A esquizofrenia é uma doença do cérebro causada pela alteração da estrutura básica dos processos de pensamento, afetando essencialmente a capacidade cognitiva. Em torno de 1% da população é afetada sendo igualmente homens e mulheres.
Caraterizada por uma dissociação das funções psíquicas e pela perda de contacto com o mundo exterior a esquizofrenia resulta numa profunda mudança da personalidade, do pensamento, dos afectos e do sentido da própria individualidade. É uma perturbação grave que leva o doente a confundir a fantasia com a realidade e que geralmente conduz a modos de vida inadaptada e ao isolamento social.
Hoje sabe-se que a doença pode ter causas genéticas e que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família. Os factores cerebrais e biológicos podem estar relacionados com o eclodir da doença: alterações bioquímicas e estruturais do cérebro.
Além disso as teorias psicanalíticas, por exemplo, remetem para a fase oral do desenvolvimento psicológico em que a ausência de relações interpessoais saudáveis estaria na origem da esquizofrenia. Também os fatores sociais podem propiciar a doença: muitas pessoas passaram por períodos de depressão, stress ou conflitos antes de se tornarem esquizofrénicos. Este ambiente desfavorável pode desencadear os mecanismos de disfunção mental, caraterística da esquizofrenia.
A evolução da esquizofrenia pode ser caraterizada por dois estadios, súbito ou lento. No estadio súbito, a doença manifesta-se rapidamente e tem uma evolução em escassos dias ou semanas, enquanto no estadio lento o diagnóstico precoce é muito mais difícil.
No caso da evolução lenta, a esquizofrenia no grupo dos jovens adultos pode mesmo ser confundida com as chamadas crises de adolescência e por este motivo frequentemente desvalorizada.
Os sintomas esquizofrénicos podem ser positivos e negativos. Os sintomas positivos caraterizam-se pelos delírios como pensamentos irreais e delirantes, como, por exemplo, as ideias de ser perseguido ou vigiado. Este tipo de sintomas costumam aparecer na fase aguda da doença e são as perturbações mentais mais graves e mais anormais: alucinações; percepções irreais, como ouvir, ver, saborear, cheirar ou sentir algo irreal, sendo mais frequentes as alucinações auditivas e visuais; pensamento e discurso desorganizado; alterações do comportamento, ansiedade e também impulsos agressivos.
Os sintomas negativos reflectem-se na falta de motivação e afectividade, ausência de emoções e deficiência quanto ao discurso, ao pensamento e às relações interpessoais, como resultados da perda das capacidades mentais. O isolamento social a apatia ou a indiferença emocional são também possíveis manifestações de sintomas negativos.
Ana Martins
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