Retomando o que eu estava comentar, e de acordo com o que foi referido no artigo anterior, Mickey e Mallory acabam por se transformar em verdadeiros psicopatas, que se apaixonam assim que se vêem pela primeira vez. Decidem fazer uma viagem pelas estradas americanas, assassinando muitas pessoas inocentes e fazendo o que querem sem qualquer permissão, apenas seguindo os seus instintos básicos.
No entanto, apesar dos vários crimes que cometeram, este casal é glorificado através do poder dos meios de comunicação (os mass media). Analisando o que nos é demonstrado no filme, é possível comprovar que os media possuem a capacidade de controlar as pessoas e as suas respectivas atitudes (e consequentemente o seus comportamentos), pois tornou dois criminosos famosos e de certa forma valorosos. É um filme bastante polémico pois mostra a inversão de valores da nossa sociedade, que no fundo representa a realidade dos dias de hoje.
Penso também que o filme faz uma forte crítica relativamente à sociedade norte-americana e também à forma como o público em geral encara a violência, porque, afinal de contas, trata-se de uma história na qual os maus da fita são os heróis!
Porém, a verdadeira questão que este filme coloca é “Será possível nascermos assassinos?”. É certo que todos nós nascemos com instintos, nomeadamente o instinto de sobrevivência, o instinto agressivo e o sexual. A sociedade é que faz com que nós tenhamos de controlar esses mesmos instintos, proibindo as nossas tendências naturais. Isto porque viver em sociedade implica obedecer a regras. Muitas vezes não nos apercebemos, mas estamos constantemente a respeitar limites e a traçá-los também. Não seria possível viver em grupo sem eles.
Mas é importante realçar que, ao contrário dos animais, os seres humanos têm a capacidade de opção, de decidir, têm moralidade. Logo, os humanos não nascem bons, nem maus, nascem puramente naturais, com os seus instintos e as suas capacidades, pelo que cabe a cada um crescer e escolher os seus próprios caminhos de vida.
Quem mata um homem é chamado de assassino, quem mata milhares é chamado de herói.
Charles Chaplin
Maria Oliveira
Maria, o teu artigo tá alta-mente! Parabéns... escreves muito bem.
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