quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Erro de Descartes - António Damásio


António Damásio estudou um paciente que teve um acidente na sua parte cerebral. Elliot, o sujeito do acidente não teve problemas na parte visual, da fala e nos seus movimentos. António Damásio fez diversos testes de QI, além de outros tipos de testes de inteligência. Surpreendentemente, Elliot teve resultados muito bons, às vezes melhor do que a média da população, provando que era dono de um intelecto saudável. 

Ao longo da convivência com Elliot, António Damásio verificou que Elliot contava sobre a tragédia da sua vida de forma impassível. Com o passar do tempo, notou que Elliot quase nunca se zangava, nem se incomodava com as milhares de perguntas repetitivas de Damásio. Num outro teste, foi colocado estímulos visuais carregado em frente de Elliot como: pessoas afogando-se, terríveis e terramotos. Elliot, impassivo, fez um comentário que abriu os olhos de Damásio: "sinto que meus sentimentos mudaram após o acidente", ou seja, Elliot constatou coisas que antes lhe causavam emoções fortes, agora não lhe causavam nenhuma reação, nem positiva, nem negativa.
De fato, segundo Damásio, nenhuma emoção era muito intensa em Elliot, nem tristeza nem alegria. tanto o prazer como a dor pareciam ser de curta duração.


Descartes acreditava que o corpo era separado da mente. A mente só precisava do corpo para poder funcionar, fora isso, não havia nenhuma relacção entre eles. António Damásio acredita justamente o contrário, que corpo e mente estão intimamente relacionados: a mente comanda o corpo inteiro, mas são as sensações que o corpo manda para mente que induzem a mente funcionar daquela maneira, contrapondo o dualismo cartesiano no qual a alma (razão pura) é independente do corpo e das emoções.



Rui Leitão

1 comentário:

  1. Como isso é possivel? O paciente teve um acidente e perdeu os sentimentos? :o

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