quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Quebra-cabeças ou construtores-de-raciocínio?


Estudos recentes avaliaram o que acontece no cérebro quando as pessoas se preparam para resolver quebra-cabeças. Os resultados obtidos sugerem que essa mesma atividade preparatória, quando corretamente efetuada, (e que está intimamente relacionada com o bom humor) pode ser “observada” no cérebro de indivíduos com maior facilidade na resolução deste tipo de problemas. Isto acontece porque, quando se está constantemente a “treinar” o cérebro para certas atividades, este ativa zonas direcionadas para as mesmas. Especifica-se. É, então, com o treino que os indivíduos podem começar a solucionar estes inigmas baseando-se mais frequentemente na sua intuição e menos no método “tentativa erro”.

Está cientificamente comprovado que habituar o nosso cérebro a resolver certos problemas analíticos/hipotéticos prepara-o para um melhor confronto com os problemas do dia-a-dia e que quando estes são corretamente resolvidos provocam uma determinada sensação de satisfação. Pois, afinal, quem não gosta de se deparar com um bom quebra-cabeças? De cada vez que solucionamos um quebra-cabeças, como forma de recompensa, o nosso cérebro liberta uma substância denominada dopamina, sendo que esta nos transmite essa tal sensação de satisfação, de prazer. Muitos peritos afirmam que além dessa recompensa, a simples ideia de alcançar a resolução de um problema coloca a nossa mente num estado recetivo, o que por si só já nos proporciona uma sensação agradável.

 
Tudo indica que os quebra-cabeças são algo de muito positivo e estimulante para o bem-estar do ser humano, visto que estes desenvolvem muitas outras capacidades para além das mais aparentes. São quase que fundamentais para o desenvolvimento do raciocínio humano. Outros estudos e pesquisas realizados por médicos e psicólogos levam até a concluir que este tipo de estímulos mentais podem, ao provocarem a libertação da dopamina, contribuir na prevenção da doença Alzheimer (cujo sintoma primário é a perda de memória e pode dar origem a um estado de profunda e irremediável demência). Contudo, se se iniciar a prevenção, antes da manifestação dos sintomas, a libertação constante da substância em questão (através dos referidos estímulos por via “quebra-cabeças”) pode ajudar a adiar o possível futuro problema nas conexões cerebrais.
Todos estes factos conduzem a uma conclusão que é importante retirar e vai de encontro com a teoria da “semente” (relação entre o ato e a potência). Na minha opinião, este tema tem uma relação evidente com a perspetiva epigenética no estudo da influência dos genes no ser humano. De que forma? É simples.

Como todos sabemos, todos nós somos seres únicos e irrepetíveis, por consequência as nossas capacidades e aptidões para determinadas atividades são, também, diferentes. Ou seja, nós podemos possuir genes que nos dão a possibilidade de sermos muito aptos, por exemplo, para a matemática, no entanto, se não desenvolvermos estas capacidades (se as condições do meio que nos rodeia não forem favoráveis), de nada nos serve a posse desse conjunto genético. É essencial o treino constante do raciocínio.



Cesarina Ferreira

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