sexta-feira, 23 de março de 2012

Lobos Cerebrais

No cérebro há uma distinção visível entre a chamada massa cinzenta e a massa branca, constituída pelas fibras (axónios) que entreligam os neurónios. A substância cinzenta do cerebro, o córtex cerebral, é constituído corpos celulares de dois tipos de células: as células de Glia - também chamadas de neurôglias - e os neurónios. O córtex cerebral humano é um tecido fino (como uma membrana) que tem uma espessura entre 1 e 4 mm e uma estrutura laminar formada por 6 camadas distintas de diferentes tipos de corpos celulares de neurônios. Perpendicularmente às camadas, existem grandes neurônios chamados neurônios piramidais que ligam as várias camadas entre si e representam cerca de 85% dos neurônios no córtex. Os neurônios piramidais estão entreligados uns aos outros através de ligações excitatórias e pensa-se que a sua rede é o «esqueleto» da organização cortical. Podem receber entradas de milhares de outros neurônios e podem transmitir sinais a distâncias da ordem dos centímetros e atravessando várias camadas do córtex. Os estudos realizados indicam que cada célula piramidal está ligada a quase tantas outras células piramidais quantas as suas sinapses (cerca de 4 mil); o que implica que nenhum neurônio está a mais de um número pequeno de sinapses de distância de qualquer outro neurônio no córtex.
Embora até há poucos anos se pensasse que a função das células de Glia é essencialmente a de nutrir, isolar e proteger os neurônios, estudos mais recentes sugerem que os astrócitos podem ser tão críticos para certas funções corticais quanto os neurônios.
As diferentes partes do córtex cerebral são divididas em quatro áreas chamadas de lobos cerebrais, tendo cada uma funções diferenciadas e especializadas. Os lobos cerebrais são designados pelos nomes dos ossos cranianos nas suas proximidades e que os recobrem. O lobo frontal fica localizado na região da testa; o lobo occipital, na região da nuca; o lobo parietal, na parte superior central da cabeça; e os lobos temporais, nas regiões laterais da cabeça, por cima das orelhas.
Os lobos parietais, temporais e occipitais estão envolvidos na produção das percepções resultantes daquilo que os nossos órgãos sensoriais detectam no meio exterior e da informação que fornecem sobre a posição e relação com objetos exteriores das diferentes partes do nosso corpo.

Hélder Araújo

quinta-feira, 22 de março de 2012

Art Therapy - A arte de viver bem

O acidente vascular cerebral ou acidente vascular encefálico é caracterizado pela perda rápida de funções neurológicas, por sua vez resultante do entupimento (isquemia) ou rompimento (hemorragia) de vasos sanguíneos cerebrais. É uma doença de início súbito que pode provocar consequências graves que exigem tratamento especializado. Segundo uma pesquisa realizada na Escola de Enfermagem da Universidade Tor Vergata, em Roma, pessoas que sofreram um AVC e que tiveram contacto com expressões artísticas apresentam uma melhor qualidade de vida.

O estudo envolveu cerca de 200 pacientes vítimas de AVC, com idade média de 70 anos. Estas pessoas foram questionadas acerca dos seus gostos relativamente a diversos tipos de arte. Destes pacientes, 125 mostraram-se interessados por arte. Ora, os resultados deste estudo verificaram que estes mesmos pacientes apresentavam melhores níveis de saúde em geral, nomeadamente mais facilidade em andar e mais energia.

Segundo o doutor Ercole Venolle, professor assistente em ciência da enfermagem, os pacientes pareciam estar mais felizes e exibiam níveis de ansiedade e depressão significativamente mais baixos. "Sobreviventes de AVC, que viam a arte como parte integrante do seu estilo de vida anterior, expressando apreço pela pintura, música e teatro, apresentaram melhores habilidades de recuperação do que aqueles que não o faziam”, afirmou Vellone.

Em suma, o grupo de pacientes que estimava as artes apresentou um quadro clínico bastante mais satisfatório do que o quadro relativo ao outro grupo. Como tal, estes estudos são muito importantes na medida em que nos levam a concluir que pacientes que se relacionem com as artes podem ter uma melhor qualidade de vida, independentemente da gravidade do acidente vascular cerebral. Os resultados sugerem que a arte pode provocar mudanças a longo prazo no cérebro, que por sua vez o ajudam a recuperar de forma mais rápida e eficaz.

"É na arte que o homem se ultrapassa definitivamente."
Simone de Beauvoir

Maria Oliveira

Hemisférios Cerebrais

O hemisfério dominante em 98% dos humanos é o hemisfério esquerdo, é responsável pelo pensamento lógico e competência comunicativa. Enquanto o hemisfério direito, é responsável pelo pensamento simbólico e criatividade, embora pesquisas recentes estejam contradizendo isso, comprovando que existem partes do hemisfério esquerdo destinados a criatividade e vice-versa. Nos canhotos as funções estão invertidas. O hemisfério esquerdo diz-se dominante, pois nele localiza-se 2 áreas especializadas: a Área de Broca (B), o córtex responsável pela motricidade da fala, e a Área de Wernicke (W), o córtex responsável pela compreensão verbal.
O corpo caloso, localiza-se no fundo da fissura inter-hemisférica, ou fissura sagital, é a estrutura responsável pela conexão entre os dois hemisférios cerebrais. Essa estrutura, composta por fibras nervosas de cor branca (freixes de axónios envolvidos em mielina), é responsável pela troca de informações entre as diversas áreas do córtex cerebral.
O córtex motor é responsável pelo controle e coordenação da motricidade voluntária. Traumas nesta área causam fraqueza muscular ou até mesmo paralisia. O córtex motor do hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo, e o córtex motor do hemisférios direito controla o lado esquerdo do corpo. Cada córtex motor contém um mapa da superfície do corpo: perto da orelha, está a zona que controla os músculos da garganta e da língua, segue-se depois a zona dos dedos, mão e braço; a zona do tronco fica ao alto e as pernas e pés vêm depois, na linha média do hemisfério.
O córtex pré-motor é responsável pela aprendizagem motora e pelos movimentos de precisão. É na parte em frente da área do córtex motor correspondente à boca que reside a Área de Broca, que tem a ver com a linguagem. A área pré-motora fica mais ativa do que o resto do cérebro quando se imagina um movimento, sem o executar. Se se executa, a área motora fica também ativa. A área pré-motora parece ser a área que em grande medida controla o sequenciamento de ações em ambos os lados do corpo. Traumas nesta área não causam nem paralisia nem problemas na intenção para agir ou planear, mas a velocidade e suavidade dos movimentos automáticos (ex. fala e gestos)fica perturbada. A prática de piano, ténis ou golfe envolve o «afinar» da zona pré-motora - sobretudo a esquerda, especializada largamente em atividades sequenciais tipo série.
Cabe ao córtex do cerebelo, fazer a coordenação geral da motricidade, manutenção do equilíbrio e postura corporal. O cerebelo representa cerca de 10% do peso total do encéfalo e contém mais neurônios do que os dois hemisférios juntos.
O eixo formado pela adeno-hipófise e o hipotálamo, são responsáveis pela auto regulação do funcionamento interno do organismo. As funções homeostáticas do organismo (função cárdio-respiratória, circulatória, regulação do nível hídrico, nutrientes, da temperatura interna, etc) são controladas automaticamente.

Hélder Araújo

Raça DeMente!

Como é do conhecimento geral, o racismo é uma realidade. O racismo não é nada mais, nada menos do que uma tendência do pensamento para dar demasiada importância à noção da existência de distintas raças humanas, normalmente relacionando características físicas hereditárias e determinados traços de carácter e inteligência ou manifestações culturais. O racismo não é uma teoria científica, mas sim um conjunto de opiniões pré concebidas que sobrevalorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, atribuindo superioridade a alguns de acordo com a matriz racial.

Contudo, não podemos considerar que a mente humana é independentemente defensora de uma raça. Nenhum ser humano nasce com cultura, tal como nenhum ser humano nasce racista, é algo que se adquire. A sociedade é sim, portadora de qualquer pensamento racista em qualquer indivíduo. A sociedade é a única responsável por todos os comportamentos de marginalização.
Na mente liberta das influências de sociedades preconceituosas (o que é praticamente impossível) só existe uma raça, a raça humana. Tudo aquilo que nos difere a nível biológico e que dá origem às ditas “raças” é o genótipo e sua consequente expressão (o fenótipo). No entanto, todas as nossas funções vitais se dão de igual modo, incluindo as cerebrais. Todos temos um cérebro, com várias funções, com vários lobos, com conexões nervosas que, entre outras coisas, nos permitem realizar atividades cerebrais complexas como raciocinar (elaborar opiniões através da interligação de pensamentos). A questão é mesmo essa. Não a maneira como se desenvolvem estes processos mentais mas sim o seu conteúdo. Se desde sempre todos os homens fossem tratados como iguais independentemente da sua raça, o racismo seria um termo desconhecido, fora de todos os dicionários da humanidade. Isto porque, tal como já mencionei, nenhum homem nasce racista. Esta ideia é-lhe instituída pela sociedade. Resta saber se se irá manter ou não. É aí que entra a personalidade de cada um, ou seja, a capacidade de tomar as próprias decisões e formar as próprias opiniões.
Na minha opinião o racismo é tudo menos plausível. Os argumentos são absurdos a as ações que retratam este preconceito ainda mais. É necessário mudar mentalidades e fazer a nossa pequena diferença diariamente. Muitas “pequenas diferenças” irão, um dia mais tarde, fazer toda a diferença. Diz não ao racismo e deixa a tua mente fazer aquilo que ela faz de melhor mas não permitas a influência de algo que não é natural, o racismo. Ou então, se vais defender a superioridade de certas raças ao menos arranja um argumento que seja mais do que aquilo que os olhos vêm. Muito provavelmente, missão impossível.

Cesarina Ferreira

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Líder, a liderança

Para gerir um grupo de trabalho, para ser capitão de uma equipa de futebol ou para comandar uma grande empresa, entre outro tipo de empregos é necessário haver um estilo de liderança para que o sucesso seja concretizado. Um lider pode ser mais ou menos flexível, pode ser ser mais ou menos compreensivo, pode ser mais ou menos liberal. O líder é responsável pelas estratégia e pelos objetivos a serem alcançados. Então temos vários tipos de liderança como a liderança autocrática,liderança democrática e liderança liberal.

A liderança autocrática é uma liderança autoritária em que o líder é focado apenas nas tarefas. O líder toma decisões individuais, desconsiderando a opinião dos liderados. O líder é quem ordena, impõe sua vontade, centralizando todas as decisões. Este tipo de liderança caracteriza-se pela confiança na autoridade e pressupõe que os outros nada farão, se não lhes dor ordenado. Geralmente o líder não se importa com o que os liderados pensam além de desestimular inovações. O líder autocrático julga-se indispensável, mostrando que só a sua maneira de fazer as coisas é a correta. Divide pouquíssimo serviço, preferindo fazê-lo.
A liderança democrática é uma liderança em que o líder ouve todos. O líder orienta o grupo a executar suas atividades, fazendo-o participar nas tomadas de decisões. Neste tipo de liderança, todo o grupo pode e deve contribuir com sugestões. A responsabilidade do líder, é dirigir estas opiniões para que, na prática, atinjam os objetivos esperados. O líder que aplica este tipo de liderança, geralmente, tem um conceito equilibrado sobre si, não temendo que haja liderados que sejam melhores do que ele, em determinados aspectos. Para ele é fácil entender e compreender seus liderados, bem como ouvir e aceitar opiniões diferentes das suas. 
A liderança liberal ou laissez faire: Laissez-faire é a contração da expressão em língua francesa laissez faire, laissez passer, que significa "deixai fazer, deixai passar". Nesse tipo de liderança, parte-se do princípio de que o grupo atingiu a  maturidade e não necessita de supervisão de seu líder. Assim, os liderados ficam livres para pôr seus projetos em prática, sendo delegado pelo líder liberal. Este líder acha que seu principal trabalho é a manutenção do que já foi conseguido. Não dá ordens, não traça objetivos, não orienta os liderados, apenas deixa passar.



Rui Leitão

segunda-feira, 12 de março de 2012

Os grupos de pares

Primeiramente o grupo é constituído por elementos do mesmo sexo, mais tarde funde-se com grupos de sexos diferentes e por último desagrega-se o grupo para consolidar relações amorosas de casal. Os grupos de pares funcionam como fonte de afeto para alcançar autonomia dos pais. Com o corpo em fase de mudança os jovens sentem-se bem uns com os outros porque podem partilhar experiências entre si; quando se querem impor aos pais é junto do grupo de pares que procuram conselhos pois todos vivem mais ou menos as mesmas experiências.

As relações de amizade são mais igualitárias que numa família, pois nesta existem sempre os superiores hierárquicos que impõem alguma regra ou medida. A importância dada à amizade é mais notória nesta fase que em qualquer outra. Os adolescentes apoiam-se, são leais para com as suas crenças, partilham experiências, características da amizade dos adultos. O aparecimento destas características na amizade dos jovens evidencia uma fase de transição para a vida adulta e para com as suas preocupações. Quando confiam num amigo os jovens exploram os seus sentimentos e definem em conjunto a sua identidade e os seus valores pessoais. Uma amizade requer competências sociais elaboradas, o discurso é um elemento presente e os adolescentes têm de ser capazes de desenvolver uma conversa, lidar com conflitos e dar apoio. Os rapazes tendem a ter muitos amigos pois as suas amizades são mais voltadas para a acção, enquanto as amizades das raparigas são mais voltadas para a conversa e o apoio.
Quando um jovem cai na delinquência há tendência para culpar o grupo de pares. Essa propensão está errada pois o jovem procura um grupo em que se identifique, não é influenciado apenas pelo grupo, pois os jovens influenciam-se mutuamente.
Nuno Pedrosa

domingo, 11 de março de 2012

Crianças selvagens

As crianças selvagens são crianças que cresceram com contacto humano mínimo, ou mesmo nenhum. Podem ter sido por animais (frequentemente lobos) ou, de alguma maneira, terem sobrevivido sozinhas. Normalmente, são perdidas, roubadas ou abandonadas na infância e, depois, anos mais tarde, descobertas, capturadas e recolhidas entre os humanos. Os casos que se conhecem de crianças selvagens revestem-se de grande interesse científico. Elas constituem uma espécie de grau zero do desenvolvimento humano, ensinam-nos o que seríamos sem os outros, mostram de forma abrupta a fragilidade da nossa animalidade, revelam a raíz precária da nossa vida humana.

Em termos de linguagem, as crianças selvagens só conhecem a mímica e os sons animais, especialmente os das suas famílias de acolhimento. A sua capacidade para aprender uma língua no seu regresso à sociedade humana é muito variada. Algumas nunca aprendem a falar, outras aprendem algumas palavras, outras ainda aprenderam a falar correctamente o que provavelmente indicia que tinham aprendido a falar antes do isolamento.

Em termos de comportamento, as crianças selvagens exibem o comportamento social das suas famílias adoptivas. Não gostam em geral de usar roupa e alimentam-se, bebem e comem tal como um animal faria. Na medida em que não gostam da companhia humana, procuram a companhia dos animais, particularmente dos animais semelhantes à espécie dos seus pais adoptivos.

Este tipo de crianças não se riem ou choram, apesar de eventualmente poderem desenvolver alguma ligação afectiva. Manifestam pouco ou nenhum controlo emocional e, muitas vezes, têm ataques de raiva podendo então exibir uma força particular e um comportamento claramente selvagem. Algumas crianças têm ataques de ferocidade ocasionais, mordendo ou arranhando outros ou até eles mesmo.

"Será preciso admitir que os homens não são homens fora do ambiente social, visto que aquilo que consideramos ser próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais ilumina o rosto das crianças isoladas." Lucien Malson

Luís Lopes

A influência dos mass media nos jovens

Vivemos na era moderna, onde os media tem um importante impacto sobre as pessoas: julgamento, comportamento e estilo de vida. Os jovens que crescem com este desenvolvimento tecnológico, tais como televisão, computadores, etc, não são as mesmas pessoas que viveram há meio século. Por causa de televisão, filmes e jogos de vídeo têm mudado a sua mentalidade, estilo de vida e comportamento social.
Primeiro, quando falamos de mudanças na mentalidade dos jovens, isso deve-se aos programas de televisão, filmes ou jogos de vídeo. É muito fácil agora para manipular as pessoas, somente através da filtragem do conteúdo que você quer que eles vejam. A televisão é uma indústria que traz um monte de dinheiro se um monte de gente assistir. Por isso, aqueles que gerem este tipo de negócio querem outras pessoas para assistir os canais de televisão, tanto quanto possível. As suas armas secretas são shows de entretenimento e filmes que por vezes podem manter uma pessoa assistindo TV por um longo período de tempo. Prestando atenção a pessoas muito jovens a TV começar a pensar como na TV, eles começam a usar roupas que eles vêem na TV, eles começam a falar da mesma maneira como se ouve na TV.

Por outro lado, os jovens, por vezes, podem até mesmo mudar o seu estilo de vida, se um pai não cuidar de seus filhos, deixando-os sem um estilo de vida ativo. Como afirmado anteriormente, a regra dos media é que o consumidor deve gastar tanto tempo quanto possível a utilização, assistir ou ouvir os seus produtos. Os videogames são os fatores mais comuns que mantêm jovens longe de um estilo de vida ativo. Essas pessoas passam mais tempo na frente de um computador do que ter um passeio no parque ou andar de bicicleta. Essas pessoas se tornam nada mais do que apenas os usuários, mas não contribuem como deveriam para uma comunicação social ativa.

Por fim, o triste efeito do entretenimento moderno sobre os jovens é que ele pode separar essas pessoas do resto da sociedade e quebrar as relações entre eles e suas famílias ou amigos. Porque uma TV é mais acessível, a qualquer tempo, os jovens encontram, por vezes, um amigo melhor do que os membros da sua família ou de amigos reais em geral.
Na minha opinião não vale a pena assistir a TV ou jogar video games, pois o tempo que perdemos em coisas fúteis devem ser utilizados em atividades mais importantes, que trazem uma contribuição para nós e para a humanidade em geral. Espero que as pessoas venham a parar de desperdiçar seu tempo em assistir programas de televisão inúteis, filmes ou a jogar video games, mas fazer algo mais útil, porque só desta forma, quando toda a gente contribuir e partilhar a sua experiência, só desta forma podemos construir um mundo livre e sociedade democrática na qual todos nós queremos morar.

Marco Pereira

Socialização

Socialização é a assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria. É um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais sociável. O processo de socialização inicia-se, contudo, após o nascimento, e através, primeiramente, da família ou outros agentes próximos, da escola, dos meios de comunicação de massas e dos grupos de referência que são compostos pelas nossas bandas favoritas, atores, atletas, super-heróis, etc. A Socialização é o processo através do qual o indivíduo se integra no grupo em que nasceu adquirindo os seus hábitos e valores característicos. É através da socialização que o indivíduo pode desenvolver a sua personalidade e ser admitido na sociedade.A socialização é, portanto, um processo fundamental não apenas para a integração do indivíduo na sua sociedade, mas também, para a continuidade dos sistemas sociais.
É o processo de integração do indivíduo numa sociedade, apropriando comportamentos e atitudes, modelando-os por valores, crenças, normas dessa mesma culturas em que o indivíduo se insere.
Podemos distinguir dois tipos de socialização:
Socialização primária - a criança aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos comportamentais do grupo a que se pertence. A socialização primária tem um valor primordial para o indivíduo e deixa marcas muito profundas em toda a sua vida, já que é aí que se constrói o primeiro mundo do indivíduo.
Socialização secundária: todo e qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos sectores do mundo objectivo da sua sociedade (na escola, nos grupos de pares, no trabalho, nas atividades dos países para os quais visita ou emigra, etc.), existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam no indivíduo relativamente ao seu desempenho, assim como dos novos papéis que ele assumirá nos vários grupos a que poderá pertencer e nas várias situações em que pode ser colocado.
Rui Leitão

quinta-feira, 8 de março de 2012

Porque mentimos?


Todos os seres humanos saudáveis mentem, uns mais outros menos, mas todos mentimos. É já da natureza humana mentir, desde pequeninos mentimos. Claro que há vários tipos de mentira, varias formas de mentir e intensidades diferentes. Em todas as culturas se mente, todas as pessoas desde as mais novas às mais velhas, dos dotados de um QI elevadíssimo aos que o seu QI não é muito gracioso, de vários níveis sociais, etc. Contudo numa cultura em que a mentira é incorrecta, é errado mentir, mas muita gente mente. Mas há vários tipos de mentira desde a chamada mentira piedosa, a mentira que pode levar uma punição maior, como a prisão. Podemos mentir por necessidade, piedade, amor, maldade, uns inúmeros motivos que poderiam ser plausíveis de uma mentira. Mas temos sempre consciência que esta errado. Há mentiras “politicamente” correctas e outras não. Por exemplo, mentir para que uma pessoa não sofra tanto, ou porque é uma coisa sem importância é politicamente correcto, mas o mais certo a fazer seria contar a verdade, isto é, é aceite na sociedade onde está inserido (como na sociedade portuguesa) mas não correcto. Mas se mentir para ocultar um crime, isso já é punível, e com pena de prisão. No entanto, a mentira também pode ser uma doença, como no caso das pessoas que padecem de mitomania, que inventam historia sobre elas, ou até sobre as pessoas mais próximas. Esta doença é muito complicada, pois torna-se muito difícil, a sociedade conviver com essa pessoa, têm sempre a desconfiança de que ela não esta a dizer e verdade, pois tem mais facilidade em mentir. Posso concluir assim que todos nós temos uma tendência natural para mentir, uns mais que outros, mas conseguimos controlar as nossas mentiras, e evitar que elas prejudiquem a nossa interacção com o mundo e a nossa adaptação ao meio.

Ricardo Gonçalves

quarta-feira, 7 de março de 2012

O significado de Racismo e Xenofobia

Racismo

A palavra racismo tem origem na junção de dois termos: raça e “ismo”, sendo raça a palavra mãe.

Racismo = Raça + “ismo”

Para percebermos o significado da palavra racismo temos de entender o que significa realmente a palavra raça.
Raça é o grupo de indivíduos pertencentes a um tronco comum e que apresentam particularidades análogas entre os membros da mesma espécie.
A palavra raça teve origem no latim, de ratio, que significa espécie.
Assim, racismo, não é mais do que uma teoria que afirma a superioridade da raça X ou Y em relação às outras raças. Nesta teoria assenta a defesa do direito de dominar ou mesmo reprimir as raças consideradas inferiores.
O racismo é, pois, uma atitude preconceituosa e discriminatória contra indivíduos de certas raças ou etnias.

Xenofobia

A palavra xenofobia, tal como a palavra racismo, advém da junção de dois termos: xeno e fobia.
A palavra xeno esta relacionada com a formação de palavras que exprime a ideia de estrangeiro ou estranho.
Fobia é o medo patológico, aversão impossível de conter.

Xenofobia = Xeno + Fobia

Assim, podemos entender a xenofobia como a antipatia ou aversão pelas pessoas ou coisas estrangeiras. Esta pode ser característica de um nacionalismo excessivo. Xenofobia é também um distúrbio psiquiátrico ao medo excessivo e descontrolado ao desconhecido ou diferente.
Xenofobia é um termo também usado num sentido amplo (amplamente usado mas muito debatido) referindo-se a qualquer forma de preconceito, racial, de grupos minoritários ou cultural.



Hugo Oliveira

terça-feira, 6 de março de 2012

Aculturação

O conceito de aculturação foi durante muito tempo utilizado para se avaliar o processo de contacto entre duas diferentes culturas. Entretanto, a utilização desse tipo de categoria vem sendo cada vez mais criticada e combatida por antropólogos e outros especialistas das ciências humanas. Em geral, a crítica realizada a esse conceito combate a ideia de que uma cultura desaparece no momento em que entra em contacto com os valores de outras culturas.

No entanto, essa premissa mostra-se completamente equivocada por compreender que a cultura consiste num conjunto de valores, práticas e signos imutáveis no interior de uma sociedade. Estudos de natureza histórica e antropológica, principalmente a partir da segunda metade do século XX, demonstraram que as sociedades humanas estão constantemente reorganizando as suas formas de compreender e lidar com o mundo. Dessa forma, a cultura não pode ser vista de uma forma estática. Um dos mais claros exemplos desse processo pode ser visto com relação às comunidades indígenas brasileiras. No começo do século XX, as autoridades oficiais acreditavam que a ampliação do contacto entre brancos e índios poderia, em questão de décadas, extinguir as comunidades indígenas. 

Contudo, o crescimento das comunidades indígenas - a partir da década de 1950 - negou o prognóstico do início daquele século. Desta maneira, devemos compreender que a cultura é um processo dinâmico e aberto. Por isso, a ideia de aculturação não pode ser vista como o fim de uma cultura, pois não há como pensar que um mesmo grupo social irá preservar os mesmos costumes durante décadas, séculos ou milénios. A cultura de um povo, para manter-se viva, deve ser suficientemente livre para conduzir as suas próprias escolhas, inovações e  permanências.


Luís Lopes

segunda-feira, 5 de março de 2012

Loucos por compras!

A compra compulsiva – também conhecida como oniomania – é um distúrbio psicológico no qual o mecanismo da dependência não resulta de uma substância, mas da forma compulsiva de realizar um comportamento: a compra.
Para além de se refletir a nível comportamental, esta dependência acaba por provocar a absorção total da pessoa, na medida em que se vai esquecendo da vida social e familiar, assim como do trabalho e dos seus outros interesses.

Mesmo que estas pessoas tenham consciência das suas possíveis perdas, não conseguem deixar de procurar o objeto da sua dependência: o ato de comprar. A compra compulsiva reúne algumas características das dependências de substâncias, nomeadamente a necessidade de ir aumentando o tempo e o dinheiro gasto em compras (à semelhança de aumentar a dose das tomas).

Confessions of a Shopaholic Scene
Também se verifica a incapacidade de controlar o impulso que ativa o comportamento e que, no caso das compras, se apresenta como uma compulsividade com o objetivo de atenuar um determinado sentimento desagradável. Quando o comprador compulsivo é impedido de realizar as suas compras, essa privação é sentida com um profundo mau-estar.
Por outro lado, quando efetua uma compra, esta ação é vivida com uma sensação de recompensa psicológica, proporcionando uma sensação de prazer ou de diminuição de tensão. Ora, estas circunstâncias funcionam como um reforço para que ocorram sucessivas repetições da experiência.
Vários estudos realizados evidenciam o facto de este distúrbio se manifestar maioritariamente em mulheres jovens, entre os 30 e os 40 anos.

Contudo, nos últimos anos foi detetado um aumento significativo desta dependência nos homens. Pensa-se que a explicação para estes resultados reside no facto de nas sociedades industriais as compras serem uma tarefa particularmente feminina.

Uma outra pesquisa realizada numa faculdade de medicina abordou os sintomas apontados pelos compradores compulsivos, defendendo o desenvolvimento de novos tratamentos dirigidos especificamente aos portadores do distúrbio. A partir de questionários feitos aos pacientes, a pesquisa verificou que a principal característica do ato de comprar compulsivamente se baseava numa falha em resistir ao impulso de comprar, o que pode gerar problemas financeiros e familiares. "O paciente apresenta uma deficiência no planeamento das suas ações e impulso de aquisição excessiva", afirma Tatiana Zambrano Filomensky, coordenadora da pesquisa. "Desta forma, o comprador compulsivo não pensa nas consequências dos seus atos a longo prazo, tendo em conta apenas a satisfação do momento de comprar". 

Em termos de tratamento, pensa-se que a melhor solução será uma junção do acompanhamento farmacológico e do acompanhamento psicoterapêutico (sobretudo a intervenção cognitivo-comportamental). Os compradores compulsivos podem também procurar implementar novos hábitos que conduzam à eliminação de sintomas e desenvolver estratégias mais profundas, que suportem a verdadeira causa do problema e que promovam o reforço da autoestima.

Maria Oliveira

Isolamento Biológico? Não...

Os processos biológicos não são completamente determinantes para a nossa sobrevivência. De facto, outros elementos intervêm, com uma importância igual, tal como é o caso da cultura. Nem a cultura, nem os processos biológicos, isoladamente, são determinantes. Assim, de uma forma simplificada, poderia dizer que nós, seres humanos, somos biologicamente culturais.
Os seres humanos são bastante complexos, difíceis de decifrar, uma vez que, apesar das características que têm em comum, o que os distingue entre si é bem maior. Assim, cada indivíduo pode categorizar-se como sendo único!
Como programas abertos que somos, temos a possibilidade de nos adaptarmos a novas circunstâncias. Apesar das nossas limitações anatómicas, compensamos com a invenção de soluções. Temos a capacidade de transformar o meio em que vivemos, adaptando-nos para que consigamos sobreviver. Para os humanos a aprendizagem é o instrumento principal da adaptação. Somos corpo e cérebro, aprendemos a ser e a encontrar a nossa forma de ser em interacção com os outros, enquanto membros de uma cultura e de uma sociedade. O Homem não sobrevive sozinho, precisa inconscientemente dos outros, o que é inevitável. Como se costuma dizer: “duas cabeças pensam mais do que uma”. Esta frase pode querer dizer que várias pessoas, cooperando umas com as outras, atingem resultados bem melhores. Por exemplo, os primitivos (a maioria dos homens) iam à caça sempre em conjunto, visto que tinham mais probabilidade de trazer em abundância comida para as famílias do que se caçassem sozinhos. Assim, cooperando uns com os outros, as tarefas tornam-se menos cansativas, produz-se mais e a satisfação é notória, tendo também interesses em comum. Isto que acabei de referir remete-nos para o campo da cultura, sendo um elemento fundamental no ambiente de qualquer pessoa, porque traduz-se em múltiplas e variadas consequências, nomeadamente na forma como cada um de nós se comporta, sente, pensa. É uma totalidade onde se conjugam valores, regras, costumes, crenças, acabando por ser o ambiente de suporte e protecção dos seres vivos. Para que haja sociedade, têm que existir modos de pensar e de fazer comuns aos membros da cultura onde estamos inseridos e, para que haja equilíbrio, tem de haver respeito mútuo, solidariedade e, acima de tudo, interiorizar normas, regras e valores.
Não há indivíduos sem comunidade e sem comunidade não há humanos!
Ricardo Gonçalves

sábado, 3 de março de 2012

"One flew over the cuckoo's nest"

Numa clínica de doentes mentais é dada a entrada de mais um paciente, cuja saúde mental irá ser avaliada, para se decidir se este paciente sofre ou não de uma doença mental ou qualquer outro desequilíbrio psíquico. 
Este paciente tem o nome de Randle Patrick McMurphy e veio de uma prisão estatal, depois de ter sido preso, fugindo assim aos trabalhos pesados da prisão.
De facto, McMurphy não era de todo são, porém, não havia qualquer indício de que ele fosse um doente mental e que justificasse a sua permanência naquela clínica.
Desde o primeiro dia de estadia, ele demonstrou grandes capacidades persuasivas e manipuladoras relativamente aos outros pacientes, e fez logo amizade com o Chefe Bromden, americano de descendência índia.
Ao longo da história, R.P.McMurphy demonstra uma grande inteligência, a qual se superioriza a todos os outros. Com esta, McMurphy consegue angariar algum dinheiro em jogos de mesa e apostas contra os seus colegas.
Depois de uma fuga, uma tentativa e ainda várias brigas dentro daquela clínica, este paciente é sujeito a uma lobotomia, cirurgia clínica desenvolvida pelo português Prémio Nobel da Medicina Egas Moniz, que consiste em cortar as ligações do lobo cerebral, fazendo com que o paciente não reaja emocionalmente, apresentando uma atividade emocional quase nula. 
Chefe Bromden, vendo o seu amigo naquele estado, mata-o com a almofada, sufocando-o e foge daquela clínica.
A história deste filme de 1975 poderia retratar, em muitos aspetos, muitos casos que acontecem na sociedade de hoje em dia, começando no crime que McMurphy comete até à sua morte.
A violação que ele cometeu, nos nossos dias são dos crimes que mais se falam. Depois vem a prisão, possivelmente de alta segurança, e como McMurphy se vê perante uma vida difícil no estabelecimento prisional, finge ser um doente mental para que possa ser transferido para uma clínica de tratamento a doentes mentais, o que está a acontecer com Renato Seabra como bem sabemos. 
Como a justiça é um contrassenso ao seu próprio nome, o desejo de R.P.McMurphy e este consegue estadia na tal clínica e por muita segurança que esta e todas as clínicas existentes nos dias de hoje possuam, os pacientes mais ousados conseguem escapar, podendo provocar graves danos na sociedade.
Depois de uma nova detenção, e uma breve punição ao paciente, as coisas voltam ao normal e toda a gente se esquece que este homem foi condenado por um crime, toda a gente se esquece que está a lidar com um "monstro". Assim, ele aproveita-se de toda a descontração da clínica para ir impondo a sua autoridade, facto atualmente presente em muitas clínicas do mundo.

Consegue a entrada de duas mulheres na clínica, consegue bebidas alcoólicas e consegue relações sexuais para um outro doente com um simples suborno ao guarda-noturno, o que na nossa sociedade é normalíssimo.
Porém, alguém "abre os olhos" e repara que aquela situação está descontrolada, sendo que submetem McMurphy a descargas elétricas e posteriormente a uma lobotomia incapacitando de vez o doente mental.
Em suma, esta é uma história veridico-fictícia que demonstra que a justiça nunca será totalmente justa.

Joaquim Oliveira