A música, sem dúvida alguma, exerce uma inquestionável força sobre o ambiente e especialmente sobre o ser humano. Por este motivo, é muito importante que o individuo dedique algum tempo a escutá-la e não simplesmente a ouvi-la. Muitas são as pessoas que ouvem música, mas poucas são as que as escutam. Escutar é acompanhar, interpretar e sentir aquilo que estimula o sentido de audição e ineveitavelmente a mente. Muitos peritos neste assunto, afirmam que o auge da influência musical no ser humano é na infância deste e até mesmo enquanto este se encontra no ventre materno. Isto porque, como sabemos, as relações precoces por cada um de nós desenvolvidas são fatores de extrema importância na construção da identidade de cada um. Estas relações que formam laços quase que inquebráveis podem, então ser estimuladas de várias formas. Uma das maneiras mais eficazes de promover um bom desenvolvimento do bebé e, simultaneamente promover uma relação mais íntima entre mãe e filho é fazê-lo escutar um género de música adequado e provido de um calmo balanço compassado. O género mais estimulante é, tendo em conta vários estudos, o clássico-contemporâneo.
Contudo, apesar de a música provocar efeitos notórios na infância do indivíduo, esta tem também um poder irrefutável sobre o ser humano, seja qual for a sua idade. Esta possui, de facto, uma força inerente e deve ser por isso cuidadosamente selecionada (tanto quando se escuta como quando se produz), por um lado para evitar efeitos negativos, mas também a fim de promover um certo nível de equilíbrio emocional. Para que ocorra este segundo efeito é necessária uma certa rotina musical. Ou seja, todos os dias, se possível, a pessoa deve dedicar algum tempo a esta atividade, na medida em que
os efeitos pretendidos se façam sentir. E mesmo que estes nos pareçam evidentes no momento, manter essa mesma rotina é a melhor maneira de conduzir a uma “acumulação de sensações”, supostamente boas (presumindo-se que a pessoa apenas queira retirar o lado bom da influência musical e aplicá-la no seu dia-a-dia de forma a sentir-se melhor com ela mesma). Por esta razão, para que os resultados esperados, tais como de terapia, de transe ou meditação, é preciso que a música seja repetida um certo número de vezes e de acordo com o estado de espírito da pessoa, de modo a que não cometa o erro anteriormente referido – somente ouvi-la.
Este forte efeito produzido pela melodia é reconhecido desde os tempos mais remotos. Historicamente, encontramos evidenciado este facto nos manuscritos dos filósofos gregos inclusive Homero, Platão, Aristóteles e especialmente Pitágoras. Estes mencionavam que a música podia, então ser usada como um importante agente de cura psíquica. Para Platão, uma cuidadosa regulamentação da música era fundamental para o bem-estar e para a saúde do povo. Já na opinião de Aristóteles, as suas duas principais funções eram servir como catarse das emoções e construir um caráter ético forte. Não obstante, nos nossos dias, aquilo a que chamamos música é apenas uma miniatura (uma amostra) da harmonia de todo o Universo, que está em constante ação e por trás de todas as coisas, sendo esta a fonte e a origem da natureza.
Cesarina Ferreira
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