quinta-feira, 26 de abril de 2012

Relação indivíduos/grupos

Apartir do momento em que nasce o ser humano vive em sociedade integrado em diferentes grupos sociais e só sobrevive em interacção com os outros num mundo construído, modificado que dá resposta às suas necessidades.
Aos nossos grupos sociais com quem interagimos associamos determinadas crenças que nos dão uma imagem simplificada das suas características e que se generalizam a todos os seus membros. Tais formas práticas de orientação seguidas pelas pessoas recebem o nome de estereótipos: ver os negros como perigosos e ladrões é encara-los sob uma perspectiva estereotipada, isto é, estamos a atribuir-lhes características que a sociedade solidificou para lhes referir.
 De igual modo, sempre que nos lembramos de caracteres raciais, étnicos, nacionais ou sexuais que vulgarmente as pessoas atribuem a povos ou a grupos, estamos na presença de estereótipos
Apesar de poderem diferir de uma sociedade para a outra os estereótipos existem em todas elas. Na base dos estereótipos está a categorização: processo que permite simplificar a complexidade do mundo social e permite ao homem orientar o seu comportamento nas relações interpessoais.
Uma outra função dos estereótipos é a de ordem socioafectiva que se relaciona com o sentimento de identidade social ao grupo que o partilha. Somos capazes de nos distinguir dos membros de outros grupos, desenvolvendo sentimentos de “nós” (endogrupo) por oposição aos “outros” (exogrupo).
Os estereótipos têm fortes relações com os preconceitos porque na base destes está a informação vinculada pelos estereótipos, pois estes fornecem os elementos cognitivos e os preconceitos acrescentam uma componente afectiva, avaliativa.
Os preconceitos são atitudes que envolvem “prejuízos”, um “pré-julgamento”, na maior parte das vezes negativo, tal como os estereótipos são ideias generalistas dos membros de determinado grupo. No entanto, os preconceitos por vezes podem mudar, pois possuem tres componentes: cognitivos (ex.: opinião sobre um grupo); afectivos (sentimentos que se exprimem face ao objecto do preconceito); e por fim comportamentais (ex.: comportamentos em relação a um grupo).
Os preconceitos são uma arma, uma forma perigosa de atacar os outros. No fundo, agir preconceituosamente em relação a outrem é estabelecer barreiras defensivas relativamente ao grupo social que se tem preconceitos e estereótipos negativos.

                                                                                                                                   Ricardo Gonçalves

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