Não podemos definir um ser humano sem referirmos alguns aspetos fundamentais. O ser humano não é algo independente do mundo que o rodeia. O ser humano é corpo, é alma, é cultura, é história.
A cultura influência inevitavelmente os pensamentos, as perceções, os sentimentos, opiniões e os comportamentos dos respetivos membros. Encoraja, promove e sustenta modos de ser e, por sua vez, estes parecem ser naturais e estar presentes em todos os lugares. A cultura é tudo aquilo que é, pelo Homem, acrescentado à natureza e, a menos que um ser humano seja criado num ambiente selvagem este possuirá sempre cultura. Caso contrário, revelará em quase todas as suas atividades um comportamento animal e muito mais biológico do que o Homem comum. Pelo que irá colocar acima de tudo, a satisfação das suas necessidades, independentemente do custo dessa mesma satisfação.
Ou seja, apesar do Homem viver muito em função das necessidades que pretende “saciar”, este irá fazê-lo de acordo com a sociedade em que está inserido, o que implica que respeite várias regras, hábitos e crenças de maneira a contribuir para uma maior estabilidade social, impedindo assim que se confunda a civilização com uma autêntica “selva”.
Por último, contudo não menos importante, um fator que é simultaneamente fundamental para definir qualquer ser humano é o seu passado, a sua história, as suas vivências.
Na minha opinião, ninguém tem a legitimidade de julgar ninguém (com exceção do poder judicial de cada cultura, não obstante sempre dentro de determinados limites, como é óbvio) e muito menos sem ter conhecimento do passado da pessoa a quem se pretende realizar essa avaliação comportamental. Todos nós temos as nossas próprias experiências de vida e existem, sem sombra de dúvida, algumas componentes passadas que podem atenuar certas atitudes. Por estes mesmos motivos é que se torna essencial analisar esta componente mais “a longo prazo”, com o intuito de se obter, assim, conclusões muito mais viáveis e, se é que podemos dizer isto, mais corretas.
Cesarina Ferreira
Este artigo explica de forma clara o que significa ser humano, não apenas enquanto entidade biológica, mas tendo em conta um conjunto de factores que nos distingue dos outros animais.
ResponderEliminarO conteúdo deste texto é de grande importância, pois no fundo esclarece qual é a especificidade do Homem e realça aquilo que nos torna seres tão únicos.
Boa Cesarina! Essa da "santíssima trindade" é uma "boca" para alguém? Não... Eu sei que és bem intencionada. De facto os limites que a cultura impõe à satisfação das nossas necessidade é um fardo bem pesado de carregar... É o preço a pagar pela segurança que a sociedade nos pode dar. Claro que o problema maior é quando a sociedade já não pode dar essa segurança.. nessa circunstância, o Homem pode facilmente abandonar a sua natureza cultural, se bem me entendes...
ResponderEliminarConsegues esclarecer facilmente as pessoas com a tua escrita Cesarina, muito bom mesmo,
ResponderEliminarDedalus nao entendi o seu ponto de vista...