segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Santíssima Trindade – Um código de vida

Não podemos definir um ser humano sem referirmos alguns aspetos fundamentais. O ser humano não é algo independente do mundo que o rodeia. O ser humano é corpo, é alma, é cultura, é história.
Ao contrário dos animais irracionais, o Homem é um ser bio-cultural. Isto porquê? Tudo o que é instintivo é natural, é inconsciente e isto é o que principalmente caracteriza os animais. E, apesar destes, por vezes, realizarem determinadas atividades que nos podem levar a concluir que também possuem cultura (como por exemplo os pássaros fazerem os seus ninhos), somos imediatamente refutados pelo facto destas mesmas atividades serem algo instintivo com um objetivo comum – a sobrevivência.
A cultura influência inevitavelmente os pensamentos, as perceções, os sentimentos, opiniões e os comportamentos dos respetivos membros. Encoraja, promove e sustenta modos de ser e, por sua vez, estes parecem ser naturais e estar presentes em todos os lugares. A cultura é tudo aquilo que é, pelo Homem, acrescentado à natureza e, a menos que um ser humano seja criado num ambiente selvagem este possuirá sempre cultura. Caso contrário, revelará em quase todas as suas atividades um comportamento animal e muito mais biológico do que o Homem comum. Pelo que irá colocar acima de tudo, a satisfação das suas necessidades, independentemente do custo dessa mesma satisfação.
Ou seja, apesar do Homem viver muito em função das necessidades que pretende “saciar”, este irá fazê-lo de acordo com a sociedade em que está inserido, o que implica que respeite várias regras, hábitos e crenças de maneira a contribuir para uma maior estabilidade social, impedindo assim que se confunda a civilização com uma autêntica “selva”.
Por último, contudo não menos importante, um fator que é simultaneamente fundamental para definir qualquer ser humano é o seu passado, a sua história, as suas vivências.
Na minha opinião, ninguém tem a legitimidade de julgar ninguém (com exceção do poder judicial de cada cultura, não obstante sempre dentro de determinados limites, como é óbvio) e muito menos sem ter conhecimento do passado da pessoa a quem se pretende realizar essa avaliação comportamental. Todos nós temos as nossas próprias experiências de vida e existem, sem sombra de dúvida, algumas componentes passadas que podem atenuar certas atitudes. Por estes mesmos motivos é que se torna essencial analisar esta componente mais “a longo prazo”, com o intuito de se obter, assim, conclusões muito mais viáveis e, se é que podemos dizer isto, mais corretas.
Cesarina Ferreira

3 comentários:

  1. Este artigo explica de forma clara o que significa ser humano, não apenas enquanto entidade biológica, mas tendo em conta um conjunto de factores que nos distingue dos outros animais.

    O conteúdo deste texto é de grande importância, pois no fundo esclarece qual é a especificidade do Homem e realça aquilo que nos torna seres tão únicos.

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  2. Boa Cesarina! Essa da "santíssima trindade" é uma "boca" para alguém? Não... Eu sei que és bem intencionada. De facto os limites que a cultura impõe à satisfação das nossas necessidade é um fardo bem pesado de carregar... É o preço a pagar pela segurança que a sociedade nos pode dar. Claro que o problema maior é quando a sociedade já não pode dar essa segurança.. nessa circunstância, o Homem pode facilmente abandonar a sua natureza cultural, se bem me entendes...

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  3. Consegues esclarecer facilmente as pessoas com a tua escrita Cesarina, muito bom mesmo,
    Dedalus nao entendi o seu ponto de vista...

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