sábado, 14 de abril de 2012

Viver conformado é viver como um “cadáver adiado”


O conformismo é o resultado de um conjunto de lideranças, muitas vezes, mal sucedidas. Todos somos líderes de algum grupo, quanto mais não seja somos líderes do nosso “grupo de pensamentos”. Temos sempre uma alternativa àquela que nos parece ser a mais fácil e que provavelmente funciona a curto prazo.
Podemos definir o conceito conformismo como sendo uma forma de influência social que provém do facto de uma pessoa mudar o seu comportamento ou atitudes perante as mais variadas situações por efeito da pressão do grupo em questão. Agora imaginemos que todos agiam segundo os outros, ou seja, sem tomar as suas próprias decisões. A sociedade não evoluiria e o desenvolvimento seria um termo desconhecido no comum da mesma. Se temos opiniões diferentes dos outros membros de um determinado grupo, isso é algo positivo. Devemos expressar essas diferenças de opinião e ao fazê-lo de forma oportuno poderemos então vir a contribuir para esse tal desenvolvimento. Às vezes é mesmo precisa uma revolução de mentalidades para mudar um problema que já se encontra enraizado num determinado grupo de pessoas. A revolução, nem sempre pontualmente, pode ser a única solução.

Como temos vindo verificar, as sociedades em geral, e os grupos sociais que as constituem, procuram manter a coesão através do respeito pelas normas e regras vigentes. As normas são o instrumento de controlo social e, por isso, dissemos que o conformismo é inerente è manutenção dos grupos sociais. O desvio à norma, a desobediência às regras, é objeto de censura social, que se manifesta através de críticas e sanções. No entanto, todos sabemos que ao longo dos tempos, foi o desrespeito pelas normas e padrões de comportamento que conduziram a mudanças muito significativas a todos os níveis.
E é necessário que sejamos inconformistas para realizar estas mudanças. O inconformismo define-se como sendo uma adoção de conceções, atitudes e comportamentos que não respondem às expectativas do grupo. As pessoas em que a pertença ao grupo constitui uma parte importante do seu autoconceito têm mais probabilidades de se conformarem devido à influência normativa: se a pertença ao grupo não tiver essa importância, é menos provável submeterem-se às normas/regras do grupo.
No meu ponto de vista, ser-se conformista é sinónimo de se viver (de acordo com uma expressão utilizada por Fernando Pessoa) como um “cadáver adiado”. E o que é que isto significa? Se estivermos sempre a “levar” a nossa vida cumprindo sempre todas as regras, somos só mais um pedaço de carne no meio do universo que acabará por se degradar. Se fizermos a diferença, poderemos morrer fisicamente mas imortalizamos o nosso nome e os nossos feitos.
Cesarina Ferreira

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