11 de março de 2012

Crianças selvagens

As crianças selvagens são crianças que cresceram com contacto humano mínimo, ou mesmo nenhum. Podem ter sido por animais (frequentemente lobos) ou, de alguma maneira, terem sobrevivido sozinhas. Normalmente, são perdidas, roubadas ou abandonadas na infância e, depois, anos mais tarde, descobertas, capturadas e recolhidas entre os humanos. Os casos que se conhecem de crianças selvagens revestem-se de grande interesse científico. Elas constituem uma espécie de grau zero do desenvolvimento humano, ensinam-nos o que seríamos sem os outros, mostram de forma abrupta a fragilidade da nossa animalidade, revelam a raíz precária da nossa vida humana.

Em termos de linguagem, as crianças selvagens só conhecem a mímica e os sons animais, especialmente os das suas famílias de acolhimento. A sua capacidade para aprender uma língua no seu regresso à sociedade humana é muito variada. Algumas nunca aprendem a falar, outras aprendem algumas palavras, outras ainda aprenderam a falar correctamente o que provavelmente indicia que tinham aprendido a falar antes do isolamento.

Em termos de comportamento, as crianças selvagens exibem o comportamento social das suas famílias adoptivas. Não gostam em geral de usar roupa e alimentam-se, bebem e comem tal como um animal faria. Na medida em que não gostam da companhia humana, procuram a companhia dos animais, particularmente dos animais semelhantes à espécie dos seus pais adoptivos.

Este tipo de crianças não se riem ou choram, apesar de eventualmente poderem desenvolver alguma ligação afectiva. Manifestam pouco ou nenhum controlo emocional e, muitas vezes, têm ataques de raiva podendo então exibir uma força particular e um comportamento claramente selvagem. Algumas crianças têm ataques de ferocidade ocasionais, mordendo ou arranhando outros ou até eles mesmo.

"Será preciso admitir que os homens não são homens fora do ambiente social, visto que aquilo que consideramos ser próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais ilumina o rosto das crianças isoladas." Lucien Malson

Luís Lopes