quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Inteligência artificial


A Inteligência Artificial (IA) é uma área de pesquisa da ciência da computação e Engenharia da Computação, dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou multipliquem a capacidade racional do ser humano de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente. Também pode ser definida como o ramo da ciência da computação que se ocupa do comportamento inteligente ou ainda, o estudo de como fazer os computadores realizarem coisas que, atualmente, os humanos fazem melhor.
O desenvolvimento da área começou logo após a Segunda Guerra Mundial, com o artigo "Computing Machinery and Intelligence" do matemático inglês Alan Turing, e o próprio nome foi cunhado em 1956. Seus principais idealizadores foram os cientistas Herbert Simon, Allen Newell, John McCarthy, Warren McCulloch, Walter Pitts e Marvin Minsky, entre outros.
A construção de máquinas inteligentes interessam à humanidade há muito tempo, havendo na história um registro significante de autômatos mecânicos (reais) e personagens místicos, como o Golem e o Frankenstein, que demonstram um sentimento ambíguo do homem, composto de fascínio e de medo, em relação à Inteligência Artificial.
Apenas recentemente, com o surgimento do computador moderno, é que a inteligência artificial ganhou meios e massa crítica para se estabelecer como ciência integral, com problemáticas e metodologias próprias. Desde então, seu desenvolvimento tem extrapolado os clássicos programas de xadrez ou de conversão e envolvido áreas como visão computacional, análise e síntese da voz, lógica difusa, redes neurais artificiais e muitas outras.
Inicialmente a IA visava reproduzir o pensamento humano. A Inteligência Artificial abraçou a idéia de reproduzir faculdades humanas como criatividade, auto-aperfeiçoamento e uso da linguagem. Porém, o conceito de inteligência artificial é bastante difícil de se definir. Por essa razão, Inteligência Artificial foi (e continua sendo) uma noção que dispõe de múltiplas interpretações, não raro conflitantes ou circulares.
Hélder Araújo

Amnésia

Amnésia é a perda parcial ou total da capacidade de reter e evocar informações. Qualquer processo que prejudique a formação de uma memória a curto prazo ou a sua fixação em memória a longo prazo pode resultar em amnésia.
As amnésias podem ser classificadas em amnésia orgânica causada por distúrbios no funcionamento das células nervosas, através de alterações químicas, traumatismos ou transformações degenerativas que interferem nos processos associativos acarretando uma diminuição na capacidade de registar e reter informações, ou amnésia psicogênica resultante de factores psicológicos que inibem a recordação de certos fatos ou experiências vividas. Em linhas gerais, a amnésia psicogênica actua para reprimir da consciência experiências que causam sofrimento, deixando a memória para informações neutras intacta. Neste caso, pode-se afirmar que a pessoa decide inconscientemente esquecer o que a fazer sofrer ou reviver um sofrimento. Em casos severos, quando as lembranças são intoleráveis, o indivíduo pode vivenciar a perda da memória tanto de fatos passados quanto da sua própria identidade.

As amnésias podem ainda ser divididas em termos cronológicos, em amnésia retrógrada e amnésia anterógrada. A amnésia retrógrada é a incapacidade de recordar os acontecimentos ocorridos antes do surgimento do problema, enquanto a amnésia anterógrada é à incapacidade de armazenar novas informações a longo prazo .
A depressão é a causa mais comum, porém a menos grave. Denomina-se depressão uma doença psiquiátrica, que inclui perda do ânimo e tristeza profunda superior ao mal causado pelas circunstâncias da vida.
Hélder Araújo

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Homem não nasce humano!

Esta afirmação, é com certeza e inequivocamente verdadeira. O ser humano nasce isento de qualquer tipo de conhecimento, cultura ou costumes. É através do processo de socialização e interação entre indivíduos que este começa a interiorizar valores e a construir a sua própria identidade. A família constitui a base da nossa educação, inculca-nos os modos de agir, estar e sentir mais básicos e necessários a ter em sociedade. Esta instituição (familia) é responsável pelo início da estruturação de cada ser e é imprescindível para a nossa orientação em sociedade pois inculca-nos a linguagem, os traços gerais de cultura em que nos inserimos e alguns comportamentos  a ter em situações específicas. Um outro agente de socialização importante é a escola. Faz parte da nossa socialização secundária e tem grande valor porque, para além de dar continuidade ao que a família nos incute, fornece novos saberes, novas disciplinas.
O homem que não tem qualquer tipo de agente a incidir em si, e por isso, é um ser isento de conhecimento, modo de ser e estar. É a prova de que o Homem não tem qualquer "antecedente inteletual" quando nasce, mas que é semelhante a uma folha em branco, que ao longo da vida vai ser preenchida de saberes, costumes e valores.

Ana Martins

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mentes Brilhantes

Marc Yu é uma criança de sete anos que se distingue inequivocamente de todas as outras, pela sua exponencial capacidade intelectual. Quando tinha dois anos, ele ouviu a canção "Mary had a little Lamb" e pouco depois a tocou no piano, impecavelmente. No ano seguinte, Marc era já capaz de tocar grandes peças de Beethoven. Hoje em dia,  ele é capaz de tocar mais de 40 clássicos sem olhar a partitura.  Crianças como Marc parecem desafiar as regras do desenvolvimento cerebral.
As questões que se colocam são: Os génios nascem com um cérebro brilhante ou é através de trabalho intenso que se tornam talentosos? Nascem assim ou são moldados? A genialidade é inata ou resultante do meio ambiente?
Grandes estudiosos chegaram a conclusão de que algumas crianças nascem com o cérebro fisicamente distinto e especificamente direccionado para a música, contudo é necessário aperfeiçoar a habilidade de cada criança prodígio.
Os músicos exercitam muitas partes do cérebro pois exigem a realização de várias  tarefas em simultâneo dentro da área visual, sensorial, motora e auditiva.
Marc era incentivado pela mãe e tinha uma enorme curiosidade pelo saber, foi considerado um génio, uma criança prodígio que depertou várias pesquisas e estudos acerca da sua capacidade intelectual. O seu cérebro era constantemente cultivado e estava sempre activo.
Apesar de não se saber se a genialidade é inata ou não, de uma coisa à certeza: É importantíssimo que uma criança nasça num meio  ambiente que lhe estimule o cérebro para que este funcione correctamente.
Um bom exemplo é o caso de Genie, um adolescente de 13 anos que passou toda a sua vida fechada num quarto sem qualquer contacto com o mundo exterior. Este facto levou á sua estagnação (ou morte) do cérebro pois a esta criança nunca lhe foi incutido qualquer tipo de conhecimento ou modos de vida. Os cérebros activos sobrevivem, mas os que não praticam qualquer acção expiram porque as ligações não utilizadas são cortadas.
O cérebro de Genie nunca foi estimulado nem amadurecido no tempo adequado, esta rapariga não passava de um ser descoordenado e intelectualmente pouco dotado. Os genes e estímulos fornecidos pelo meio ambiente interligam-se e desenvolvem o cérebro, facto que não aconteceu com Genie devido ao isolamento a que esteve sujeito e à história de vida que não pôde construir por falta de experiência.



Ana Martins

Brincar é o verbo da infância saudável

Um estudo realizado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo verificou que as crianças que têm um maior contacto com brinquedos e jogos educativos têm um melhor desenvolvimento. A pesquisa foi coordenada pela psicóloga Paula de Souza Brichal e envolveu crianças de duas creches diferentes. Os seus resultados demonstraram que até os bebés podem tirar proveito destes jogos. Aliás, Paula afirma que “quando um bebé aperta, morde, joga, enfim, explora o brinquedo, desencadeia o prazer de estar com aquele objeto. Estas novas sensações e experiências são essenciais para seu desenvolvimento”.

Paula admite que o incentivo à exploração lúdica pode ser bastante enriquecedor relativamente a determinados aspetos da nossa formação tais como a criatividade e a comunicação. Só assim é que as crianças poderão ter um crescimento verdadeiramente completo. Na sua perspetiva, muitos professores dos jardins-de-infância preocupam-se exclusivamente com a saúde física das crianças, mas isso não é suficiente, pois Paula acredita que os benefícios destes jogos e brincadeiras se traduzem também a nível psicológico, tanto no desenvolvimento integral das crianças, como na relação que estas possuem com os funcionários. Para além disso, os brinquedos e jogos educativos não são muito dispendiosos e atendem crianças de diversas idades. 

Para a sua pesquisa, Paula selecionou um conjunto de brinquedos para oferecer às crianças. Os conjuntos eram colocados no centro de uma sala, com os brinquedos misturados, de modo a permitir que a criança escolhesse aquele que despertasse o seu interesse. O facto de os brinquedos estarem misturados é muito importante, uma vez que permite que elas manifestem as suas preferências. A energia destas experiências é expressa no mundo externo através de dor, prazer, sentimentos agradáveis e desagradáveis, assim como os primeiros sentimentos de sucesso e fracasso. Nesta exploração dos brinquedos, elas podem partilhar objetos e ainda socializar. Pode haver também situações de disputa, mas esses sentimentos são igualmente saudáveis.

O método de análise desta pesquisa baseava-se na filmagem do contato das crianças com os brinquedos, para estudar as suas reações perante novos objetos e verificar a influência desta experiência nas suas condutas afetivas. 

Foram feitas dez observações, cinco em cada uma das creches escolhidas e a análise destas situações permitiu concluir que os brinquedos constituem uma importante ferramenta para desenvolver a expressividade, abrindo um novo universo para as crianças, permitindo que estas explorem novas atividades e estabeleçam novos desafios.

Maria Oliveira

AVC - vive-se ou existe-se?

O acidente vascular cerebral ou acidente vascular encefálico, vulgarmente chamado de derrame cerebral, é caracterizado pela perda rápida de função neurológica que é a consequência do rompimento (hemorragia) de vasos sanguíneos cerebrais. O cérebro requer um fluxo constante de sangue para continuar funcionado adequadamente. Um derrame ocorre quando esse suprimento de sangue é alterado e o tecido cerebral nada recebe. Em quatro minutos de privação dos nutrientes essenciais, as células cerebrais começam a morrer.
No caso desta anomalia cerebral ocorrer sob a sua forma mais severa além das consequências da doença em si, é preciso o acompanhamento de fisioterapeutas para acompanhar a evolução do tratamento, recuperação dos movimentos, fala, digestão, etc.

É necessário, então, um acompanhamento diário para que haja, pelo menos, a mínima recuperação. O doente fica quase que completamente dependente dos que o rodeiam. Apresenta dormência nos braços e nas pernas, muitas vezes, dificuldade em falar, perda de equilíbrio, perda súbita de visão (num olho ou nos dois), vertigens, náuseas e até vómitos.
Todas estas consequências acontecem devido aos danos causados no cérebro do indivíduo em causa.


Os danos podem ser reversíveis ou irreversíveis e, infelizmente, muitas vezes são a segunda opção. O maior problema desta irremediabilidade é o facto de ser, inevitavelmente retirada a independência ao paciente. É como retirada qualquer possibilidade de liberdade. A qualidade de vida é possível, mas muito complicada já que se vive rodeado de especialistas e outras pessoas que têm de garantir que tudo se mantém estável, de acordo com as circunstâncias.
Em conclusão, é necessário prevenir (ao máximo) este “acidente” pois as consequências são quase sempre irremediáveis. O cérebro é o órgão central do nosso organismo, é vital, é essencial. Devemos fazer de tudo para o preservar e tentar lidar com as consequências inevitáveis da melhor forma possível.
Cesarina Ferreira

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Plasticidade do Cérebro

Os nossos cérebros são fisicamente diferentes uns dos outros, pois este modifica-se ao longo de toda a vida, consoante as experiências vividas pelo sujeito. Por este motivo, não existem dois cérebros iguais, pois não há no mundo, nenhuma pessoa que seja totalmente igual a outra, e pelo menos até agora, ainda não há ninguém clonado entre nós; e mesmo que existisse, duvido que seria igual ao original. Pois este viveria num outro tempo e lugar, passaria por outras experiências, conheceria outras pessoas, ouviria outras músicas, enfim, teria outra interacção com as pessoas e seus costumes. Nem mesmo nós somos hoje o que fomos ontem. As coisas mudam com uma rapidez impressionante, e por vezes temos mesmos que nos esforçar bastante para conseguir acompanhar este mundo em constante mudança.

Quando nascemos o nosso cérebro não está totalmente desenvolvido, mas é esta prematuridade, este inacabamento, que nos permite uma melhor e mais eficaz adaptação a novas situações ao longo da nossa vida, pois como temos um programa genético aberto, no qual apenas estamos parcialmente programados, ou seja, existe apenas uma programação de índole biológica e não um sistema de instintos que determine o nosso comportamento face a uma determinada situação, temos a possibilidade de nos adaptarmos a um ambiente em mudança, inventando assim novas soluções para os problemas com que nos deparamos, compensando desta forma as nossas limitações anatómicas.
Simultaneamente, desenvolve-se assim um processo de individuação, ou seja, as experiências vividas por cada indivíduo, marcam a estrutura do nosso cérebro favorecendo assim a singularidade. Desta forma, o principal motor de individuação é a plasticidade do cérebro, ou seja, a sua capacidade de se modificar, de se moldar ao longo da vida por efeito das experiências vividas, sempre no sentido de uma melhor adaptação ao meio. Sendo a plasticidade cerebral por sua vez a condição necessária à aprendizagem. E como ser o ser humano é um ser prematuro, pois o processo de desenvolvimento do cérebro continua após o nascimento e desenvolve-se de uma forma lenta, a lentificação constitui uma vantagem, pois possibilita uma maior estimulação do meio, e portanto uma maior aprendizagem, mas apesar de este processo de desenvolvimento ser muito lento, como referi anteriormente, não é pejorativo, pois como somos ser sociais necessitamos da ajuda dos outros, que são fundamentais para a construção do “eu”.
Voltando ao assunto fulcral, o cérebro humano, este está dividido em dois hemisférios, sendo que cada um deles se especializou em funções diversas, contudo funcionam de modo integrado como um todo. Os hemisférios cerebrais controlam a parte oposta do corpo, porque os feixes nervosos se cruzam no caminho.
O cérebro funciona de uma forma sistémica, pois as suas capacidades, não dependem só de si mesmas, mas também do funcionamento integrado das outras áreas cerebrais. Por isso, constatou-se que quando uma função é perdida devido a uma lesão, esta pode ser recuperada por uma área vizinha, designando-se este processo, por função vicariante ou de suplência.
Desta forma, podemos afirmar que o nosso cérebro é um sistema unitário que trabalha como um todo de forma interactiva.

Em suma, cada cérebro é um passo em frente na Humanidade, pois as suas diferenças de sujeito para sujeito ultrapassam as definições genéticas e as experiências vividas por cada um de nós, desde as intra-uterinas, como ao longo de toda a vida são muito diferentes, ou pelo menos atribuímos significados diferentes às coisas, consoante a nossa história pessoal.
A individuação torna as produções culturais mais complexas, pois como todos temos uma maneira de pensar diferente, e arranjamos diferentes soluções para os obstáculos que se apresentam ao longo do nosso efémero percurso de vida, o nosso cérebro desenvolve-se de maneira bem diferente.
Mas, como costumamos dizer, várias cabeças pensam melhor que uma só, por isso como existem várias pessoas espalhadas pelo mundo a pensarem em formas de tornar este mundo melhor, como por exemplo formas de erradicar determinadas doenças e assim melhorar a nossa qualidade de vida, devíamos aproveitar melhor as capacidades que temos, ou mesmo as capacidades que temos possibilidade de desenvolver; Porque apesar deste mundo, muito provavelmente, nunca vir a ser uma utopia, devemos torná-lo melhor a cada dia, e isso está nas mãos dos seres humanos que são a espécie dominante do planeta, e por isso têm o dever de assumir esta posição.
Ricardo Gonçalves

Alzheimer


A doença de Alzheimer é uma demência degenerativa. Este conceito remete para uma alteração global do funcionamento cognitivo. É uma doença que começa com perturbações de memória em que o doente começa por apresentar queixas frequentes de esquecimentos do local onde colocou determinados objectos. 

Numa fase inicial o doente têm consciência da sua situação, mas à medida que a doença progride o doente vai perdendo a consciência da sua doença e das suas dificuldades. 
Os problemas de linguagem também começam a ser cada vez maiores. O doente durante o seu discurso tem alguma dificuldade em encontrar as palavras e com o evoluir da doença, ao não conseguir encontrar a palavra certa, cria parafrases (palavras sem significado). A sua linguagem começa a ser cada vez mais confusa e a fazer cada vez menos sentido. A compreensão da linguagem também começa a ser cada vez mais difícil para o doente de Alzheimer. Esta situação começa muitas vezes por trazer conflitos entre a o doente e a sua família, que não o entende e este que não se consegue fazer entender. Para agravar esta problemática, as alterações comportamentais e mudanças de personalidade também se começam a manifestar numa fase mais avançada da doença. Podem manifestar sintomas depressivos como, apatia, desinteresse, desmotivação, sintomas ansiosos tais como, ansiedade generalizada, fobias, perturbações obsessivo-compulsivas. Podem manifestar também comportamentos agressivos, desinibição sexual ou até mesmo ideias delirantes.

A doença de Alzheimer é também caracterizada por perturbações Práxicas, em que o doente começa a ter dificuldade na execução de gestos desde os mais simples tais como, dizer adeus, fazer o sinal de chamamento, benzer-se, até aos mais complexos, tais como servir-se de uma tesoura ou vestir-se.
O doente começa também por perder capacidades de orientação quer no espaço, em que acontece muitas vezes o doente perder-se mesmo perto de casa e mais tarde dentro da própra casa, quer no tempo, em que o doente não sabe nem em que dia e mês está e muitas vezes nem no ano em que se encontra.
O doente vai progressivamente perdendo também a capacidade de se lembrar de rostos das pessoas. Para finalizar a doença de Alzheimer é muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15 anos. Como muitas doenças, esta também não tem cura mas pode ser tratada para que os sintomas sejam retardados.
Para melhor compreender esta doença, nada melhor do que ver o filme "Iris".

Ana Martins


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Loucos mas génios!


Todo o génio possui uma pontinha de loucura. E para conseguirmos compreender estas mentes brilhantes (se é que é possível fazê-lo) é necessária uma análise complexa que não se encontra ao alcance de todos. Estes seres tão rebuscados e, muitas vezes, incompreendidos são muitas vezes o fruto de uma sociedade comodista com medo de arriscar. Com medo do avanço. São, portanto, importantes focos da revolução capaz de fazer evoluir esta máquina de mundo que rapidamente caminha para mudança (boa ou má, conforme as perspetivas).
Podemos, então, relacionar esta incapacidade para compreender aquilo que é diferente e potencialmente revolucionário com a “loucura” destas “mutações” espirituais. Contudo, convém referir que estas raridades se encontram dispersas na variedade de especializações do nosso dia a dia. E, diz o especialista Marck Wilson que “…de muitos artistas sempre se disse que não batiam lá muito bem da cabeça. Pois agora aumentam as evidências científicas de que a criatividade e a doença mental andam, de facto, muito próximas”.

Esta afirmação encontra-se no contexto do estudo da mente de artistas, na área da pintura, como Van Gogh, Munch e até mesmo Pablo Picasso. O que podemos dizer acercas destes pintores é que o célebre poder criativo de todos eles caminhava lado a lado com uma instabilidade psíquica claramente dotada de traços patológicos. Com isto, concorda também o escritor e psicólogo Edgar Allan Poe ao refletir acerca de uma das suas mais famosas afirmações “Resta saber se a loucura não representa, talvez, a forma mais elevada da inteligência.”.
Não obstante, se prestarmos atenção, eventualmente, daremos conta da existência de génios contemporâneos. No mundo do futebol, por exemplo, pudemos em tempos, acompanhar a genialidade de uma das suas maiores estrelas. Maradona é amplamente considerado um dos maiores, mais famosos e mais polémicos jogadores do séc.XX. Reunia inteligência, vontade e talento, com dribles, habilidade para mudar drasticamente sua velocidade e dar remates surpreendentes. A carreira de Diego.M foi, porém, repleta de controvérsias (como não podia deixar de ser). Entre estas, destaca-se o seu envolvimento com drogas, um vício que acabou por arruiná-lo, deformando-o fisicamente (ainda que temporariamente).

Quanto à categoria musical, este cenário não e menos rico em mentes de inacreditável criatividade. Temos um variadíssimo leque de artistas que se caracterizam como génios. Desde Luciano Pavarotti, Jimi Hendrix, Amy Winehouse, Kurt Kobain até (o ainda hoje) rei da Pop – Michael Jackson. Este último, tal como Maradona foi alvo de muita polémica em relação a muitas atitudes duvidosas que apesar de nunca provadas, geraram grande controvérsia em volta do artista.

O cantor foi e continua a ser, obviamente, um inegável génio da música, pois soube como se tornar num criador invejável, possuidor de uma mente irrequieta que inovou, inventou e reinventou maneiras de dançar, passos, coreografias, além da própria linguagem dos vídeo clipes, criando em seu redor uma verdadeira legião de seguidores de diferentes gerações.
Em jeito de conclusão, é conveniente afirmar que todos podemos ser artistas, todos nós possuímos uma pontinha de loucura. Cabe-nos a nós descobri-la e torná-la em arte que pode ser mais uma gota de combustível. Combustível esse que contribuirá para a evolução do motor da humanidade sonhadora. E tal como todos estes célebres nomes que mencionei, como artistas, ficam as suas majestosas obras que o tempo jamais irá apagar e atingem, assim, a imortalidade espiritual.
Cesarina Ferreira

Idade não traduz invalidade

Como sabemos, as capacidades físicas das pessoas tendem a diminuir, sendo geralmente um idoso muito mais incapacitado fisicamente do que um jovem.
Porém, isto não significa que as capacidades mentais dos idosos sejam menores, aliás, como demonstra um estudo feito pela Universidade de Ohio nos Estados Unidos da América, esta afirmação pode muito bem ser apagada das ideias da sociedade.
Este estudo demonstra que os cérebros idosos de 70 anos podem estar perfeitamente aptos para competirem com os mais jovens de 25 anos, em algumas situações, uma vez que ambos demoram, por exemplo, o mesmo tempo a tomarem decisões em determinadas situações, com igual preocupação em obter resultados exatos nas tarefas em vez de velocidade.
Os pesquisadores estudaram como pessoas de diferentes idades se comportam quando postas à prova em diferentes testes cognitivos que incluem adivinhar o número de asteriscos num ecrã, e identificar palavras através de sequências de letras.

A uma pesquisa posterior foram adicionados jovens desde a escola primária até ao secundário e constatou-se que as crianças mais jovens são mais lentas nas tarefas em que se tem de tomar uma decisão.
Segundo palavras do pesquisador Radcliff, "As crianças mais jovens não são capazes de fazer um uso tão bom das informações que lhes são apresentadas, por isso eles são menos conformes, o que irá evoluir à medida que a sua maturidade evolui".
Os indivíduos com idades compreendidas entre 60 e mesmo 90 anos tinham também um tempo de resposta mais lento para essas tarefas, mas os investigadores concluíram que estes apenas demoraram mais tempo porque queriam certificar-se de que respondiam com precisão. 
Em jeito de conclusão, o investigador Gail McKoon afirma que os idosos, não querem cometer qualquer tipo de erro em qualquer tarefa que desempenhem, o que faz deles mais lentos sendo esta mentalidade difícil de lhes arrancar, porém, com a prática será possível.

Joaquim Oliveira

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nenhum osso é tão duro de roer!

Cesar Millan Favela é um escritor, apresentador de televisão e treinador canino. Fundador do Centro de Psicologia Canina em Los Angeles, Cesar apresenta o programa “Dog Whisperer”. No ano 2005 foi premiado pela National Humane Society, uma organização norte-americana de proteção aos animais, pelo seu trabalho de reabilitação de cães abandonados. Cesar é o especialista mais requisitado dos Estados Unidos na sua área, sendo considerado um treinador brilhante pela sua capacidade quase mágica de lidar com cães. Ora, acredita-se que esta capacidade é o resultado da compreensão e da utilização de estudos de Psicologia Canina.
O trabalho deste homem consiste em ajudar as pessoas a resolver os problemas comportamentais que os seus cães manifestam, restaurando o equilíbrio natural da mente canina. Cesar admite que os cães mais primitivos tinham determinadas tarefas tais como farejar, capturar as presas e correr por exemplo. Porém, atualmente, a maioria dos cachorros desempenham a função de animais de companhia. Como tal, são mimados através de camas confortáveis, brinquedos, guloseimas e muito carinho. 

O que muitas pessoas se esquecem é que estes cães possuem os mesmos instintos inatos de explorar territórios, vaguear pelas redondezas e procurar alimento, e para muitos, estas necessidades não são satisfeitas. É por isso que na sociedade moderna muitos cães acabam por desenvolver problemas comportamentais sérios, como a agressividade, a ansiedade, obsessões ou fobias.

Outra teoria interessante de Cesar baseia-se na seguinte expressão: “Os cães são o nosso espelho”. Isto significa que os cães captam as nossas emoções, mesmo que não nos apercebamos de tal ocorrência. A linguagem dos cães (e a de todos os animais) é a energia. A verdade é que estamos constantemente a comunicar com os nossos cães através da nossa energia. Ou seja, se estamos nervosos, eles ficam nervosos; se estamos tensos, eles ficam tensos; se estamos agitados, eles ficam agitados. Como tal, Cesar realça a importância de manter uma energia equilibrada quando nos encontramos perto dos nossos cães.

Cesar acredita que os animais mudam de comportamento assim que os humanos também mudam. Os cães baseiam a sua forma de agir na nossa maneira de proceder. Isto significa que se nós não agirmos como líderes, eles vão tentar ocupar esse papel. Para além disto, se o nosso cão não possuir aquilo que necessita a nível psicológico, ele vai demonstrar isso de algum modo. Vai expressar a sua frustração através de problemas comportamentais. Em termos de necessidades biológicas, é total responsabilidade do dono certificar-se de que o animal tenha sempre água limpa e alimento, bem como cuidados veterinários.
Cesar Millan afirma ainda que a confiança e o respeito são os elementos fundamentais de qualquer relacionamento saudável, nomeadamente com os nossos cães. Satisfazer as necessidades dos animais em relação a exercícios, disciplina e carinho é também essencial para manter uma boa relação com eles. 

Maria Oliveira

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

"Eros" uma vez...

As relações íntimas são um tipo particular de interação social que apresenta características próprias. Se pensarmos acerca das relações que estabelecemos com os outros, é possível reconhecer que existem diferentes níveis de intimidade. Ora, a expressão de intimidade mais significativa e mais estudada é talvez o amor. O psicólogo norte-americano Robert Sternberg formulou um modelo segundo o qual o amor englobaria três dimensões ou três componentes distintas: intimidade, paixão e compromisso. A intimidade corresponde a sentimentos que visam a proximidade emocional, a compreensão, a confiança mútua e a partilha. É por isso uma componente emocional. A paixão, por sua vez, baseia-se no desejo sexual, na vontade de estar com o outro, pelo que é uma componente motivacional. O compromisso consiste na intenção de comprometimento em manter uma relação amorosa, pelo que assume um caráter cognitivo. 

Os investigadores tentaram identificar as características que estabelecem a diferença entre amar e gostar, o amor romântico e o amor companheiro. A partir das suas pesquisas, puderam concluir que o amor não é apenas gostar em maior quantidade, mas sim um estado psicológico qualitativamente diferente. Ou seja, o amor romântico, contrariamente ao amor companheiro, inclui elementos de paixão, proximidade, fascinação, exclusividade, desejo sexual e uma constante preocupação. Quando amamos alguém, idealizamos o nosso parceiro, exagerando as suas qualidades e minimizando os seus defeitos. É um estado de envolvimento muito intenso com outra pessoa, no qual existe uma excitação fisiológica. 

O amor companheiro corresponde ao afeto que sentimos por um conjunto de pessoas com quem temos relações fortes, como por exemplo a família e os amigos e outras pessoas que nos são muito próximas. Este amor é marcado por uma amizade muito íntima, cuidado, ternura e respeito. Como seria de esperar, o amor apaixonado é objeto da maior curiosidade e interesse por parte dos psicólogos. E uma questão que geralmente se coloca é a seguinte: “Será que o amor romântico é um sentimento universal, presente em todas as culturas humanas?”. Segundo a antropóloga Helen Fischer, o amor romântico é de facto universal. Afirma ter chegado a esta conclusão após ter reunido, juntamente com outros investigadores, provas evidentes da sua presença em mais de 150 sociedades diferentes. Por exemplo, é possível ler poemas de amor da civilização suméria que evocam exatamente os mesmos sentimentos românticos dos poetas dos nossos dias. 

Em todo o mundo existem canções, poemas, esculturas, pinturas, romances, mitos, lendas relacionados com o amor. Isto significa que o amor se manifesta de diferentes formas, em diferentes sociedades e em épocas históricas distintas. Apesar de todos estes dados, importantes para o conhecimento do amor, qualquer definição que nos seja apresentada não nos satisfaz totalmente. Porém, é esse mesmo mistério que torna a definição do amor tão subjectiva e controversa e que confere uma certa magia em torno desse elemento fundamental na vida de qualquer indivíduo.

Maria Oliveira
Eros - Segundo a mitologia grega, era o deus do amor.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Hereditariedade Especifica e Hereditariedade Individual

No património genético de cada um de nós estão contidos elementos específicos e elementos individuais. Os elementos específicos são as potencialidades que partilhamos com os indivíduos da espécie a que pertencemos: a capacidade de ler, de falar, de escrever, uma determinada morfologia, etc. Os elementos individuais são as potencialidades, predisposições e tendências que nos identificam, distinguindo-nos de todo e qualquer indivíduo da nossa espécie: aspeto físico, características da personalidade, etc.
Assim, a hereditariedade específica designa o conjunto de agentes genéticos responsáveis pela transmissão das características que integrarão certos indivíduos numa espécie, distinguindo-os dos indivíduos de outras espécies ou seja a transmissão à geração seguinte das características comuns aos indivíduos de uma espécie é que os diferencia de todas as outras espécies.
A hereditariedade individual designa o conjunto de agentes genéticos responsáveis pela transmissão de potencialidades que nos tornarão únicos, ou seja, diferentes de todos os outros indivíduos da nossa espécie ou por outras palavras corresponde ao conjunto único de características herdadas por um indivíduo que o distingue de todos os que integram a sua espécie.
Rui Leitão

Preformismo e Epigénese

Com o desenvolvimento da ciência o ser humano teve oportunidade de alargar os seus conhecimentos e os seus horizontes sobre o mundo que o rodeia, os fenómenos que lhe estão associados e, como é claro, sobre si mesmo. Uma dessas descobertas recai precisamente sobre o modo como se processa a transmissão da informação genética de pais para filhos e de que forma o genótipo – o conjunto de genes individuais de cada ser vivo – define física e intelectualmente cada um de nós. Assim, desenvolveram-se, em torno desta questão, duas teorias sobre as perspectivas da acção genética: Preformismo e Epigénese.
A teoria do Preformismo (formulada em meados do século XVII), defendia que o ovo continha, no seu interior, um ser em miniatura, completamente formado quer fisicamente, quer a nível das suas capacidades cerebrais – o homúnculo. Deste modo, a sua evolução enquanto ser humano limitava-se ao mero crescimento do seu corpo, a uma ampliação das estruturas preexistentes no ovo, não tendo em conta a influência do meio envolvente no indivíduo. Esta conjectura apoiava, assim, que o ser humano era determinado somente por factores genéticos e que, por isso, estava condicionado por um determinismo hereditário. Este facto explica, então, a razão pela qual muitas vezes se vestiam e abordavam as crianças de maneira semelhante à dos adultos, acreditando-se que eram tão desenvolvidos psicologicamente quanto eles. Por sua vez, a Epigénese – que se refere a todas características humanas que não são consequência da informação genética – vem defender uma teoria oposta, sendo negada a hipótese de preformismo (por Caspar Wolff durante o século XVIII). Segundo esta concepção, não existe um ser preformado no ovo, mas sim um ser inacabado que se vai desenvolvendo lenta e gradualmente e cujas características físicas e mentais são construídas a partir da informação patente no genótipo e da sua envolvência no meio que o rodeia. À medida que se desenvolve vai adquirindo novas aptidões que resultam das várias experiências que vive. Ou seja, o genótipo é apenas uma instrução das características que podem ou não manifestar-se.

Como podemos concluir, a visão epigenética sobre a evolução dos indivíduos é mais correcta. Isto porque na realidade os seres humanos nascem inacabados (prematuros e neoténicos), com capacidades muito inferiores àquelas que se evidenciarão em adulto. Tomemos como exemplo um recém-nascido que, durante bastante tempo se mostra incapaz de se deslocar sozinho, de falar e até de comer por si próprio.
Ao contrário do que se verifica nos restantes animais, sofremos um grande inacabamento biológico, o que torna o nosso cérebro único e individual. Sendo incompleto, ele vai depender do meio para se moldar e para se desenvolver, transformando-se em algo flexível e plástico. Não nascemos humanos, vamos construindo o nosso próprio “eu” ao longo de toda a vida. Não existem dois cérebros, nem duas pessoas iguais, pois cada um tem experiências de vida diferentes e singulares.

Luís Lopes

Quebra-cabeças ou construtores-de-raciocínio?


Estudos recentes avaliaram o que acontece no cérebro quando as pessoas se preparam para resolver quebra-cabeças. Os resultados obtidos sugerem que essa mesma atividade preparatória, quando corretamente efetuada, (e que está intimamente relacionada com o bom humor) pode ser “observada” no cérebro de indivíduos com maior facilidade na resolução deste tipo de problemas. Isto acontece porque, quando se está constantemente a “treinar” o cérebro para certas atividades, este ativa zonas direcionadas para as mesmas. Especifica-se. É, então, com o treino que os indivíduos podem começar a solucionar estes inigmas baseando-se mais frequentemente na sua intuição e menos no método “tentativa erro”.

Está cientificamente comprovado que habituar o nosso cérebro a resolver certos problemas analíticos/hipotéticos prepara-o para um melhor confronto com os problemas do dia-a-dia e que quando estes são corretamente resolvidos provocam uma determinada sensação de satisfação. Pois, afinal, quem não gosta de se deparar com um bom quebra-cabeças? De cada vez que solucionamos um quebra-cabeças, como forma de recompensa, o nosso cérebro liberta uma substância denominada dopamina, sendo que esta nos transmite essa tal sensação de satisfação, de prazer. Muitos peritos afirmam que além dessa recompensa, a simples ideia de alcançar a resolução de um problema coloca a nossa mente num estado recetivo, o que por si só já nos proporciona uma sensação agradável.

 
Tudo indica que os quebra-cabeças são algo de muito positivo e estimulante para o bem-estar do ser humano, visto que estes desenvolvem muitas outras capacidades para além das mais aparentes. São quase que fundamentais para o desenvolvimento do raciocínio humano. Outros estudos e pesquisas realizados por médicos e psicólogos levam até a concluir que este tipo de estímulos mentais podem, ao provocarem a libertação da dopamina, contribuir na prevenção da doença Alzheimer (cujo sintoma primário é a perda de memória e pode dar origem a um estado de profunda e irremediável demência). Contudo, se se iniciar a prevenção, antes da manifestação dos sintomas, a libertação constante da substância em questão (através dos referidos estímulos por via “quebra-cabeças”) pode ajudar a adiar o possível futuro problema nas conexões cerebrais.
Todos estes factos conduzem a uma conclusão que é importante retirar e vai de encontro com a teoria da “semente” (relação entre o ato e a potência). Na minha opinião, este tema tem uma relação evidente com a perspetiva epigenética no estudo da influência dos genes no ser humano. De que forma? É simples.

Como todos sabemos, todos nós somos seres únicos e irrepetíveis, por consequência as nossas capacidades e aptidões para determinadas atividades são, também, diferentes. Ou seja, nós podemos possuir genes que nos dão a possibilidade de sermos muito aptos, por exemplo, para a matemática, no entanto, se não desenvolvermos estas capacidades (se as condições do meio que nos rodeia não forem favoráveis), de nada nos serve a posse desse conjunto genético. É essencial o treino constante do raciocínio.



Cesarina Ferreira

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Amigos que fazem bem à saúde!

Um estudo realizado na Universidade de Concórdia, no Canadá, comprovou que as nossas amizades produzem benefícios não apenas psicológicos, como também fisiológicos. O estudo foi realizado com várias crianças e demonstrou que o nível de auto-valorização que estas apresentavam, aumentava significativamente na presença do seu melhor amigo. Porém, na ausência de companheiros, os níveis de cortisol (hormona responsável pelo stress) eram bastante mais elevados e consequentemente a sua auto-estima sofria uma redução. 
Importa referir ainda que a secreção excessiva de cortisol pode conduzir a alterações imunológicas e até a um decréscimo na formação óssea, o que acaba por afetar ainda mais fortemente as crianças.
Todos sabemos a importância que os amigos adquirem nas nossas vidas, uma vez que são pessoas que nos acompanham nos bons e nos maus momentos e que contribuem para a nossa felicidade. “Ter o melhor amigo presente durante um acontecimento desagradável tem um impacto imediato sobre a mente de uma criança”, afirma William Bukowski, coordenador da investigação. 
Segundo os pesquisadores, este estudo tem também implicações a longo prazo, pois as nossas reações psicológicas e fisiológicas em relação às experiências vividas na infância influenciam a vida futura. Isto significa que se acumularmos sentimentos de fraca auto-estima ao longo da infância, esses sentimentos irão traduzir-se na forma como nos vemos a nós próprios na idade adulta.
Um outro estudo realizado na Universidade de Chicago, nos EUA, reconheceu que pessoas muito solitárias tendem a ser mais indefesas, a ter insónias com frequência e outros problemas tais como o stress, a ansiedade e a depressão. Segundo o psicólogo John Gottman, a amizade é também fundamental nas relações amorosas. Isto porque, de acordo com as suas pesquisas, os casais mais felizes e com relacionamentos de longo prazo confirmaram a presença da amizade no casamento e admitiram que amar o parceiro seria uma extensão dessa amizade.
Em suma, as nossas amizades ajudam-nos ter um desenvolvimento psicológico saudável e este facto é particularmente significativo para as crianças. Podemos concluir que as vantagens de possuirmos um bom amigo são bastante positivas, na medida em que estes relacionamentos nos conferem uma vida mais dinâmica, com um bem-estar que se traduz tanto ao nível do corpo como da mente.
Maria Oliveira

Serão iguais?


O estudo dos gémeos é muito importante para a psicologia uma vez que se trata de uma situação natural, e apesar disso, podem ver mais rigorosamente a influência do meio no comportamento e desenvolvimento humano.
Os gémeos monozigóticos, que são os utilizados nestes estudos, que provêm do mesmo zigoto e por isso têm uma informação genética muito semelhante, podem ser muitos idênticos como muito diferentes, dependendo se são criados separados ou juntos respetivamente.
Até aos anos 70, os estudos feitos com os gémeos não eram de confiança no sentido em que os cientistas inventavam dados e não havia ética nas investigações nem métodos organizados de trabalho. Hoje em dia, estes estudos são realizados com muito mais cuidado, muito mais rigor e são usados principalmente na genética do comportamento, uma disciplina da Psicologia.
Sabe-se que aproximadamente 1 em cada 250 nascimentos são de gémeos verdadeiros e a maioria das pesquisas são feitas em países escandinavos porque estes governos mantêm e possuem grandes bancos de dados sobre os seus cidadãos.
Voltando à afirmação inicial, qual a explicação para tal facto ser possível? Isto é, como é que é possível que os gémeos criados separadamente sejam mais parecidos do que aqueles que são criados juntos?
A resposta é que as pequenas diferenças no caráter inato, isto é, à nascença, são exageradas pela prática e não reduzidas. Se um é mais ativo e brincalhão que o outro, eles gradualmente irão exagerar essa diferença.
Isto acontece, porque apesar das semelhanças das condições biológicas e ambientais, os gémeos vão progressivamente distinguindo-se para se diferenciarem em duas pessoas distintas e singulares, e apenas os gémeos criados juntos têm a preocupação de reformular as suas ideias de maneira a que se diferenciem um do outro. Os que vivem separados não estão sujeitos às mesmas condições logo serão por si diferentes.
A esquizofrenia assim como o autismo, dislexia, atraso na linguagem, deficiência na linguagem, depressões graves, distúrbio bipolar, distúrbio obsessivo-compulsivo e orientação sexual são algumas das alterações que acontecem nos gémeos verdadeiros uma vez que têm o mesmo ADN e ainda vivem no mesmo meio.
Em geral, os gémeos verdadeiros, como o próprio nome indica, são o tipo de irmãos mais parecidos que existe e por vezes pensam e sentem de modos tão semelhantes que levantam a hipótese de estarem ligados por telepatia, cuja definição não está muito bem definida e estudada. São ainda muito semelhantes a nível cognitivo, como na inteligência verbal, matemática, também no grau de satisfação com a vida e em características de personalidade como serem introvertidos, conscienciosos, bastante recetivos a novas experiências e aderirem facilmente a propostas.
Têm atitudes muito semelhantes perante questões polémicas, religião e música. São parecidos não só em testes de papel e lápis, mas também em comportamentos da vida particular como praticar exercício, cometer crimes, envolver-se em acidentes, ver televisão e ainda na facilidade a divorciar-se.
Em suma, podemos dizer que os estudos dos gémeos demonstram que diferentes mentes podem advir de diferentes genes, uma vez que o nosso desenvolvimento depende quase por inteiro do meio onde somos criados. Contudo, o papel dos genes não pode ser ignorado uma vez que estes são o impulso da vida.

Joaquim Oliveira

Função vicariante do Cérebro

A principal característica que nos diferencia dos animais é a nossa capacidade cerebral. Uma das características mais espantosas do nosso cérebro é a capacidade de recuperação, quase a 100% de uma lesão do cérebro. O nosso cérebro é constituído por milhões de células específicas, os neurónios. Estas são responsáveis por grande parte das funções do sistema nervoso e cada neurónio tem uma função específica a desempenhar.
Quando é afectada uma área do cérebro, o indivíduo pode tender a ficar com limitações ao nível físico ou psicológico, dependendo da zona lesada, ou seja, se a lesão foi nos lobos occipitais pode ter perturbações visuais, se for nos lobos temporais pode ser afectada a audição. Mas se a zona lesada, for o córtex pré-frontal haverá modificações ao nível psicológico e não físico.
Para conseguir explicar com melhor eficácia o córtex pré-frontal do nosso cérebro tenho de referir dois casos muito interessantes, o caso de Phineas Gage e Elliot. Gage sofreu um acidente enquanto trabalhava e a consequência deste episódio trágico foi a lesão das áreas pré-frontais. Phineas era um homem calmo, trabalhador e educado, após a remoção da barra ferro que feriu o cérebro e lhe arrebatou um olho, a sua personalidade modificou-se radicalmente. A personalidade de Gage alterou-se para o contrário, passou a ser um homem grosseiro, colérico, e irritava-se com muita facilidade. No caso de Elliot não sofreu nenhum acidente, mas tinha um tumor na parte do córtex. Após a operação, em que lhe retiraram parte do córtex, a personalidade do Elliot também teve grandes transformações e uma delas foi a indiferença afectiva, ou seja, não demonstrava qualquer sentimento, nem tristeza, nem alegria, nem ansiedade. Graças a Damásio que estudou estes dois casos pormenorizadamente sabemos que as relações entre o córtex e as emoções funcionam como inibidores ou estimulantes, isto é, o nosso cérebro consegue inibir uma emoção ou estimula-la. Daí se for danificada esta zona do cérebro pode ser afectada a nossa personalidade.
Até aqui, referi as lesões que podem ocorrer se for afectada uma zona do cérebro, mas não expliquei como podem ser recuperadas as áreas afectas quase na totalidade.
É por causa da capacidade do nosso cérebro funcionar como um todo, como uma rede funcional que conseguimos recuperar quase na totalidade a área danificada. Isto é, cada área do nosso cérebro possui neurónios específicos para determinada função. Quando é danificada uma zona do nosso cérebro, os neurónios dessa zona desaparecem, mas por causa da função vicariante que o cérebro possui, este consegue recuperar quase totalmente as áreas afectadas. Contudo esta função está complementada com a plasticidade do nosso cérebro. E é por causa destas duas capacidades cerebrais que os neurónios das áreas vizinhas podem substituir as funções dos neurónios dessas zonas afectadas pelas lesões cerebrais, resultantes de várias circunstâncias como o coma, os acidentes vasculares, os traumatismos cranianos, entre outros.
Como as células nervosas têm as mesmas características variando apenas as suas funções, elas conseguem adquirir e desempenhar outras funções do nosso cérebro, mas não inteiramente pois não estavam destinadas a aquela área do cérebro.
A função vicariante é uma função muito importante do nosso cérebro, graças a esta função conseguimos recuperar de lesões, e viver uma vida normal e independente.
Ricardo Gonçalves

Deficiência Mental

Ao longo da história já foram utilizadas expressões como idiotia, cretinismo, debilidade, imbecilidade. O sistema de Classificação Internacional de Doenças - (CID), em função do típico atraso de desenvolvimento que os portadores de tais síndromes apresentam, utiliza a expressão Retardo Mental, subdividindo este grupo em quatro categorias de gravidade (leve, moderada, grave e profundo) em função da sua capacidade intelectual com ou sem outros comprometimentos do comportamento.
As pessoas com esse transtorno, são dependentes de cuidadores e necessitam de atendimento multiprofissional (incluindo: médico, fisioterapeuta/ terapeuta ocupacional,musicoterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, pedagogo (psicopedagogia) entre outros) a fim de minimizar os problemas decorrentes da deficiência. Quanto mais cedo houver um diagnóstico e mais precoce for a intervenção melhores serão os resultados. As técnicas exercidas por diversos profissionais de reabilitação e puericultura para identificar precocemente lesões e intervir são denominadas: Avaliação do Desenvolvimento e Exame Neuropsicomotor Evolutivo ou psicomotor e Teste de Inteligência ou Quociente de inteligência, além do diagnóstico das informações provenientes da clínica médica para identificar a síndrome genética ou natureza da lesão que possívelmente causou o dano cerebral e/ou seus sinais e sintomas.
As clássicas definições da deficiência mental, a exemplo da Associação Americana Deficiência Mental têm como referência a limitação da atividade intelectual (leia-se praticamente habilidades lógico matemáticas) e a capacidade de adaptação (leia-se socialização) contudo ambos conceitos, aqui referidos, podem ser ampliados em função das suas distintas aplicações.
Para Piaget a inteligência é um prolongamento da adaptação orgânica, o progresso da razão consiste numa conscientização da atividade organizadora da própria vida. Essa definição, uma das muitas possibilidades de definir lógica e inteligência em seus estudos, revelam sua opção de pesquisa a partir de um conceito básico da biologia moderna, a adaptação, sem o qual não poderíamos compreender as relações entre forma e função e/ou a teoria da evolução.
A deficiência intelectual é resultado, quase sempre, de uma alteração na estrutura cerebral, provocada por fatores genéticos, na vida intra-uterina, ao nascimento ou na vida pós-natal. O grande desafio para os estudiosos dessa característica humana, é que, em quase metade dos casos estudos essa alteração não é conhecida ou identificada e quando analisamos o espectro de patologias que tem a deficiência mental como expressão de seu dano nos deparamos com um conjunto de mais de 200 doenças entre as mais comuns estão a Síndroma de Down e Paralisia cerebral.
Síndrome de Down é um conjunto de características específicas (hipotonia, face com perfil achatado, crânio braquicéfalo, olhos amendoados ou fissuras palpebrais oblíquas, língua protrusa, pescoço curto, prega palmar transversal única, entre outros) e não uma doença. Complementando Síndroma de Down é uma anomalia causada durante a formação do feto que pode ocorrer com qualquer pessoa, chamada de Trissomia do Cromossoma 21. Para se confirmar essa trissomia é preciso se fazer um exame genético (a partir de linfócitos ou outra célula coletada no sangue) chamado cariótipo.
Hélder  Araújo

Neuropsicologia

neuropsicologia é uma interface ou aplicação da psicologia e da neurologia, que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano, contudo praticamente dedica-se a investigar como diferentes lesões causam deficits em diversas áreas da cognição humana, ou tal como denominado pelos primeiros estudos nesse campo, estuda as funções mentais superiores, deixando áreas como agressividade, sexualidade para abordagens mais integrativas da fisiologia e biologia (neuro-biologia, neuro-fisiologia, psicofisiologia, psicobiologia) ou melhor da neuro-ciência. Entre as principais contribuições desse ramo do conhecimento estão os resultados de pesquisas científicas para elaborar intervenções em casos de lesão cerebral, quando se verifica o comprometimento da cognição e de alguns aspectos do comportamento. (Atribui-se ao psicólogo canadense. Donald Olding Hebb (1904-1985) a cunhagem do termo neuropsicologia.
Hélder Araújo

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sponge Bob vs Concentração

Um estudo recentemente publicado revelou que o tão conhecido "Sponge Bob" assim como todos os desenhos animados igualmente hiperativos, podem causar uma atenção dificultada e consequentemente problemas de aprendizagem em crianças de 4 anos.
A velocidade das imagens destes desenhos animados são a principal causa da falta de concentração e atenção.
Este estudo foi desenvolvido na Universidade de Virgínia, com 60 crianças de 4 anos de idade, como tinha já referido.
O estudo teve por método dividir as 60 crianças em grupos de 20, sendo que cada grupo iria estar 10 minutos a ver "Sponge Bob", um outro grupo a ver um desenho animado do Canadá chamado "Caillou", e por fim, um terceiro grupo a fazer desenhos.
Depois do teste terminado, os três grupos foram submetidos a diferentes testes que avaliaram a sua função mental, coordenação e concentração.
O grupo que ficou a ver “Sponge Bob” obteve um resultado menos satisfatório em 12 pontos do que os outros dois grupos, com resultados idênticos.
As investigadoras que desenvolveram este estudo queriam comparar a influência imediata de programas de televisão consoante o ritmo acelerado e lento, com as habilidades das crianças para resolver posteriormente problemas e concentração.
No desenho animado "Sponge Bob", o ângulo da câmara mudava a cada 11 segundos, o que faz com que uma grande quantidade dos recursos cognitivos se dedicassem apenas para o que estava a acontecer no ecrã, enquanto no "Caillou", onde o angulo da câmara mudava a cada 34 segundos, oferecia aos espetadores muito mais tempo para processar os eventos da narrativa.
Assim, as crianças que visualizaram o "Sponge Bob" apresentaram uma menor atenção aos testes que foram feitos e supracitados.
A conclusão que tiramos deste estudo não tem a ver com propriamente o desenho animado "Sponge Bob", mas com todos aqueles programas de televisão com um ritmo acelerado, o que faz desviar a atenção das crianças. Sendo assim, antes de irem para a escola, as crianças não devem ver este tipo de programas.
Podemos também confirmar a teoria de vários psicólogos que diziam que as nossas capacidades cognitivas tais como, a tomada de decisões, concentração, atenção, são recursos que se vão esgotando durante o dia, tal como os músculos e também por isso a maior parte das aulas são de manhã.


Joaquim Oliveira

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A psicologia da música

Música é linguagem tão antiga quanto o homem, a Música Primitiva era usada para exteriorização de alegria, prazer, amor, dor, religiosidade e os anseios da alma. Darwin declarou que a fala humana não antecedeu a música, mas derivou dela. Ao comparar o cérebro de músicos profissionais, amadores e não-músicos, os cientistas constataram diferenças na quantidade de massa cinzenta de determinadas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor.

As diferenças da estrutura do cérebro dos três grupos estudados, músicos profissionais, músicos amadores e não-músicos, estão relacionadas com a  intensidade do treinamento musical. Quanto melhor treinado o músico, maior é a proporção de massa cinzenta. Como se sabe, a quantidade da massa cinzenta é determinante no grau de inteligência de um indivíduo. Os instrumentistas utilizam muito mais a mão esquerda do que as pessoas que não tocam nenhum instrumento. A principal conclusão do estudo é que a prática constante de um instrumento influencia de forma positiva o desenvolvimento do cérebro. Ao que tudo indica, o efeito do treinamento musical no cérebro é semelhante ao da prática de um desporto nos músculos.

Como se ouve música? 
Corrente referencialista: a escuta musical sempre busca um referencial, imagens situações, baseado em experiências de vida.
Corrente absolutista: é possível compreender a idéia da música pela própria organização dos sons, sem necessidade de suporte em outros sentidos.

Alguns ritmos levam ao céu, outros conduzem qualquer alma ao abismo, outros despertam o extinto da loucura, outros a ousadia, outros o desconforto, outros o desejo de descoberta e criação. A música é uma libertação, às vezes só conseguimos nos expressar através dela, sendo como também uma forma de nos tranquilizarmos. Contudo as práticas musicais das crianças e dos adultos são relevantes porque auxiliam no desenvolvimento auditivo, motor, cognitivo e social, além de ajudar a fortalecer as ligações afetivas nas famílias. Altera contudo, nosso estado de espírito. O corpo reage às vibrações dos sons, são despertadas emoções que interferem no funcionamento de nosso organismo. Existem teorias que comprovam as reações de células e órgãos através destas emoções que são deflagradas. A música pode alterar e liberar partes reprimidas inscritas em nosso corpo . O ser traz consigo as marcas de sua história , em forma de movimento , apreendemos padrões de movimento que nos ditaram o que fazer ou deixar de fazer.  Visto isto, a música é realmente importante para o ser humano. Pode até mesmo combater a depressão e outros problemas mentais.

Ana Martins

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Medo de agulhas?

O medo é um sentimento de inquietação que surge com a ideia de um perigo real ou aparente. É um receio, uma apreensão a algo, uma aversão. E de facto, existe muita gente que tem o medo de agulhas, sendo este medo ou fobia chamado de Aicmofobia.
Como na maioria das fobias, dá-se uma aceleração do batimento cardíaco, respiração superficial e ainda algumas reações nervosas. No entanto, a Aicmofobia apresenta uma diferença em relação à maioria das fobias: a tendência a desmaiar.
Admite-se que a maioria das pessoas com esta fobia e com aversão a sangue tenham histórico de desmaios nestas situações.
Os pacientes que possuem esta fobia tendem a ter pensamentos, visões e dor em relação à própria agulha. Isto pode oscilar entre tremores, calafrios até ao evitamento total de agulhas, o que leva as pessoas a evitar a realização de qualquer exame ao sangue.
Esta é uma fobia muito comum, no entanto, as pessoas que a demonstram não são fracas nem cobardes, elas já herdaram uma predisposição genética para o desmaio, combinada com uma experiência negativa que provoca o medo. A maioria das pessoas tem um familiar com a mesma resposta, o desmaio.
Isto acontece porque, como referi, os pacientes herdaram o que é chamado de ato reflexo vaso-vagal em reposta a esse medo e quando se deparam com uma agulha ou recebem uma injeção, é acionado o nervo vago, situado abaixo do crânio, que dilata os vasos sanguíneos e diminui a frequência cardíaca e a pressão arterial. Por fim, podem mesmo perder a consciência por alguns segundos.
Esta fobia pode ser induzida devido a uma experiência traumática com agulhas, principalmente antes dos dez anos e é uma fobia que pode levar a graves problemas de saúde ou colocar a própria vida da pessoa em risco só porque se recusou a fazer simples análises de sangue ou a ir ao médico.
O tratamento psicológico para esta fobia baseia-se no confronto entre os pacientes e as próprias agulhas, com vídeos, imagens e diálogo com um terapeuta sobre o assunto.
Para as pessoas que são mais vulneráveis aos desmaios, o ideal será aprender a técnica da "tensão aplicada", na qual as pessoas treinam o enrijecer dos músculos do corpo para aumentar a pressão arterial e evitar o desmaio e só depois se passa ao tratamento supracitado.


Joaquim Oliveira

PSI - "Psicologia Sob Investigação"

A Psicologia Criminal, também conhecida por Psicologia Forense, é um ramo da psicologia jurídica que se baseia na aplicação de conhecimentos psicológicos ao serviço judiciário. Esta área da psicologia tem o objetivo de proteger a sociedade e de defender os direitos do cidadão, através da perspetiva psicológica. Para tal, trata de analisar de modo racional e empírico o comportamento criminoso, pelo que utiliza frequentemente estudos psicológicos de personalidade, de estrutura mental e as suas respetivas relações com o direito penal. A psicologia criminal explora ainda o desenvolvimento do criminoso sob o ponto de vista psicodinâmico e social.

Os psicólogos criminais procuram sempre reconstituir o percurso de vida do indivíduo criminoso e todos os processos psicológicos que o possam ter conduzido a cometer um crime, ou seja, tentam descobrir a raiz do problema para encontrar a solução mais adequada face ao seu julgamento. Uma vez descoberta a causa das desordens mentais e comportamentais que afetaram o indivíduo, é possível determinar uma pena justa.

Esta ciência é muito importante devido à necessidade de legislação apropriada para os casos de indivíduos considerados doentes mentais que cometem atos criminosos, pois a doença mental deve ser encarada não só a nível clínico, como também a nível jurídico. 
Por estes motivos, um psicólogo formado nesta área tem de possuir conhecimentos relacionados com a psicologia em si e conhecimentos que dizem respeito às leis civis e criminais. 

Atualmente, os cientistas afirmam que não existe uma personalidade tipicamente criminosa. Contudo, defendem a existência de diferentes maneiras de organização da personalidade, de formas distintas de receção dos diversos estímulos do meio e de se relacionar com o mundo 
exterior. Como tal, admitem que um criminoso, num dado momento da sua vida, terá uma representação diferente da realidade, muito específica, pelo que assume uma determinada disposição de valores e significados, na qual o crime adquire um sentido particular.

Portanto, podemos concluir que a psicologia criminal é fundamental para que haja uma melhor compreensão da mente, dos processos psíquicos e dos comportamentos de quem comete um crime e para auxiliar essas pessoas no sentido de as integrar novamente na sociedade, contribuindo desta forma para uma vida social saudável e segura.

Maria Oliveira