terça-feira, 15 de novembro de 2011

Marionetas da sociedade?


O conceito de atitude é, vulgarmente, visto como um sinónimo de comportamento. No entanto, em psicologia social, o termo atitude tem um outro significado. Uma atitude é uma tendência para responder a um objeto social, de forma favorável ou desfavorável. Assim sendo, não é um comportamento, mas sim uma predisposição, permitindo-nos interpretar, organizar e processar informações.
Contudo, dependendo das circunstâncias em que nos encontramos, o nosso comportamento irá variar. Este facto é um processo natural e saudável, visto que existem diferentes regras e padrões de comportamento nas mais diversas situações. Ou seja, qualquer ser humano minimamente consciente do comportamento em sociedade, não irá agir de igual modo no seu ambiente familiar e no seu ambiente profissional. Faz tudo parte de um encadeamento que origina aquilo a que nós chamamos “normal”, “usual” – é um hábito comportamental.
É também do conhecimento geral, que todos nós somos fortemente influenciados pelos membros do grupo no qual estamos inseridos. Mas existe uma enorme diferença entre sermos influenciados (retendo ou assimilando apenas as informações e comportamentos que achamos benéficos, contribuindo assim para o nosso crescimento pessoal) e sermos manipulados (agindo de acordo com os que nos rodeiam, alterando o nosso modo de agir com o intuito de agradar os mesmos).
Por outras palavras, para que nos consigamos melhor relacionar e integrar na sociedade em que estamos será necessário tornarmo-nos verdadeiras “marionetas da sociedade”? No meu ponto de vista, a resposta a esta pergunta é definitivamente óbvia. Um redondo “não”. Em primeiro lugar, para que sejamos aceites e para que nos integremos numa qualquer sociedade não é, de todo, preciso seguir aquilo que os outros nos dizem para fazer e/ou dizer. Acima de tudo temos de nos aceitar a nós mesmos, agindo em conformidade com a nossa consciência (qualidade da mente que engloba a subjetividade, a autoconsciência, a capacidade de nos percebermos a nós mesmos e a nossa relação para com o ambiente), fazendo as opções que pensamos serem as mais corretas no momento em questão. Contribuir para um ambiente saudável em comunidade não é sinónimo de agradar, mas sim de discutir os assuntos pertinentemente e de forma democrática para assim demonstrarmos a nossa opinião, as nossas filosofias de vida. E, hoje em dia, mais do que nunca, precisamos de nos fazer ouvir. Precisamos de expor os nossos pensamentos provocar a mudança em prol do bem comum, sem esquecer que cada ser humano é único e insubstituível, executando-o então de forma a respeitar as outras opiniões e chegar a um consenso.

Cesarina Ferreira

1 comentário:

  1. Fascinante, muito criativa Cesarina, mais uma vez super apelativa quanto ao conteudo e forma, e concordo com a tua conclusão, cada ser humano é unico! Continuação de um bom trabalho

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