segunda-feira, 16 de abril de 2012

O cérebro de um poliglota

Nos dias de hoje é cada vez mais importante saber falar vários idiomas. O que muitas pessoas não sabem é que, para além de aumentar as hipóteses de conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho, ser bilíngue é uma preciosa ajuda na proteção contra os sintomas de demência. Este último facto é apoiado por uma pesquisa publicada na revista Trends in Cognitive Sciences. Esta pesquisa, por sua vez, mostra que o bilinguismo pode melhorar a chamada “reserva cognitiva”, provocando assim o mesmo efeito protetor que a atividade física ou mental estimulante tem no cérebro, o que pode adiar o início dos sintomas nas pessoas que sofrem com demência.

"Estudos anteriores estabeleceram que o bilinguismo tem um efeito benéfico sobre o desenvolvimento cognitivo em crianças", afirma Bialystok, num comunicado. "Para o nosso estudo, foram usados métodos comportamentais e de neuro-imagem para examinar os efeitos do bilinguismo na cognição em adultos também." 

A Dra. Bialystok e os seus colegas declararam que a capacidade de dominar duas línguas, juntamente com a necessidade de selecionar a mais apropriada de acordo com as situações, reúne regiões do cérebro que são fundamentais para a atenção geral e o controlo cognitivo. Em suma, a utilização destas redes de controlo cognitivo para o processamento da linguagem bilíngue pode reconfigurar e fortalecer estas  redes, aumentando a "flexibilidade mental", a capacidade de adaptação a mudanças e de processar informações de forma eficiente.
Maria Oliveira

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